Michael fala com Shmuley (07)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 07 - Em busca da amizade

SB: Amor e medo, como eu disse são anti éticos. São como fogo e água. "Quanto mais do primeiro, menos do último"(provérbio local). Quanto mais valioso você se sentir, menos você teme sua destruição. Quanto mais amor você tem em sua vida, menos espaço fica para o medo.

MJ: Isso está certo. Eu costumava andar pelas ruas pedindo para as pessoas serem minhas amigas. É verdade, lá em Encino. As pessoas olhavam pra mim e diziam "Michael Jackson!" Eu só queria conversar com alguém. Eu ficava lá, sozinho em casa e minha mãe e meu pai ficavam no andar debaixo, assistindo TV.

Eu ficava de pé em meu velho quarto e todos os meus irmãos e as coisas deles já haviam sido removidas por que eles haviam se casado e tal, e eu estava lá sozinho, sem poder ir a lugar algum. Você se sente um prisioneiro, sente que vai morrer. E é isso.

Eu estou caminhando e apenas caminhando pela rua, o tráfego pára e pessoas começam a bater fotos. Eu sabia que aparentava estar triste e que algumas pessoas diriam "O que está fazendo?" eu responderia "Estou caminhando." E elas diriam "Por que está caminhando? Onde estão os guarda-costas?" Eu responderia "Não estou afim disso. Eu só quero caminhar e estou procurando alguém para conversar comigo!" Então elas conversavam comigo.

Eu fiz isso várias vezes. Eu pedia para as pessoas serem minhas amigas e elas diziam "Claro!" É verdade. Eu ia a parques. Então eu percebi que isso poderia ser perigoso também, mas estava triste demais.

SB: Elas ficavam intimidadas quando você pedia para serem amigas suas? Elas disseram "Não posso ser seu amigo... você é Michael Jackson?"

MJ: Eu até pedia o número de telefone delas. Então eu percebi que era muito difícil encontrar um amigo porque eles faziam amizade com o que viam. São amigos de verdade? Então ficava difícil.

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach