O depoimento no México


No início da década de 90, Michael Jackson foi acusado de ter cometido plágio nas seguintes músicas: The Girl Is Mine, Thriller e We Are The World. Posteriormente, o processo foi encerrado A FAVOR de Michael.

O que se segue é a transcrição das principais partes de seu depoimento na ocasião, prestado no México, durante a turnê Dangerous. O depoimento deve interessar à comunidade de fãs devido aos comentários detalhados de Michael quanto a seu processo criativo, à sua narração de momentos históricos na produção do álbum Thriller, à citação de dezenas de músicas ainda inéditas, à verdadeira aula de teoria musical oferecida por Michael, entre outros.

8 de novembro de 1993

As abreviaturas:
A: Advogado
MJ: Michael Jackson
P: Promotor
PR: Procurador

A: “Sr. Jackson, qual a sua profissão?”
MJ: “Entertainer, dançarino, cantor, compositor, ator…”
A: “Me desculpe, mas há quanto tempo você é entertainer?”
MJ: “Desde os 5 anos de idade.”
A: “Sem entrar em muitos detalhes, você poderia me contar como começou como entertainer?”
MJ: “Bem, cantando pela casa… dançando… fazendo barulhos… você sabe… sons… fazendo meus próprios ritmos… fazendo minha própria música, cantando… você sabe, esse tipo de coisa.”
A: “Ahn… E você lembra quantos anos tinha? Quando começou a se apresentar profissionalmente?”
MJ: “Humm… talvez aos 10 anos.”
A: “Qual era o nome do grupo em que você se apresentava quando começou?
MJ: “The Jackson 5.”
A: “E quem fazia parte dos Jackson 5?”
MJ: “Marlon… Tito… Jackie… Jermaine… Randy… [contando nos dedos enquanto susurra] ''sim, era isso.”
A: “Em algum ponto você se tornou um artista solo?”
MJ: “Sim.”
A: “Você se lembra quando?”
MJ: “Bem… eu fiz trabalhos solo…Ben, Got To Be There, Rockin’ Robin’, I Wanna Be Where You Are… todas essas músicas são solo enquanto eu ainda estava nos Jackson 5, não significando que eu havia deixado o grupo.”
A: “Você disse que uma de suas profissões é a de compositor. Quando você começou a escrever músicas?”
MJ: “Eu comecei a escrever música tão jovem quanto… eu diria aos 8 anos de idade… 8 ou 9.”
A: “Alguma música que você compôs já foi gravada?”
MJ “Algumas… sim.”
A: “Mais ou menos quantas músicas que você escreveu foram lançadas?”
MJ: “Rapaz… eu nunca contei… provavelmente mais de 30, 40.”
A: “E novamente, sem entrar em muitos detalhes, você já ganhou algum prêmio?”
MJ: “Muitos!”
A: “Você poderia dizer alguns deles?”
MJ: “Bem… tem os Grammy Awards, American Music Awards, os NAACP Awards... Black Caucus Awards… todos os tipos de prêmios na minha área. Ddesculpe… eu sei que isso mata o… [aponta para alguém longe da câmera  bebe água.]
A: “Me diga, Sr. Jackson, é verdade que você não tem se sentido muito bem esses dias?”
MJ: “Sim, é verdade.”
A: “Você fez alguma cirurgia oral?”
MJ: “Sim.”
A: “Se em algum momento você não estiver se sentindo bem ou estiver desconfortável, você me dirá e faremos um intervalo?”
MJ: “Certamente.”


A: “Obrigado. Qual foi a primeira canção que você escreveu e foi lançada? Se você lembrar.”
MJ: “Uma canção chamada Blues Away em um dos álbuns dos Jacksons.”
A: “Você se lembra qual deles?”
MJ: “Acho que o álbum se chamava Goin’ Places ou Destiny. Não tenho certeza.”
A: “Você fez algum álbum como artista solo?”
MJ: “Sim.”
A: “Pode dizer os nomes para mim?”
MJ: “Ben, Got To Be There, Music And Me… há alguns outros pela Motown mas não consigo lembrar agora. Depois tem Off The Wall, Thriller, Bad, Dangerous…”
A: “Ahn… você consegue lembrar quando o álbum Off The Wall foi lançado?”
MJ: “Em 70 e alguma coisa, mas não tenho certeza.”
A: “Você escreveu alguma das músicas que foram incluídas no álbum Off The Wall?”
MJ: “Sim.”
A: “Quais?”
MJ:”Don´t Stop ‘Til You Get Enough’ e Working Day And Night e eu co-escrevi uma com outro músico, chamada Get On The Floor.”
A: “Quem era o outro músico?”
MJ: “Seu nome é… não consigo lembrar seu nome agora.”
A: “Bem… ok.  O grupo The Jacksons fizeram um álbum chamado Triumph?”
MJ: “Triumph… sim.”
A: “Se lembra quando?”
MJ: “Não, eu sou péssimo em datas.”
A: “Sr. Jackson, você escreveu alguma das músicas que entraram no álbum Triumph?”
MJ: “Sim.”
A: “Quais?”
MJ: “Eu co-escrevi Can You Feel It com meus irmãos… That’s Was What You Get For Being Polite com meus irmãos…All Night, com meus irmãos… Jack Still, com meus irmãos… acho que há algumas outras, só não consigo lembrar dos nomes agora.
A: “Sr. Jackson, geralmente como você compôe? Pode me dizer qual o processo que você faz quando você está escrevendo uma canção, se há um processo?
MJ: “Bem, o processo que eu faço é… as músicas simplesmente vêm, elas se criam. Eu sou apenas o instrumento pelo qual elas vêm, e é uma coisa linda, é muito espiritual, é como ficar em baixo de um árvore, deixar uma folha cair e tentar pegá-la. É tão bonito, assim ela vem da minha cabeça. Eu poderia estar caminhando por uma rua, ou poderia está sentado num banco da Disney, comendo amendoim, e é assim, está na minha cabeça, ou eu poderia está no banho ou acordar, como fiz quando escrevi We Are The World, e simplesmente a música estar lá, bem na minha mente, a composição inteira, é assim que acontece.


