O Michael Humanitário

África, 1992
''Havia muitas desvantagens para a fama de Michael, mas ele reconheceu, desde o início, que ela dava-lhe uma plataforma e o poder de fazer a diferença com sua música, e mensagens de esperança, amor, humanidade básica e a Mãe Terra. Ele reconheceu a unidade na música e sentiu sua força de galvanização como o único meio de comunicação universal que fazia todo mundo ouvir, falar a mesma língua, trazendo a comunhão entre cada raça, credo e cultura.

Michael era um daqueles raros artistas cuja música apertava as mãos com o mundo e reunia as pessoas. Ele tinha o maior coração e ele realmente queria ajudar crianças, alimentá-las e fazê-las felizes, especialmente as não amadas, as menos afortunadas, as doentes, as enfermas e moribundas. Essa não era uma declaração de missão na moda banal em nome de uma estrela pop, era um propósito pelo qual ele viveu e respirou, dedicando grande quantidade de tempo para muitas causas e doando centenas de milhões de dólares para numerosas obras de caridade.

África, 1992
A privacidade de Neverland significava que ninguém testemunhava os ônibus cheios de grupos de caridade e crianças com doenças terminais que, mês após mês, visitavam Neverland como convidados. Como as 200 crianças carentes do Instituto St. Vincent para Deficientes ou aqueles pequeninos da fundação Big Brother, Big Sister. Michael nunca divulgava essas visitas, porque ele apenas seria acusado ​​de um golpe publicitário.

Então, deixe-me lembrar a todos que na edição do milênio do Livro Guiness de Recordes, Michael foi nomeado como a estrela pop que mais doou e apoiou a maioria das organizações de caridade. Era o único registro [no livro] a respeito do qual ele nunca alardeou.

Não que ele precisasse de um anúncio publicitário nas costas, porque a gratidão vinha através das milhares de cartas de líderes de caridade e dos pais que escreviam para explicar como uma visita ou um fim de semana em Neverland tinha fornecido um dia terapêutica há muito necessitado para um filho ou filha doente, ou para uma criança morrer feliz.

Os ônibus cheios de crianças e o exército de pais agradecidos - que confiaram no que viram e não no que liam - são importantes de ter em mente, no contexto do que veio depois.

Eu testemunhei a conexão sincera do meu irmão com as crianças quando nós visitamos hospitais em quase todas as cidades durante a Victory Tour. Ao longo de sua carreira, ele arranjava tempo em todos os horários para visitar hospitais infantis, orfanatos e enfermarias de câncer em todo o mundo. Nesses momentos privilegiados que eu compartilhei em tais visitas, eu o vi usando o ofício que Deus lhe dera para dar algo de volta. Sua interação com uma criança era a coisa mais pura, sem dúvida, para testemunhar.

Eu acho que você teria que estar lá para ver uma dúzia de crianças americanas em torno de Neverland, esquecendo temporariamente a sua quimioterapia. Mas eu vi o que acontecia quando ele entrava em um quarto de hospital: a doença de uma criança parecia desaparecer por um momento, enquanto seu rosto iluminava-se e seus olhos arregalavam-se. Muitas vezes, eu vi pais e enfermeiros chorando nesses momentos.

Eu gosto de comparar o impacto de Michael com a alegria que Papai Noel ou Mickey Mouse causam quando eles entram em uma sala.


Ninguém na nossa família estava surpreendido por nada disso, pois sua empatia com as crianças sempre foi uma parte intrínseca dele, e a mãe lembra-se dele assistindo televisão e chorando por algum acontecimento terrível sobre a notícia.

No centro dessa hiper-sensibilidade estava sua educação religiosa e, como ele sempre lembrou-nos, ''Jesus disse para nós sermos como crianças, para amarmos as crianças, para sermos tão puros como as crianças, e ver o mundo através dos olhos de espanto.

Ele sempre acreditou que nós ''deveríamos dar aos nossos corações e mentes para as pequenas pessoas a quem chamamos de filho e filha por causa do tempo que passamos com eles. É o Sabbath. É o Paraíso''. Esse pensamento - essa mentalidade - é essencial para a compreensão de como o meu irmão aproximava-se e via a sua relação com as crianças.''

Extraído do livro You Are Not Alone de Jermaine Jackson,