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27 novembro 2013

¨Michael Jackson: A Visual Documentary¨


"A carreira de Michael é única em toda a história do mundo da música. Do mesmo modo, sabe-se que a mídia é ávida por fofocas. As conquistas de Michael nos anos 1980, fizeram dele o músico de maior influência da década,uma espécie de lenda viva reconhecida mundialmente.

Desde seus vídeos inovadores, coreografias jamais vistas, inúmeros sucessos e performances de tirar o fôlego, até suas atividades humanitárias que perduraram por mais de duas décadas, culminando no lançamento do seu próprio instituto de caridade infantil - a Fundação Heal the World - fizeram com que o nome de Michael Jackson se tornasse sinônimo de bondade e pureza no mundo do entretenimento.

Ele teve a oportunidade de estar com três presidentes dos Estados Unidos em eventos sociais. Tudo parecia ser bom demais para ser verdade. Ter o mundo a seus pés era muita coisa para um homem portador de uma voz capaz de emocionar multidões, independentemente de credo e raça. 

Era quase como se a constante ascensão de poder e influência que Michael ostentava, incomodasse alguém em algum lugar do mundo, e esse alguém estivesse planejando colocar um fim em tudo de uma maneira cruel jamais imaginada. 

E foi desse modo que, em 23 de Agosto de 1993, segunda-feira, durante a turnê em Bangcoc, onde Michael estava prestes a arrebatar milhares de fãs incondicionais com a sua presença eletrizante no palco, que a IMPRENSA MARROM FOI À FORRA. 

Acusações de abuso infantil! A HISTÓRIA DO SÉCULO! COM POUQUÍSSIMO COMPROMISSO COM A VERDADE ou com as consequências, iniciou-se a DISPUTA POR MANCHETES SENSACIONALISTAS NO INTUITO DE AUMENTAR AS VENDAS DE TABLOIDES E A AUDIÊNCIA NOS CANAIS DE TELEVISÃO.

ATÉ QUE ENFIM A MÍDIA TINHA ALGO COM O QUE FERIR, E TALVEZ DESTRUIR A IMAGEM IMACULADA DE MICHAEL.

Exatamente o mesmo meio de comunicação que alavancara a carreira do astro, que o levara às alturas, ao estrelato - a mesma carreira que, provavelmente, nunca veremos igual - agora fomentava a sua derrocada. As reportagens nos tabloides eram FRIAS E MAL-INTENCIONADAS.

Por muitos anos, o relacionamento de Michael com a imprensa não foi bom, sendo agravado por sua recusa em fornecer qualquer tipo de entrevista. Agora era a HORA DE REVIDAR.

A cada dia que se passava, as histórias sobre Michael se tornavam mais e mais ULTRAJANTES, criando um vulto cada vez maior e DENEGRINDO cada vez mais sua imagem.

Afinal de contas, todos sabem que a maioria das pessoas se lembra e acredita nas piores coisas sobre os outros e, MESMO PROVANDO QUE AS ACUSAÇÕES ERAM FALSAS, a imagem de Michael estaria marcada de maneira negativa.

Afirmações CONTESTÁVEIS de pessoas que se diziam testemunhas, prometendo contar tudo - DESDE QUE SE PAGASSE BEM, OBVIAMENTE - eram divulgadas diariamente em larga escala.

Quanto maior fosse o escândalo anunciado pelas "testemunhas", maior era a asfixia dos fãs de Michael. Com a FALTA DE VONTADE DA IMPRENSA EM PUBLICAR QUAISQUER AFIRMAÇÕES POSITIVAS SOBRE O CANTOR OU ATÉ MESMO EM NOTICIAR SUA DEFESA, milhares de admiradores atormentados eram IMPELIDOS A PRESENCIAR JACKSON SOFRENDO VÁRIOS GOLPES A PONTO DE NÃO SUPORTAR MAIS.

Compelidos a estarem ali, indefesos, eles tentavam compreender o que estava acontecendo, em um mundo que eles não mais entendiam. Como podia uma estrela, que outrora brilhara tão intensamente, agora ser CRUELMENTE APAGADA?