A: “Uma vez que você tem a música em sua cabeça, o que faz em seguida?”
MJ: “Eu vou a um gravador e ponho os sons nele. Oralmente, com minha boca, fazendo sons de como eu quero o contrabaixo ou as cordas ou a bateria, ou cada parte da maneira como eu ouço, porque o segredo é colocar numa fita exatamente o que você está ouvindo na cabeça.”
A: “Você sabe que uma das músicas em questão neste processo é uma chamada de The Girl Is Mine? Você está a par disso?”
MJ: “Sim.”
A: “Como você teve a idéia para ela… da mesma forma que você acabou de descrever?”
MJ: “Simplesmente veio… simplesmente veio. Sabe, Quincy me disse: ‘escreva uma música em que você e Paul McCartney possam cantar juntos’… então, acho que fui dormir e, quando acordei no dia seguinte, ela estava lá, então corri até o gravador e comecei a gravar o que ouvia na minha cabeça.”
A: “Em algum momento você fez uma gravação de The Girl Is Mine numa fita, uma fita de trabalho?”
MJ: “Sim.”
A: “Eu gostaria de mostrar um documento para você que…”
[na fita se ouve Michael Jackson fazendo beat box e cantando algumas palavras de The Girl Is Mine]
MJ: [mexendo a cabeça junto com a batida e sorrindo.]
MJ: “Esse sou eu compondo as partes de The Girl Is Mine… a criando... músicas se criam, simplesmente vêm de mim. Simplesmente vêm de dentro para fora. E acho que sou apenas um instrumento pelo qual elas vêm e… Você me perguntou como eu criava e comecei a mostrar para lhe dar um exemplo de como é, como eu crio canções, e quando eu crio minha música faço esses sons. Eu escrevi uma música chamada Who Is It…”
P: “Objeção!”
A: “Você lembra onde estava quando a canção The Girl Is Mine surgiu para você, Sr. Jackson?”
MJ: “Eu acho que estava na casa de Encino ou em um condomínio, porque nós estávamos reformando a casa e ficando num lugar menor.”
[Se ouve Michael Jackson na fita fazendo beat box.]
A: “Você estava fazendo alguns sons com sua boca. Qual o objetivo disso?”
MJ: “Os sons são os ritmos que eu faço. Compus uma música no álbum Dangerous chamada Who Is It e o que faço é: pego um gravador de fita e gravo os sons da maneira como eu os ouço na minha cabeça, e ouço o contrabaixo, a percussão, a bateria… e Who Is It fica assim...
[Michael começa a fazer o beat box de Who Is It.]
A: “Poderia nos mostrar rapidamente como fez na fita os sons de The Girl Is Mine?”
MJ: “Claro. [Michael começa a fazer o beat box de The Girl Is Mine.]
''The girl is mine… desculpe… minha voz… estou realmente rouco. Tive um show noite passada… minha garganta está péssima.”
A: “Você estava cantando umas letras e outras não, certo?”
MJ: “Sim.”
A: “Por quê?”
MJ: “Porque certas palavras vêm na sua cabeça num determinado momento que estão combinando com a melodia, certas palavras vêm com a melodia ao mesmo tempo.
[Michael canta Heal the World] Digo, não pensei sobre isso, simplesmente veio...
[cantando Make it a better place.] ...então veio com a melodia… [cantando Heal the World]
Eu pensei, ‘nossa, isso é legal, curar o mundo…vamos curar nosso planeta.'
[a fita continua a ser tocada.]
A: “Você só cantou…você acabou de ouvir umas palavras na fita?
MJ: “É aquela parte da música eu nunca usei.”
A: “Por que não?”
MJ: “Porque estava em outra direção e eu posso dizer ouvindo para onde vai provavelmente segue para  da da da da… porque está mais para ir nesta direção… Eu não ouço isso desde aquela época.
Daí vai…'' [cantando de novo.]
A: “Que parte você estava então cantando logo antes de eu parar a fita?”
MJ: “Métricas, rimas musicais que podem agir em contraste com a parte principal[cantando], poderia ser um teclado, poderia ser uma flauta, poderia ser uma parte com instrumentos de corda. É como se fosse uma tapeçaria de sons, que é a lei da música.”
[MJ cantando na fita: “cordas, daa daa”]
A: “O que você disse ali?”
MJ: “Cordas. Daa daa daa… é a parte que daria um verso, como um segundo verso, que daria o ápice da música… que a desenvolveria.”
A: “Você estava imitando um instrumento em particular quando fez esse som?”
MJ: “Sim.”
A: “Qual?”
MJ: “De cordas… eu até disse… eu disse 'Cordas’… [cantando] Daa daa… O que eu estava fazendo era criar.”
A: “Me deixe perguntar a você, o que estava fazendo agora?”
MJ: Certo. Depois de criar a melodia eu então estava criando os diferentes sons que queria que se encaixassem na melodia. O que cada instrumento deveria fazer...”
