"O falecimento de Michael Jackson há algumas semanas trouxe de volta as memórias e experiências que eu tive trabalhando como segurança para um de seus concertos no Fulton County Stadium, Atlanta, em 1984.
Eu não fazia o estilo ''leão de chácara'', mas um colega meu da faculdade era amigo de um segurança para o concerto Victory Tour. Ele animadamente informou que ainda necessitavam de vários seguranças e eu, claro, rapidamente declinei. Mas alguns dias antes do concerto eu relutantemente concordei em substituir um colega que teve que se afastar.
Eu digo que fui relutante porque a minha memória de outros concertos que eu tinha visto era dos caras de segurança que agarram as pessoas para fora do palco, empurrando a elas, se necessário, e geralmente fazendo muito mais combate do que eu realmente desejaria.
Eu realmente não sabia no que eu tinha me metido enquanto nós nos dirigimos até o estádio para conhecer a chefia da segurança e receber todas as instruções.
Os caras da segurança regulares que trabalhavam em todos os eventos já estavam na sala de reunião e eu acho que nós recebemos algumas instruções gerais e as camisetas oficiais para vestir. Eu peguei a minha camiseta amarela brilhante com entusiasmo, tentando não parecer ansioso para esta função.
Eu desdobrei a camiseta e vi escrito na parte da frente com grandes letras em preto - EQUIPE - e depois eu a virei e... mas que droga.... a mesma coisa do lado de trás. Nada escrito sobre ser a Victory Tour ou sobre Michael Jackson, nem mesmo uma imagem de uma luva de lantejoulas para conectar esta camiseta com o momento do qual eu estava prestes a participar.
Eu não me lembro de quaisquer outras instruções específicas dessa reunião, mas eu lembro de eu ter sido designado para seguir o cara que era um funcionário regular e ele diria qual seria o meu trabalho. Este colega - a quem eu vou chamar de Bubba - parecia com um ''leão de chácara'' com os bíceps gigantes [...] e eu segui a ele para o nosso posto, que ficava ao nível do chão no final de um corredor sobre 40 metros do palco.
Bubba me disse que tudo o que eu realmente teria que fazer era garantir a segurança de qualquer um que passasse por nós pelo corredor e que fosse em direção ao palco. Ainda assim, eu continuei a imaginar que eu teria que enfrentar e lutar com os fãs de Michael Jackson até que eu vi a multidão e percebi que a maioria dos 30.000 frequentadores pareciam ser os pais e seus filhos.
'Isso vai ser moleza!!'' eu pensei. Porém, a minha percepção mudou rapidamente. Logo após o concerto começar, eu me encontrei cara a cara com uma mãe irritada, gritando algo para mim sobre ter pago US $ 15 por cada bilhete e sua filha nem mesmo era capaz de ver Michael de seus assentos no andar superior. [...]
Bubba me socorreu e disse que eu poderia acompanhá-los para baixo em direção ao palco para que tivessem uma visão melhor e, em seguida, eu deveria retornar. Eu acreditei que centenas de pais e filhos exigiriam o mesmo tratamento, mas isso não aconteceu.
Durante os próximos 30 minutos eu estaria escoltando mais um par de crianças abaixo do corredor, mas ninguém mais tentou descer. E foi durante essas viagens para o palco que a minha experiência de um concerto mudou completamente. Estar de frente para Michael Jackson e tão próximo a ele foi uma das coisas mais eletrizantes que eu já senti. Havia uma paixão e intensidade tão incrível em cada etapa, cada gesto e expressão facial. Foi impossível me afastar dessa visão e eu tive que chegar mais perto do palco.
E eu o fiz. Quero dizer, Bubba não estava precisando de mim e eu percebi que eu ainda poderia estar próximo da minha posição oficial do meio do corredor e com a desculpa pronta - se Bubba perguntasse, eu diria que eu tinha ido buscar qualquer coisa.
Eu retornei para o palco e estiquei o pescoço, mas eu ainda não estava perto o suficiente. Todos os caras de segurança em torno do palco tinham o mesmo porte físico avantajado como Bubba, no entanto, eu cautelosamente me mantive por trás da linha até que eu me coloquei em uma lacuna em seu anel de proteção.
Ninguém me disse nada. Eu não podia acreditar. Eu consegui experimentar o restante do concerto a partir deste ponto de observação onde eu poderia me absorver completamente no desempenho fenomenal de Michael Jackson.
Eu não me lembro de mais nada além do concerto, ou mesmo para onde a segurança seguiu ou como nós saímos. De volta à escola, o meu amigo a quem eu havia substituído estava convencido de que eu devia lhe entregar a camiseta, porque tinha sido ele quem fez a inscrição. Eu a entreguei sem muita angústia, visto ela não ter maiores referências.
Eu ainda podia sentir ao longo de todo o meu corpo a intensidade e emoção que me atraiu em direção ao palco, e isso era um sentimento que eu percebi que permaneceria para sempre. Eu fui capaz de recuperar esse sentimento todas as vezes em que eu assisti a muitos vídeos e performances de Michael Jackson quando eles foram reproduzidos por vários dias após a sua passagem. E eu desejaria ter aquela camiseta agora!''