Vale a pena mencionar que, enquanto as investigações contra Michael Jackson continuavam, mais de 100 mil crianças se reuniram ao redor do metrô em Nova Iorque para homenageá-lo no segundo Children`s Choice Awards (cerimônia de premiação cujos vencedores são escolhidos pelas crianças), presenteando com o prêmio Caring For Kids (Cuidando das Crianças).

Mesmo com toda a publicidade negativa, ele persistiu aos olhos de cada fã. Ele foi a VOZ DOS SILENCIADOS, O ASTRO MAIS QUERIDO EM TODO O MUNDO.

No começo da década de 1970, quando Berry Gordy arquitetava a explosão dos Jackson Five no cenário musical, a mídia era bem mais facilmente administrada. Aliás, tudo era mais fácil de ser controlado.

Em 2005, as acusações de abuso infantil contra ele foram julgadas improcedentes pelos tribunais. Ele foi inocentado, como eu sempre soube que ele seria.

Na época, disse que o Michael Jackson que eu conhecia, o qual tantas vezes entrevistei, com quem joguei muitos jogos, com quem jantei, visitei hospitais e centros de juventude, com quem assisti a filmes, dei risadas, fui à cerimônias de premiações, e - mais do que tudo - quem vi demonstrar profunda preocupação por centenas de crianças problemáticas, era um HOMEM INOCENTE.

Infelizmente, para Michael, era muito fácil que a imprensa pintasse um quadro negativo de seu estilo de vida.  Era fácil DISTORCER SEUS MOTIVOS E QUESTIONAR SUA SINCERIDADE.

A sua aparência. Sim, ele fez cirurgias plásticas, mas não tantas quantas se especulam. Ele admitia abertamente ter alterado o nariz algumas vezes. GRANDE COISA. METADE DE HOLLYWOOD TAMBÉM JÁ FEZ. E DAÍ?

Em setembro de 1997, ao particiapar de um programa nos Estados Unidos apresentado por Bárbara Waalters, Michael disse que as mudanças em sua aparência não foram só devido a duas plásticas no nariz e um furinho no queixo, mas também devido à mudança de hábito alimentar ao longo dos anos, tendo se tornado vegetariano.

Mas o que mais intrigava as pessoas era a mudança na cor de sua pele. Era porque me sentia mais triste por Michael, pois ele realmente tinha uma doença de pele chamada vitiligo. No entanto, a imprensa ainda ridicularizava a palidez ou o fato dele se esconder do sol.

Quando vemos alguém com queimaduras, ficamos chamando esse alguém disso ou daquilo? MICHAEL TINHA UMA DOENÇA DE PELE INCURÁVEL. A ele restava apenas controlá-la e escondê-la do modo mais antiestético, mas que o deixava confortável.

Na primeira vez que o vi, ele estava em estágio inicial da doença. Porém, com o passar dos anos e encontros subsequentes, pude notar que as manchas estavam aparecendo por toda a sua pele. Esse é um efeito comum do vitiligo.

Seu lar, Neverland, em Santa Ynez, na Califórnia, também era alvo de piadas, somente pelo fato dele ter um parque de diversões e um zoológico. Estive lá em muitas ocasiões e os passeios eram fantásticos! Quem não iria querer ter um parque de diversões? E quem não ama os animais?

Michael tinha espaço suficiente - mais de três mil acres - para abrigar e cuidar de dois zoológicos. Sim, havia lhamas, girafas, elefantes, macacos, tigres e muito mais, e todos eram belíssimos.

Michael adorava os jogos, os passeios e os animais. No entanto, TUDO NÃO ERA SOMENTE PARA SUA SATISFAÇÃO PESSOAL. ERA TAMBÉM PARA O DELEITE DE OUTROS.

Toda semana, Michael abria as portas de seu rancho para CENTENAS DE CRIANÇAS MENOS AFORTUNADAS. Muitas organizações beneficentes tinham o direito de usar as instalações e todos eram tratados pelos funcionários de Michael como CONVIDADOS DE HONRA.

Sempre senti que as pessoas seriam bem mais compreensivas com Michael se o tivessem conhecido como o conheci, se ao menos, ele tivesse se aberto mais e falado as coisas diretamente, como elas são.