[Um pequeno trecho da fita é tocado.]
MJ: “… para se criar a música.''
A:”O que você estava fazendo nesse momento?*
MJ: “Criando uma parte de corneta francesa que eu nunca usei.
A: “Obrigado.”
[MJ na fita: “Isso serão cornetas suaves…”]
MJ: “Viu?”
[MJ na fita: “e não escreva a música…”]
[MJ: balança os punhos no ar e sorri.]
[MJ na fita: “Não escreva nada, deixe a música se criar.”]
MJ: [balançando o punho direito no ar e sorrindo.] Essa é a minha lei…
[MJ na fita: “E não escreva a música, não escreva nada… deixe a música se criar, deixe as cordas dizerem o que fazer, onde elas dever entrar… deixe o piano dizer que acordes atingir… O que quer que seja, deixe o contrabaixo dizer o que deve ser feito, tudo…deixe-o se construir… deixe-o se formar… deixe-o fazer o que ele quiser… não force a música… “Deixe a música forçar você… Deixe a música dizer a você aonde ir.”]
MJ: “O que eu quis dizer foi que uma música cria a si própria. Eu sou apenas um instrumento pelo qual ela surge, tudo se cria. Quando uma música vem para mim, eu ouço as cordas, eu ouço o contrabaixo, eu ouço a bateria, tudo vem como em um pacote. É como pegar uma folha que cai da árvore, é a coisa mais espiritual, mais linda que pode acontecer. Isso vem a mim e, às vezes, eu simplesmente fico de joelhos e oro a Deus em gratidão ao que acontece, ao que vem para mim e é isso que eu estou dizendo. Deixe a música se criar porque ela mesma se cria.”
[MJ na fita conversando sobre harmonia vocal.]
A: “O que você disse nessa parte?”
MJ: “Algum tipo de harmonia… o que estou tentando fazer é o que estou ouvindo em minha cabeça é algum tipo de métrica para se fazer o refrão. Quando o refrão se forma, ele deve ser como uma flor desabrochando em seu rosto… então para se criá-lo e fazer com que aconteça, você tem que adicioná-lo a outros sons para fazê-lo agradável e bonito e é isso.”
A: “O que é a bridge de uma música?”
[MJ canta I love you more than he…]
A: “Eu fiz uma pergunta mais genérica… o que é uma bridge?”
MJ: “O que é uma bridge?”
A: “Sim.”
MJ: “Uma bridge… é levar você de A para B, é levar você do verso para outra parte, é escapismo de ouvir a mesma coisa trivial, comum, que você esteve ouvindo o tempo todo, porque o ouvido cansa de escutar sempre as mesmas palavras, então é o que faz uma bridge. Ela leva você pra longe disso. E quando finalmente o que você estava ouvindo antes volta, vem mais forte, está muito mais forte. Tem um efeito muito mais forte.”
A: “Sobre a parte que eu acabei de colocar, o que você estava fazendo?”
MJ: “Criando ou descobrindo, poderia dizer. Porque eu tento não inventar, eu tento descobrir o que há e eu estou descobrindo aonde a música quer ir e é a bridge, é a passagem da música, são essas mudanças.
Isso me lembra uma canção que escrevi recentemente na Rússia chamada Stranger In Moscow e eu fiz o mesmo processo. Tentar passar para um microfone o que você está ouvindo em sua cabeça é muito difícil às vezes, porque você tem apenas uma voz, mas está ouvindo acordes completos, então é uma coisa muito difícil de se fazer, mas você faz o seu melhor.”
A: “O que é um acorde, Sr. Jackson?”
MJ: “O que é um acorde?”
A: “É… na música.”
MJ: “Um acorde é harmonia, é um som agradável, algo que pode ser prazeroso aos ouvidos… música.”
[MJ na fita: “Os acordes da bridge são…'']
MJ: “Eu estou dizendo os acordes da bridge… Só estou apresentando quais os acordes, apenas definindo na minha cabeça quais deveriam ser os acordes para acompanhar a melodia, então que é muito importante.”
[MJ na fita canta “Waaaaaaaaaaaaaaaaaaa”.]
A: “Sr. Jackson, o que estava fazendo nesse ponto?”
MJ: “Eu estava fazendo sons background que eu fiz na demo, que é apenas uma das notas, só a parte harmônica. Acho que há umas seis notas de harmonia, aquela é apenas uma das seis.”
[MJ na fita canta “Aaaaaa Aaaaaa”]
A: “O que estava fazendo agora?”
MJ: “A mesma coisa, é uma parte harmônica que vai contra a outra harmonia. Estou criando diferentes notas que são harmonias que irão em contraste com a música. Estou criando todas as harmonias e todos os sons, cada som individual que compõe o todo de The Girl Is Mine.”
A: “Você está bem, Sr. Jackson? Quer um intervalo?”
MJ: Não, minha boca dói…” 