Ken Hoffman (depoimento de fã)
Fonte: http://www.pollstar.com
Eu digo que fui relutante porque a minha memória de outros concertos que eu tinha visto era dos caras de segurança que agarram as pessoas para fora do palco, empurrando a elas, se necessário, e geralmente fazendo muito mais combate do que eu realmente desejaria.
Eu realmente não sabia no que eu tinha me metido enquanto nós nos dirigimos até o estádio para conhecer a chefia da segurança e receber todas as instruções.
Os caras da segurança regulares que trabalhavam em todos os eventos já estavam na sala de reunião e eu acho que nós recebemos algumas instruções gerais e as camisetas oficiais para vestir. Eu peguei a minha camiseta amarela brilhante com entusiasmo, tentando não parecer ansioso para esta função.
Eu desdobrei a camiseta e vi escrito na parte da frente com grandes letras em preto - EQUIPE - e depois eu a virei e... mas que droga.... a mesma coisa do lado de trás. Nada escrito sobre ser a Victory Tour ou sobre Michael Jackson, nem mesmo uma imagem de uma luva de lantejoulas para conectar esta camiseta com o momento do qual eu estava prestes a participar.
Eu não me lembro de quaisquer outras instruções específicas dessa reunião, mas eu lembro de eu ter sido designado para seguir o cara que era um funcionário regular e ele diria qual seria o meu trabalho. Este colega - a quem eu vou chamar de Bubba - parecia com um ''leão de chácara'' com os bíceps gigantes [...] e eu segui a ele para o nosso posto, que ficava ao nível do chão no final de um corredor sobre 40 metros do palco.
Bubba me disse que tudo o que eu realmente teria que fazer era garantir a segurança de qualquer um que passasse por nós pelo corredor e que fosse em direção ao palco. Ainda assim, eu continuei a imaginar que eu teria que enfrentar e lutar com os fãs de Michael Jackson até que eu vi a multidão e percebi que a maioria dos 30.000 frequentadores pareciam ser os pais e seus filhos.
'Isso vai ser moleza!!'' eu pensei. Porém, a minha percepção mudou rapidamente. Logo após o concerto começar, eu me encontrei cara a cara com uma mãe irritada, gritando algo para mim sobre ter pago US $ 15 por cada bilhete e sua filha nem mesmo era capaz de ver Michael de seus assentos no andar superior. [...]
Bubba me socorreu e disse que eu poderia acompanhá-los para baixo em direção ao palco para que tivessem uma visão melhor e, em seguida, eu deveria retornar. Eu acreditei que centenas de pais e filhos exigiriam o mesmo tratamento, mas isso não aconteceu.
Durante os próximos 30 minutos eu estaria escoltando mais um par de crianças abaixo do corredor, mas ninguém mais tentou descer. E foi durante essas viagens para o palco que a minha experiência de um concerto mudou completamente. Estar de frente para Michael Jackson e tão próximo a ele foi uma das coisas mais eletrizantes que eu já senti. Havia uma paixão e intensidade tão incrível em cada etapa, cada gesto e expressão facial. Foi impossível me afastar dessa visão e eu tive que chegar mais perto do palco.
E eu o fiz. Quero dizer, Bubba não estava precisando de mim e eu percebi que eu ainda poderia estar próximo da minha posição oficial do meio do corredor e com a desculpa pronta - se Bubba perguntasse, eu diria que eu tinha ido buscar qualquer coisa.
Eu retornei para o palco e estiquei o pescoço, mas eu ainda não estava perto o suficiente. Todos os caras de segurança em torno do palco tinham o mesmo porte físico avantajado como Bubba, no entanto, eu cautelosamente me mantive por trás da linha até que eu me coloquei em uma lacuna em seu anel de proteção.
Ninguém me disse nada. Eu não podia acreditar. Eu consegui experimentar o restante do concerto a partir deste ponto de observação onde eu poderia me absorver completamente no desempenho fenomenal de Michael Jackson.
Eu não me lembro de mais nada além do concerto, ou mesmo para onde a segurança seguiu ou como nós saímos. De volta à escola, o meu amigo a quem eu havia substituído estava convencido de que eu devia lhe entregar a camiseta, porque tinha sido ele quem fez a inscrição. Eu a entreguei sem muita angústia, visto ela não ter maiores referências.
Eu ainda podia sentir ao longo de todo o meu corpo a intensidade e emoção que me atraiu em direção ao palco, e isso era um sentimento que eu percebi que permaneceria para sempre. Eu fui capaz de recuperar esse sentimento todas as vezes em que eu assisti a muitos vídeos e performances de Michael Jackson quando eles foram reproduzidos por vários dias após a sua passagem. E eu desejaria ter aquela camiseta agora!''
Ken Hoffman (depoimento de fã)
Fonte: http://www.pollstar.com