Uma vez perguntei-lhe se ele estava ciente de toda a mídia negativa de que era vítima e se não pensava em modificar suas atitudes, para ajudar a combater tudo aquilo.

"SEI DE TUDO QUE ACONTECE. NÃO IMPORTA O QUE EU FAÇA, ELES SEMPRE ESCREVERÃO ALGO RUIM", desabafou duramente.

Infelizmente para Michael, ELE TINHA RAZÃO. Recordo-me de uma viagem à Budapeste em 1994. Michael, junto com Lisa Marie Presley, visitava hospitais infantis, distribuindo presentes e brinquedos. Tive a felicidade de ser a ÚNICA IMPRENSA a ter permissão de lhes acompanhar nos hospitais e estava muito feliz por ajudá-los a distribuir os presentes a algumas das crianças adoentadas.

Contudo, a imprensa, incrédula, sugeriu que a viagem (parte da campanha Heal the World - Cure o Mundo) não passava de um golpe publicitário. 

O que eles não divulgaram, foi o momento emocionante em que Michael colocou um sorriso no rosto de uma menina moribunda, que havia permanecido imóvel e em silêncio por semanas. A mãe dela, sempre ao seu lado em constante vigília, se derramou em lágrimas ao ver sua filha erguer os braços e tocar a mão de Michael. Contando até parece milagre, mas vi tudo com meus próprios olhos.

ENTÃO, POR QUAL MOTIVO AS PESSOAS INSISTIAM EM DIMINUIR ALGUÉM QUE VERDADEIRAMENTE SE IMPORTAVA E QUE, POR ACASO, TAMBÉM ERA O MAIOR ARTISTA DE TODO O MUNDO?

Penso que a razão era falta de compreensão. As pessoas achavam difícil se relacionar com Michael do mesmo modo que se relacionavam com qualquer outra celebridade, principalmente nessa era de invasão de privacidade.

Michael estava - E SEMPRE ESTARÁ - em um pedestal muito alto, que o tornou ÚNICO, e houve muitos INVEJOSOS ou que se sentiram intimidados por ele e, por isso, QUERIAM TIRÁ-LO DE SEU POSTO. ELE SOFREU ACUSAÇÕES DE TODA SORTE, mas como o próprio Michael dizia:

'NÃO JULGUE UM HOMEM ATÉ QUE VOCÊ TENHA PASSADO NA PELE O QUE ELE PASSOU.'

Uma vez, perguntei a ele qual conquista sua julgava ser a mais importante. Durante a viagem à Budapeste, em 1994, ele prometeu ajudar um menino húngaro, de 8 anos, chamado Bella, que estava morrendo de câncer. Michael salvou a vida do garoto com uma cirurgia que ele e sua fundação pagaram.

'Salvar a vida de Bella foi, sem dúvida, um dos momentos mais importantes da minha vida', disse Michael honestamente e, portanto, ressaltando a pessoa humanista e dedicada que era.

Significa muito para mim, o fato de ter tido a oportunidade de documentar a história de um dos maiores artistas de todo o mundo. 

De fato, um dos momentos de que mais me orgulho, foi o dia em que estive em Neverland e vi que Michael tinha a Árvore Genealógica deste livro e a colocou ao lado do enorme piano, com o qual entretinha seus convidados. 

Ele também me confidenciou o quão agradecido estava pelo meu trabalho e reconheceu o Documentário Visual nos agradecimentos de seu álbum History.

Teria sido fácil para mim, aproveitar-me de toda a confiança que ele depositava em mim e escrever um livro de fofocas, transformando-o em motivo de risada, só poque ele parecia ser muito excêntrico ou diferente da maioria das pessoas. 

Mas não me juntarei às legiões de seus FALSOS AMIGOS QUE SE VENDERAM POR QUALQUER DINHEIRO. Prefiro me manter ÍNTEGRO e fazer O QUE É CERTO, enquanto eu puder."

* Texto extraído da BIOGRAFIA AUTORIZADA Michael Jackson: A Visual Documentary escrito por Adrian Grant


Créditos: O meu agradecimento à minha amiga Wendy do blog Michael Jackson Inocente pelo seu trabalho de transcrição.