Após o intervalo.

A: “Sr. Jackson, durante o intervalo você achou necessário tomar um analgésico?”
MJ: “Se eu acho necessário?”
A: “Você, durante o intervalo você teve que tomar algum remédio para sua dor?”
MJ: “Sim.”
A: “Eu gostaria que você falasse agora sobre a canção Thriller. Você teve algum papel na composição da música?”
MJ: “Não.”
A: “Quando você ouviu a canção pela primeira vez?”
MJ: “Quando eu ouvi a canção, ela se chamava… tinha um nome diferente… Eu a ouvi em Encino, na minha casa de Encino… Estava com um outro título.”
A: “Qual era o título?”
MJ: “Starlight Sun.”
A: “Que eventualmente veio a ser Thriller? Você fez algumas mudanças em relação a sua atuação na música?”
MJ: “Não que eu possa lembrar.”
A: “Você teve alguma participação na composição da música no trecho ‘It’s close to midnight and something evil’s lurking in the dark?”
MJ: “Não.”
A: “Em algum momento, em sua carreira profissional, Joseph Jackson alguma vez forneceu músicas que você ou seu grupo cantariam com intuitos de gravação?”
MJ: “Repete a pergunta?”
A: Sim, em algum momento durante sua carreira profissional, Joseph Jackson teve alguma vez um papel em selecionar as músicas que você ou seu grupo apresentariam?”
MJ: “Não.”
A: “Finalmente eu gostaria de me voltar para We Are The World. Quem compôs a canção We Are The World, Sr. Jackson?”
MJ: “Eu escrevi We Are The World e Lionel Ritchie também ajudou.”
A: “ Como você se envolveu com We Are The World?”
MJ: “Quincy Jones me telefonou. Eu estava no meu quarto em Encino e ele disse: ‘Smelly…’ ele me chama de ‘Smely’… ele disse: ‘Smelly, nós precisamos de uma canção para as crianças do mundo... há um monte de crianças morrendo, e eu quero que você e Lionel Ritchie se juntem e escrevam uma canção… Eu pedi a Stevie Wonder para escrever uma canção, mas ele demora… você sabe como o Stevie é’, ele disse… ele é brilhante, mas demora até começar.’ 
Eu disse 'Quincyyy… eu acabei de terminar Thriller… eu passei simplesmente o tempo inteiro no estúdio, e eu não gostaria.’ Ele disse: ‘mas seria muito importante para as crianças…’ 
Assim que ele disse isso… ele sabe como me sinto em relação às crianças e como aquilo seria importante para mim. Então eu disse: ‘Eu farei.’ E então eu me juntei ao Lionel e nós nos encontramos e ficamos à toa por dois dias, fazendo nada, só rindo um do outro e brincando,  porque nós não nos encontrávamos desde que eu tinha 8 anos de idade ou coisa assim.”
A: “Como você conheceu Lionel Ritchie?”
MJ: “Ele costumava abrir [os concertos para] meu grupo, The Jackson 5, nas primeiras turnês como The Commodores e depois que ele se apresentava, ele saía e controlava os fãs. Então ele era também como um guarda-costas em frente ao palco, segurando toda a garotada, então nós tínhamos uma ótima relação, e rimos sobre os velhos tempos, tínhamos muita coisa para colocar em dia. Então conversamos e rimos e jogamos coisas um no outro e fizemos piada e  não tínhamos feito nada. Então no terceiro dia, acho que era o terceiro, eu acordei com a melodia na minha cabeça.”
A: “Em algum momento o Sr. Ritchie lhe trouxe alguma melodia?”
MJ: “Sim, Lionel trouxe algo pra mim… Ele também tinha algo em mente.”
A: “O que era? Pode cantar?”
MJ: “Sim, ele tinha… Acho que ele colocou na fita e ele cantou pra mim. Ele disse: ‘Isso é tudo que tenho e espero que você goste…’ Foi assim: [Michael canta a melodia We are the world, we are the children... da de da dum… da de da dum dum] E foi isso.”

[Vídeo adicionado por este blog]

A: “E você gostou?”
MJ: “Sim, eu disse: ‘é legal…'
A: “E o que aconteceu?”
MJ: “Eu disse: ‘bem, ouça isso…’ E cantei pra ele…Não! Não foi isso que aconteceu! Eu disse ‘Tenho algo em mente também.’ Eu disse: ‘Mas quero ir ao estúdio e juntar tudo primeiro, e aí eu deixo você ouvir.’ Então fui ao estúdio e gravei [cantando] There comes a time when we need a certain call… da da dum… Tudo, a bridge e…”
A: “Você poderia rapidamente demonstrar como você criou isso? Me deixe refazer a pergunta. Você alguma vez colocou essas suas idéias para We Are The World numa fita?”
MJ: “Sim, coloquei.”
A: “Você sabe onde a fita está?”
MJ: “Não, eu nunca guardo minhas fitas. Não sou organizado nesse aspecto.”
A: “Você pode nos demonstrar rapidamente como criou algumas das… a música que você criou para We Are The World?”
MJ: “Ok. Eu lembro muito bem de me ajoelhar e orar a Deus agradecendo pela melodia que veio em minha mente, porque eu estava satisfeito com ela. Quando acordei na manhã seguinte, eu disse: ‘Isso é tão bonito’ e fui para o gravador de fita… E era Duh duh duh dum…. Duh duh duh duh duh duh duh  Da da da…da da da da da da da…. Começando verso… da dee da dum… Então eu gravei essa parte… da dee da da dum…


