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06 novembro 2011

Michael fala com Shmuley (33)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 33 - Michael fala sobre Religião

SB: Michael, eu li em um artigo que uma vez você comparou as pressões que Jesus sofreu com as da celebridade moderna. Você se lembra disso?

MJ: Não, não lembro. Quando foi?

SB: Eu não sei. Pode ter sido inventado. Você tem uma relação com Jesus?

MJ; Jesus, sim. Absolutamente. Mas você [dirigindo-se a mim] acredita em Jesus, não é?

SB: Não, não nele ser o Messias ou sua divindade.

MJ: Você não acredita que ele existiu?

SB: Oh, acreditamos que ele existiu. Acreditamos que ele tenha sido um bom homem, um judeu devoto, um grande professor moral. Mas não acreditamos que ele tenha sido o filho de Deus ou que ele tenha sido o Messias. Eu fui ao Larry King show recentemente e falei com uma das filhas de Billy Graham sobre isso.

Você sente alguma afinidade com Jesus como uma personalidade? Você sente que ele fora um 'adulto-criança', pois ele é retratatdo como sendo uma criatura muito gentil que tinha uma linda mensagem, e no entanto era frágil e vulnerável do lado de fora? Ele seria como um estereótipo de alguém que tem uma criança por dentro?

MJ: Sim, absolutamente.

SB: E é por isso que ele amava estar cercado de crianças?

MJ: Eu acho que se eu me sentasse num cômodo com ele, eu iria seguí-lo em todo lugar que ele fosse, sentir a presença dele. Eu iria me comportar como uma criança, assim como Gandhi.

SB: Pode vê-lo rindo?

MJ: Sim, e Gandhi, quando ri, parece um menino... é tão doce. Esse homem veio do nada e liderou uma nação inteira. Ele não tinha uma posição política e nem governamental. Eu acho que esse é o verdadeiro poder. Isso é incrível. Isso foi um fenômeno - Gandhi. É incrível, fizeram um filme incrível, você assistiu? [confirmo que assisti]

SB: Que história bíblica você acha mais inspiradora?

MJ: Eu adoro o Sermão da Montanha. Eu amo a estória quando os apóstolos discutem entre eles para saberem quem era o maior e Jesus diz: ¨Deveras eu vos digo: A menos que deis meia volta e vos torneis como criancinhas, de modo algum entrareis no reino dos céus." Eu penso que foi perfeito ele dizer isso. Retornar a inocência.

SB: Alguém te disse que parecia que você estaria criando um Jardim do Éden [a conversa era sobre Neverland], sua visão própria de um paraíso perfeito, um refúgio de tudo o que você tinha visto, a insanidade dos adultos do mundo?

MJ: Você foi o primeiro.

SB: A história de Adão e Eva tem algum significado especial para você?

MJ: Claro. Claro.

SB: Você vê qualidade de criança neles?

MJ: Sim, eu gostaria de poder ter visto isso. Foi um simbolismo? Foi real? Aconteceu mesmo? Eu fico confuso, às vezes, que haja uma fenda. Eu questionava os Anciãos ( no Salão do Reino não há pastores e sim, Anciãos), e às vezes, eles não sabiam responder.

SB: Você fazia muitas perguntas sobre a Bíblia?

MJ: Oh, sim. Eu sou do tipo de pessoa que pega o microfone e perguntava: "Bom, e isso e aquilo?" E eles respondiam, "Irmão Jackson, falaremos com você depois!" E apareciam com respostas engraçadas que não iam ao ponto.

SB: Adão e Eva eram dois seres perfeitos que eram como crianças. Foram criados adultos, mas a situação deles é única porque eles eram crianças também. Eles apenas nasceram, apenas foram criados. Então a perfeição deles jaz no fato de serem adultos e crianças ao mesmo tempo. Eles representam a amalgamação das duas virtudes. Então essa é a estória central do que estamos tentando desenvolver, de pessoas serem adultas do lado de fora, mas sempre retendo suas qualidades de criança por dentro. Então essa estória sempre significou alguma coisa para você?

MJ: Mas o que não faz sentido para mim é que Deus os tenha testado [com o fruto proibido]. E se você é Deus deveria saber o que viria. E se voce é Deus, porque testar sua criatura perfeita que não deveria errar? E porque julgar e impelir tal raiva neles, afastá-los e tentá-los com uma serpente? Um Deus faria tal coisa? Eu faria isso com seus filhos? Não eu não faria.

Eu não estou aqui tentando julgar Deus ou criticá-lo de algum jeito, mas às vezes, eu acho que é um simbolismo para nos ensinar certas lições. Eu não sei se realmente aconteceu. Eu não levaria seu bebê ou nenhum de seus filhos para ver se eles fazem algo de certo ou errado. E depois, ter duas crianças [Cain e Abel]. ... Foi incesto? Eles eram dois meninos e como tiveram filhos? E todas essas coisas que eles não sabiam responder para mim.

SB: Essas eram as perguntas que você fazia para os Anciãos?

MJ: Uhuh.

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach