Páginas Extras

Livros Traduzidos

Sobre este blog

01 dezembro 2011

Entrevista concedida por Frank Cascio


P: Como você conheceu Michael?

R: Quando eu tinha quatro anos, meu pai era diretor geral do Helmsley Palace de Nova York e Michael tornou-se amigo dele. Depois que estabeleceram uma relação, Michael quis conhecer o resto da família, até que um dia meu pai me levou a seu encontro. Não tinha ideia de quem era.

P: Sua família ficou muito próxima ao Michael. Você e seu irmão saíram em turnê com ele e sua família celebrou festas com ele. Como foi sua relação pessoal, como foi crescer com ele?

R: Estabelecemos uma amizade verdadeira. Nos tornamos uma grande família, Michael era uma parte dela. Cada aniversário, Natal, Ação de Graças – que fez questão de celebrar conosco. Tornou-se uma tradição para todos nós.

P: Você foi trabalhar para ele quando tinha 18 anos e escreveu que testemunhou alguns de seus problemas com remédios.

R: Houve momentos. Quando comecei a trabalhar para ele, em Munique, ele caiu de certa altura durante um concerto. Que teve um tremendo impacto em suas costas. Quando estamos com dor, os médicos nos dão medicamentos. Teve momentos em que eu estava um pouco preocupado. Definitivamente fui testemunha de alguns deles, mas ele não era um patrão constante – Quero que fique claro. Foi com base no que estava acontecendo em sua vida, seus horários, mas sim, houve momentos em que me preocupava.

P: A família dele tentou intervir?

R: Sim, houve um momento em que sua família queria falar com ele. Michael não queria nenhuma conversação a respeito.

P: Como surgiram as primeiras acusações de inocente contra Michael, como lhe afetaram?

R: Realmente lhe doeu porque ele foi acusado falsamente de algo que não fez. Tudo se reduz na manipulação da família (Jordy Chandler) e dos ciúmes do pai. Foi muito triste. Todo mundo tem uma falsa impressão de Michael. Algo que era tão bonito – a inocência de Michael e seu afeto pelas crianças – deu a volta completamente. Ele estava tão entusiasmado por ajudar as crianças e lhe deram a volta e usaram isso contra ele.

P: Você e seu irmão dormiram em seu quarto centenas de vezes?

R: Não havia nada de sexual nisso.

P: Mas agora, como adulto, você percebe que não era um comportamento normal?

R: Do lado de fora olhando para dentro, entendo completamente como as pessoas poderiam pensar que é esquisito ou impróprio. Posso ver totalmente esse lado, mas era uma situação diferente. Michael era uma pessoa diferente. Não se pode comparar Michael com ninguém deste mundo, porque sinceramente era uma criança em seu coração. Foi realmente uma pessoa especial. Posso dizer que nunca houve nada inapropriado. Ele não tinha nenhuma atração sexual pelas crianças. Elas eram sua inspiração.

P: Você escreveu que uma vez ele teve uma aventura com uma fã.

R: Ele flertava com as fãs. Recordo que uma vez o vi na parte de trás do carro beijando uma fã.

P: Apesar de vocês serem extraordinariamente próximos, também tiveram um distanciamento. O que aconteceu?

R: Foi por conta de uma falta de comunicação durante o segundo julgamento por abuso. Deram a Michael uma informação falsa de que eu não queria testemunhar a seu favor – o que lhe doeu, e não era verdade. Eu estava mais que disposto a testemunhar a favor do Michael. Eu era um co-conspirador não acusado, o que não me permitiram legalmente estar em constante comunicação. Havia ciúmes por parte das pessoas que estavam trabalhando com ele nesse momento. Eles não me queriam por perto e tentaram de tudo para assegurar que eu não voltasse a trabalhar com Michael. Realmente dói porque eu faria qualquer coisa por ele.

P: Você disse que no final de sua vida, ele reconheceu que sua situação financeira era perigosa.

R: Ele reconheceu que as coisas tinham que mudar e nós estávamos no processo de por uma máquina incrível em seu lugar com grandes pessoas dispostas a transformar tudo a seu redor. A certa altura ele tinha maus conselheiros. Estou feliz que John Branca é um dos administradores do Espólio (da confiança de Jackson), porque, através de seus altos e baixos ele sempre fez a coisa certa por Michael.

P: Você fica triste ao ouvir as gravações de Michael que o médico Conrad Murray fez?

R: O fato deste homem tê-lo gravado naquele estado (medicado)... Simplesmente é errado. Não se faz isso. Não se deve tirar proveito de alguém quando se está nesse estado de espírito. É muito triste, porque se você escutar o que está dizendo, ele está verdadeiramente preocupado com as crianças. Está falando da construção de um hospital para elas. Era tão querido para seu coração.

P: Uma das coisas que a maioria chega a ver através do livro é do quanto ele amava ser pai.

R: Ele foi o melhor pai do mundo. Eu acho que nunca vi alguém se preparar para a paternidade como ele. Ele era como um pai substituto para mim, meus irmãos e irmãs. A quantidade de livros que leu sobre paternidade... Ele queria ser o melhor pai do mundo e conseguiu. Não se pode explicar o pai incrível que era. Ele amava seus filhos mais que a própria vida.

Por Bruno Fahning (The Essential) - Fonte: Huffington Post

Créditos: http://forevermichael.forumeiros.com