A: “Você também trabalhou na harmonia?”
MJ “As harmonias… Eu trabalhei do mesmo jeito que fiz com The Girl Is Mine, sem diferença. Os instrumentos de corda, depois o contrabaixo, as cordas e a bridge. Do mesmo jeito, a mesma lei, deixando a música criar a si mesma.”
A: “Você por acaso fez uma demo de We Are The World?”
MJ: “Sim, eu fiz.”
A: “Você lembra onde ela está?”
MJ: “Não consegui achar a fita para hoje. Queria saber onde ela está, porque gostaria de ouvi-la… só pra dar umas risadas…”
[MJ arruma o microfone. Promotor se aproxima para fazer a MJ algumas perguntas. Eles evidentemente não se incomodam muito um com o outro.]
P: “Sr. Jackson, você tem ou já fez coleção de materiais musicais?”
MJ: ''Uma coleção de materiais musicais?”
P: Sim, uma coleção.”
MJ: ''Eu adoro ir às lojas comprar discos.''
P: “Como disse?”
MJ: “Adoro ir à loja comprar discos
P: “A pergunta é: você alguma vez já fez coleção de materiais musicais?”
MJ: “Uma coleção que eu compro na loja de música
P: “Ok. Essa coleção incluía material de alguma outra origem a não ser o que você comprava da loja de música?”
MJ: “Não.”
P: “Quando você começou pela primeira vez a fazer essa coleção?”
MJ: “Não lembro.”
P: “Sr. Jackson, você já manteve uma coleção de materiais musicais que incluíam músicas não lançadas?”
MJ: “Que eu tenha escrito?”
P: “Você alguma vez já manteve uma coleção musical que continha músicas não lançadas, escritas por outra pessoa?”
MJ: “Não.”
P: “Em 1977 você manteve uma coleção de materiais musicais?”
MJ: “Minha loja de discos favorita é a Tower Records. Eu coleciono fitas cassetes e CDs da Tower Records.”
P: “Onde você guardava o material musical que você comprava da loja de discos?”
MJ: “Em todo lugar.''
P: “Não havia nenhum local particular?”
MJ: “Não.”
P: “Era jogado em qualquer lugar, é isso?”
MJ: “Jogado por aí.''
P: “Você afirma que quando recebia cassetes de músicas pelo correio, nunca as escutava?”
MJ:  “Qualquer fita cassete que chegue pra mim pelo correio, o que é muito raro, eu jogo fora… E a nossa política em relação a fitas que chegam ao escritório, que são canções escritas por outras pessoas, é simplesmente devolvê-las. Se eu estiver na rua, se estiver numa loja de discos, e alguém tem uma canção e chega pra mim e diz: ‘Michael! Eu sou um compositor, e quero fazer como você! Escute minha canção!’, eu digo ‘Não posso pegar sua fita…’ Eu simplesmente não pego fitas… Eu mesmo sou um compositor, escrevo minhas próprias canções… Não tenho que pegar as canções dos outros.”
P: “Minha pergunta para você é: é verdade que as canções que você recebe pelo correio, você NÃO as ouve?”
MJ: “Eu não as ouço.”
P: “Sr. Jackson, a coleção que você tem consiste de canções que você começou, que você não gostou, mas que você não gostou e as largou ou você as suspendeu?”
MJ: “Existem certas canções que eu tenho, que eu escrevi e que simplesmente não as acho boas o bastante. Ou eu gosto na hora, mas outra aparece que me faz largar aquela música… que é mais forte para mim… então, simplesmente deixo aquela música por lá.”
P: “Você tem uma coleção. Em que essa coleção consiste?”
MJ: “Gen Campabell, Jonny Mathis, The Carpenters, The Eagles… de quem mais eu gosto? Steve Wonder… Eu amo Bee Gees, amo James Brown, Aretha Franklin… Todos o pessoal antigo da Motown dos anos 60. Quer que eu continue?”
P: “Bem, se você preferir.”
MJ: “Ok... quem mais?  Amo Herman’s Hermit’s, amo Beatles, amo muito os Irmãos Sherman, os quais acho muito bons… de quem mais eu gosto? Stevie Wonder eu já disse… Esses são todos que me vêm à cabeça agora. Esqueci Rodgers e Hammerstein, eu os amo.''
P: “Sr. Jackson, você testemunhou diretamente que Lionel Ritchie afirmou que você escreve músicas rapidamente, que você poderia escrever um álbum em uma semana. Você recorda disso?”
MJ: “Sim.”
P: “Onde você e Sr. Ritchie trabalharam na canção que finalmente tornou-se conhecida como We Are The World?
MJ: “Em minha casa.”
P: “Em mais algum lugar?”
MJ: “Bem, quando eu estava ensinando todos como cantar as partes, todas as diferentes celebridades no A&M Studios, eu acho…” [fazendo caretas de dor.]
A: “Sr. Jackson… como está se sentindo?”
MJ: “Nada bem.”
A: “Vamos a um intervalo.”

O depoimento é retomado em 10 de novembro 
[após dois dias de intervalo.]

*Outro homem está entrevistando Michael agora, mas não estamos certos de quem ele é, então vamos apenas nomeá-lo como ‘PR’ de procurador*.

