Sobre a emoção de ler ''You Are Not Alone''


'Ao terminar de ler a última página do livro de Jermaine Jackson, You Are Not Alone Michael: Através dos olhos de um irmão, eu chorei, abertamente, por cerca de dez minutos. Na verdade, eu já tinha chorado quando eu li os dois últimos capítulos.

Uma vez que eu me recompus e fui cuidar do meu trabalho, em vários momentos ao longo do dia, eu iria encontrar-me em lágrimas novamente. Na manhã seguinte, acordei às três da manhã; enquanto estava lá deitada, pensando, as lágrimas começaram a fluir novamente.

Eu pensei comigo mesma: Por que este livro me afetou desta forma? Michael é quatro anos mais velho que eu, assim, em certo sentido, eu cresci com ele. Ele roubou meu coração há muitos anos, então as memórias de Jermaine me levaram de volta ao passado, enquanto ele contava histórias sobre cada período da vida de Michael: o início, o meio e o fim.

Eu me lembro de estar deitada no chão da sala, em meus cotovelos, na frente da televisão, assistindo admirada como eles se apresentaram no The Ed Sullivan Show, cantando ABC. Eu também me lembro o quanto eu amava a música Ben naquela época e agora!

Lembro-me de ver o desenho animado do Jackson Five todas as manhãs de sábado. Todas essas lembranças me fizeram sorrir, mas a única coisa que realmente me fez rir foi quando eu estava lendo sobre as memórias de Jermaine sobre a Jacksonmania. Uau! Como fãs, nós não conseguimos vê-lo a partir daquela perspectiva.

Quando Michael separou-se dos irmãos para alimentar sua própria criatividade, meu coração foi com ele. Lembro-me da estréia de Thriller na MTV. Foi a conversa da cidade. Todo mundo estava tão cheio de expectativa para vê-lo, e todos nós fomos surpreendidos quando ele se aproximou.

Daquele ponto em diante, tudo que eu queria era saber quando seria mostrado novamente, para que eu pudesse revê-lo. Embora eu amasse o vídeo Thriller, Beat It foi a minha canção favorita na época.

Eu me lembro como eu era fascinada com o fato de Michael ter todos aqueles animais exóticos em sua casa, em Encino. Desde que meu pai viveu na Califórnia, eu sempre desejei que, durante uma de minhas visitas ao vê-lo, eu poderia dirigir passando pela casa de Michael, mas isso nunca aconteceu.

Como uma adolescente, assim como muitas outras meninas da época, eu costumava sonhar que eu um dia iria me casar com ele. Quando todos os irmãos se apresentaram no Motown 25, eu estava animada; Jermaine e Michael se abraçavam enquanto cantavam I'll Be There. Foi uma cena comovente.

Depois que eu li o livro, fui ao YouTube para vê-lo novamente, desta vez com novos olhos, para ver Michael notar o fato de que o microfone de Jermaine tinha parado de funcionar. Antes eu não entendia porque Jermaine apontava para ele.

O Michael Jackson: 30th Anniversary Celebration é um dos meus favoritos de todos os tempos. Eu o amei na época e o amo ainda hoje. A parte que eu assisto diversas vezes é quando ele se apresentou com seus irmãos.

Mesmo que muitas vezes ele cantasse essas músicas em suas turnês solo, não era o mesmo sem eles. A energia era diferente. Quando eles estavam todos juntos, era mágico. Vê-los se apresentar juntos novamente, me levou de volta para a alegria que experimentei quando criança, ao  vê-los no The Ed Sullivan Show.

Hoje, dói no meu coração saber a rapidez com que a saúde de Michael se deteriorou e, no final, como tão poucas pessoas pareciam se importar, e como as poucas que o fizeram, foram ignoradas.

O fato de que nos ensaios ele disse: 'Eu só quero alguém que seja gentil comigo, hoje' me cortou em pedaços. Confirmou o que eu sempre soube: todos querem se sentir importantes. É evidente que, naquele momento, ele não se sentia.

Algumas das palavras de Michael em sua autobiografia Moonwalk me assombram agora. Ele estava falando sobre como é triste para os fãs quando um artista que amam, morre jovem.

'Como fã, você se sente enganado porque você não chegou a vê-los evoluir, à medida que fossem ficando mais velhos.' Isso é exatamente como me sinto. Michael tem estado na minha vida desde a infância, e o fato de que eu não posso envelhecer 'com' ele me faz sentir enganada.

Penso que a razão pela qual o livro me afetou tão profundamente é que ele trouxe à tona o fato de que a morte de Michael sinaliza o fim de uma era.

Uma coisa é certa, porém: o jovem garoto que roubou meu coração há tantos anos, agora o tem para sempre.

Ele merece ser honrado, respeitado, e lembrado de uma forma positiva. As memórias de Jermaine fazem isso. Ele escreveu um livro muito amoroso sobre Michael, e eu encorajo a todos para lê-lo.'

Por Linda Higgins  *Escritora e editora-chefe do Michael Jackson Tribute Portrait

Título original do texto: The End of an Era: My Thoughts About Jermaine's Book

A tradução do livro se encontra publicada aqui

Fonte: http://www.michaeljacksontributeportrait.com