PR: “Me deixe lhe mostrare um documento e lhe perguntare se você já o viu antes… Poderia nos dizer o que é esse documento?”
MJ: [lendo] “Parece um contrato de gravação.”
PR: “Você está no mundo das gravações há algum tempo…”
MJ: “Há algum tempo… ” [parecendo irritado.]
PR: “… e você entende o que aquela segunda sentença no parágrafo 1 diz, que fala sobre seleção de composições. Você sabe o que isso significa?”
MJ: “Claro.”
PR: “O que significa?”
MJ: “As seleções… a escolha das músicas.”
PR: “Certo, então significa que esse acordo diz que a escolha das… que o direito de escolha das músicas é seu e de Quincy Jones.''
MJ: [balançando a cabeça afirmativamente.]
PR: “Mutuamente?”
MJ: “Acordo mútuo... Sim.”
PR: “Certo… ok…”
MJ: “Nós escolhemos juntos.''
PR: “Certo. Agora, pela sua experiência no mundo das gravações, seria justo dizer que, sob o contrato, a Epic teria direito à aprovação final da mixagem, na edição?
A: “Objeção!”
PR: A gravadora não tem sempre o direito de aprovar a mixagem e a edição?”
A: “Objeção!”
PR: “A fita master final?”
MJ: “A final não.”
PR: “Quando você entrega uma fita master à gravadora, ela pode rejeitá-la?”
MJ: “Pode o quê?”
PR: “Rejeitá-la.”
MJ: “Eles podem rejeitá-la.”
PR: “Está bem, era tudo que eu queria saber.”
PR: “No primeiro contrato dos Jacksons com a CBS como artistas, você recorda se The Jacksons tinham o direito de - sob aquele contrato - fornecer ou suprir músicas ou produzir um certo número de canções por álbum?”
MJ: “No contrato da Epic?”
PR: “Sim.”
MJ: “Não tenho certeza, mas acho que nós tínhamos o direito de três canções por álbum.
PR: “Você se lembra quem produziu o primeiro álbum dos Jacksons pela CBS?”
MJ: “Sim.”
PR: “Quem foi?”
MJ: “Gamble e Huff.”
PR: “E você lembra de quantas vezes os Jacksons tiveram o direito de fornecer canções para esse álbum?”
MJ: “De escrever três, isso… eu e meus irmãos…. Não estou certo mas acho que sim.”
PR: “Você lembra o nome desse álbum, do primeiro álbum?”
MJ: “Eu acho… não tenho certeza…”
PR: “Seria Goin’ Places?”
MJ: “Pode ser.”
PR: “É esse o nome?”
MJ: “Ou Destiny… Não tenho certeza.”
PR: “Se você tivesse o direito de dar duas ou três canções, quantas você acha que normalmente adicionaria ao álbum?”
MJ: “Oh, poxa… 15…”
PR: “Agora, você lembra o nome do segundo álbum gravado pelos Jacksons sob contrato da CBS?”
MJ: “Nossa… não tenho certeza, não sei se foi Triumph ou Destiny ou Goin’ Places… Não tenho certeza da ordem.”
PR: “Outro dia você afirmou que escreveu 30… publicou de 30 a 40 melodias como um compositor, certo?”
MJ: “Algo assim, não sei o número exato. Eu nunca contei.”
PR: “E você não…Você inclui frases musicais comuns nas canções que escreve?”
MJ: “Frases musicais comuns…”
PR: “Você sabe o que é isso?”
MJ: “Sim, mas não sei se você sabe o que significa.”
PR: “Bem, me deixe perguntar por que você não nos diz o que significa.”
MJ: “Eu não sei, eu…”
PR: “O que é uma frase musical comum?”
MJ: “Uma frase musical comum…”
PR: “Sim.”
MJ: “Uma frase musical poderia significar… uma nota, um tom...
PR: “Você já ouviu falar no termo ‘frase musical comum’ antes?”
MJ: “Sim, mas a maneira que você o usou na pergunta foi diferente… Então não estou certo se entendi o que você quis dizer.”
PR: “Ok, bem, então  me deixe perguntar, você poderia nos contar o que é uma frase musical comum?”
MJ: “Uma frase musical comum… [canta Heeeeeeeee.]''
PR: “Isso é uma frase musical comum? ”
MJ: “Isso pode ser uma frase musical comum.”
PR: “Estou apenas lhe perguntando, vou fazer uma pergunta para você dar uma lista de canções e vou lhe perguntar sobre cada uma delas.”
MJ: “Ok.”
PR: “Já ouviu falar de uma canção chamada She’s Not A Girl?”
MJ: “Sim.”
PR: “Quem a escreveu?”
MJ: “Eu a escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Desculpe?”
PR: “Ela foi gravada e lançada?”
MJ: “Foi gravada mas nunca lançada, é uma demo.''
PR: “Desculpe?”
MJ: “É uma demo que fiz, acho que na casa de Encino.”
PR: “Sabe em que ano?”
MJ: “Não.”
PR: “E sobre a canção chamada You Ain’t Gonna Change Nothin'?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Ela foi lançada?”
MJ: “Não.”
PR: “E sobre Lucy Is In Love With Linus?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Who’s The Girl With Her Hair Down?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Lonely Man?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Going To Rio?”
MJ: “‘Going’ o quê?”
PR: “Going To Rio.”
MJ: “‘Going To Rio… eu a escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Se lembra de  quando a escreveu?”
MJ: “Não, mas foi antes de Thriller, antes de Off The Wall.”
PR: “‘Tomboy.'”
MJ: ''Eu a escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Sabe quando a escreveu?”
MJ: “Eu escrevi Tomboy durante o álbum Bad, isso foi depois de Thriller, então não sei as datas.”
PR: ''Buffalo Bill?”
MJ: ''Buffalo Bill foi escrita depois… Eu escrevi Billie Jean, então ela foi escrita depois do álbum Thriller.''
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Al Capone?”
MJ: “Al Capone foi escrita depois do álbum Thriller… nunca lançada, eu a escrevi.”
PR: “Michael McKeller?”
MJ: “Michael McKeller?”
PR: “Sim.”
MJ: [sorrindo] “Como você sabe de Michael McKeller? Escrevi Michael McKeller.''
PR: “Escreveu?”
MJ: “Sim.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Thank You For Life?”
MJ: “Thank You For Life… escrevi essa.”
PR: “Você sabe quando?”
MJ: “Thank You For Life foi escrita… cara… antes de Off The Wall. Não sei a data, mas foi por aí… Se eu pudesse adivinhar, Você quer que eu adivinhe?”
PR: “Não, nós não queremos que você adivinhe.”
MJ: “Bem… então não posso dizer.”
PR: “Ela já foi lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: ''Much Too Soon?”
MJ: “Escrevi Much Too Soon.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “What A Lonely Way To Go?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Sabe quando?”
MJ: “Antes de Off The Wall.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Who Do You Know?”
MJ: “Escrevi Who Do You Know.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “You Are A Liar?”
MJ: “Escrevi You Are A Liar.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Cry?”
MJ: “Escrevi Cry.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Make A Wish?”
MJ: “Não consigo me lembrar dessa… Só um minuto… Não consigo lembrar dela.”
PR: “Crack Kills?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Free?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Fly Away?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Children’s Hour… [ele pronunciou hour como are] Seria Children’s Hour?” [daí pronuncia corretamenteo.]
MJ: Escrevi essa.”
PR: “Ela foi lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Baby Smiles?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “A Baby Smiles?”
MJ: “Escrevi… é a mesma.”
PR: “Sister Sue?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Little Susie?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Tragedy Of A Tee…’ cheerleader?”
MJ: “Tragedy Of A Cheerleader… escrevi essa.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Get Around?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Little Girls?”
MJ: “Não consigo lembrar dessa.”
PR: “In The Valley?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Pode esperar um segundo? Little Girls… eu lembro. Sim, escrevi essa. Nunca lançada.”
PR: “E In The Valley?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Red Eye?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “I Forgive You?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Why Shy?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “I Have This Love Of Me?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Foi lançada?”
MJ: “Não.”
PR: “Llama Lola?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “California Grass?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Kentucky?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Sabe quando a escreveu?”
MJ: “Nossa… 70 e alguma coisa, mas não lembro exatamente.”
PR: “Someone Put Your Hand Down?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Essa tem uma história interessante… Escrevi a original e depois ela foi mudada, e então eu a co-escrevi com Teddy Riley e foi lançada, mas como um tipo de promoção da Pepsi. Uma edição limitada dela foi lançada.”
PR: “Você sabe em que ano foi?”
MJ: “Acho que ano passado, não foi?” se virae para alguém do lado.] ''Eu acho.”
PR: “Do You Know Where Your Children Are?”
MJ: “Escrevi essa.”
PR: “Foi lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Bad Girl?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lonely Bird?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Smooth Criminal?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Sim.”
PR: “Em que álbum?”
MJ: “No álbum Bad.”
PR: “P.Y.T., a versão original?”
MJ: “Escrevi essa com Greg Philliganes.”
PR: “Se lembrae em que ano?”
MJ: “Não.”
PR: “Cheater?”
MJ: “Escrevi essa… Eu co-escrevi essa.”
PR: “Foi lançada?”
MJ: “Não.”
PR: “People Have To Make Some Kind Of Joke?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Houve um co-escritor?”
MJ: “Só um minuto para eu pensar. Não tenho certeza. Pode ter havido um co-escritor nessa.”
PR: “Teria sido Paul Lankin?”
MJ: “Pode ter sido, sim.”
PR: “Alright Now?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Sozinho ou co-escrita?”
MJ: “Acho que escrevi essa com meu irmão.”
PR: “Já foi lançada?”
MJ: “Não.”
PR: “Scared Of The Moon?”
MJ: “Sim.”
PR: “Scared Of The Moon?”
MJ: “Ahn, nunca lançada… co-escrita.”
PR: “Com Buzz Cohen?”
MJ: “Sim.”
PR: “Neverland’s Landing?”
MJ: “Co-escrita.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “We Are The Ones?”
MJ: “Eu escrevi.”
PR: “Co-escrita ou escrita solo?”
MJ: “Solo.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “What Was Your Life?”
MJ: “What’s Your Life... Chama-se What’s Your Life.”
PR: “Ok.”
MJ: “Eu a escrevi com meu irmão Jermaine.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Fantasy?”
MJ: “Co-escrita com meu irmão.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “The Sky Is The Limit?”
MJ: “Co-escrita.”
PR: “Com quem?”
MJ: “Meu irmão.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Saved By The Bell?”
MJ: “Co-escrita com meu irmão.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Chicago 1945?”
MJ: “Co-escrita.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: “Make Or Break?”
MJ: “Co-escrita.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Turning Me Off?”
MJ: “Eu escrevi essa…co-escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Sunset Driver?”
MJ: “Co-escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca lançada.”
PR: “Far Far Away?”
MJ: “Escrevi.”
PR: “Lançada?”
MJ: “Nunca.”
PR: Você teve um co-escritor nela?
MJ: “Não que eu lembre.”
PR: “State Of Shock?”
MJ: “Lançada… co-escrita.”
PR: “Get On The Floor?”
MJ: “Lançada… co-escrita.”
PR: “Me deixe perguntar sobre P.Y.T. Bem, antes de perguntar, dessas músicas nunca lançadas que eu acabei de citar, você lembra há quanto tempo atrás elas foram escritas?”
MJ: “Algumas delas.”
PR: “Você diria a mais antiga… aquela escrita há mais tempo atrás?”
MJ: “Thank You For Life.”
PR: “Em que ano?”
MJ: “… 73…74… por aí.”
PR: “Agora, essas músicas quando você as escreve, você volta para elas de tempos em tempos? Entende minha pergunta, Sr. Jackson?”
MJ: “Se quando eu as escrevo…. eu retorno a elas de tempos em tempos?”
PR: “Sim. Me deixee perguntar isto… em que forma elas…. quando você as escreve, em que forma elas estão? Na forma de partituras? Na forma de notas, ou estariam numa fita cassete?”
MJ: “Quando você fala de escrever, refere-se a caneta e papel?”
PR: “Isso.”
MJ: “Deus… eu escrevo coisas em papel higiênico… pode ser em qualquer coisa.”
PR: “Certo.”
MJ: “No local mais próximo… por aí… .”
PR: “Certo.”
MJ: “Escrevo nas paredes.”
PR: “Outro dia você afirmou que quando compõe canções ou ritmos, os grava numa fita.”
MJ: “É verdade.”
PR: “Eu pergunto como as músicas que acabei de citar para você, que não foram lançadas.”
MJ: “Sim.”
PR: “Elas são mantidas numa fita cassete?”
MJ: “Às vezes.”
PR: “Às vezes… daquelas músicas que citei - não lançadas - quantas delas você diria que estão numa fita cassete?”
MJ: “A maioria delas.”
PR: “E onde estão guardadas? Na sua coleção?”
MJ: “Sim.”
PR: “Agora, aquela música que eu… nós falamos, que foi feita ano passado… se você recordar… para um projeto da Pepsi, ou de outra coisa… se eu conseguir achá-la…” [folheando papéis muito apressadamente.]
MJ: “Someone Put Your Hand Out.”
PR: [sussurrando] Someone Put Your Hand Out ...Eu creio que se chama Someone Put Your Hand Down…”
MJ: “Hand OUT.”
PR: “Certo… a original foi mudada, você diz… foi co-escrita… co-escrita com Teddy Riley?”
MJ: “Sim.”
PR: “Ela foi originalmente escrita com Teddy Riley?”
MJ: “Não.”
PR: “Então, foi naquela forma, numa fita cassete que você voltou e a arrumou com Teddy e fez mudanças?”
MJ: “Sim… Eu a escrevi originalmente anos atrás e a arrumei e Teddy adorou e fizemos algumas mudanças. Mudamos apenas o primeiro verso e eu dei para ele os créditos de co-autor.”
PR: “Certo… e as fitas às quais você retorna de tempos e tempos e que nós livremente chamamos de coleção - foi uma escolha de palavras sua, uma coleção - eu pergunto, onde essas músicas são mantidas em sua casa? Em algum lugar central?”
MJ: “Sim.”
PR: “Sr. Jackson, você lembra de quando Blues Away foi lançada?”
MJ: “Não.”
PR: “Você não se lembra de quando Blue Away foi lançada?”
MJ: “Não, não lembro.”
PR: “Mas ela foi a primeira canção que você escreveu que foi lançada, não? É verdade?”
MJ: “Sim.”
PR: “Don’t Stop ‘Til You Get Enough… Greg Philliganes fez algo nesta música?”
MJ: “Sim… a bridge duh duh duh… duh duh duh… duh duh duh, duh duh duh, duh duh duh… ele criou essa parte.”
PR: “Existiu uma versão posterior de P.Y.T.?”
MJ: “Sim.”
PR: “Você sabe quem escreveu?”
MJ: “James Ingram e Quincy Jones.”
PR: “Você teve créditos de co-escritor nela?”
MJ: “Não, porque eu não escrevi essa, eu escrevi a original Greg Philliganes.”
PR: “O que aconteceu com a original?”
MJ: “Quincy queria uma música rápida, a minha era média.”
PR: “Das músicas seguintes: Cheater, People Have To Make Some Kind Of Joke, Love Never Felt So Good, Alright Now, Scared Of The Moon, Never… Neverland Landing, We Are The Ones, What’s Your Life, Fantasy, The Sky Is The Limit, Saved By The Bell, Chicago 145…”
MJ: “1945.”
PR: “1945… Eu disse 145?”
MJ: “Ah ham.”
PR: “1945. Destas músicas, me descule, me deixe acrescentar Sunset Driver, Far Far Away e State Of Shock… Estas músicas estão nos documentos de uma companhia de publicação? Você entende?”
MJ: “Da primeira vez que você me perguntou sobre Far Far Away, eu disse que não lembrava dela?”
PR: “Você disse que não conseguia lembrar se você mesmo a escreveu ou se foi co-escrita.”
MJ: “Eu lembrei agora… foi co-escrita.”
PR: “Você sabe qual a companhia de publicação que tem aquelas canções?”
MJ: “Não.”
PR: “Na sua companhia de publicação?”
MJ: “Sim, mas não lembro o nome.”
PR: “ Já ouviu falar de uma música chamada You Were There?”
MJ: “You Were There? Claro, eu a escrevi com Buzz Cohen para Sammy Davis Jr.”
PR: “Você se lembra onde você e ele estavam quando escreveram essa música?”
MJ: “Sim... Não sei o local exato... era uma lugar como o Shrine Auditorium. Pode ter sido o Shrine, não tenho certeza.”
PR: “Esta também está nos documentos de sua companhia de publicação?”
MJ: “Sim.”
PR: “Agora, quando você começou a trabalhar no seu primeiro álbum solo… primeiro álbum solo que veio a se chamar Off The Wall, você tinha um estoque de músicas compostas por você para serem submetidas a esse álbum?”
MJ: “Off The Wall? Se eu tinha um estoque de músicas escritas por mim destinado ao álbum Off The Wall?”
PR: “Que você escreveu… que você estava submetendo a esse álbum?”
MJ: “Sim, muitas canções.”
PR: “Consegue lembrar de alguma?”
MJ: “Você citou várias delas.”
PR: “Várias delas estavam na lista que eu citei?”
MJ: “Algumas.”
PR: “Algumas delas?”
MJ: “Algumas delas estavam.”
PR: “Quantas daquelas…  Qual a procedência que você e Quincy Jones empregaram para selecionar as canções para aquele álbum?”
MJ: “Eu escrevia a música, fazia uma demo e tocava para ele. Ele dizia se gostava ou não e a maioria ele adorava e nós gravávamos.”
PR: “No álbum Off The Wall, você e Quincy consideraram canções de escritores de fora?”
MJ: “She’s Out Of My Life foi escrita por Tom Bahler que eu conheço há anos e anos… é um velho amigo.”
PR: “Alguém mais?”
MJ: “Paul McCartney, é tudo o que consigo lembrar.”
PR: “Rod Temperton ofereceu algumas melodias para o álbum?”
MJ: “Ah sim…ele escreveu Off The Wall, Rock With You, Burn This Disco Out… algo assim, não lembro de nenhuma outra.”
PR: “Quando foi que você conheceu Rod Temperton?”
MJ: “Não lembro.”
PR: “Não lembra?”
MJ: “Não… eu conheço tannnnnta gente…”
PR: “Bem… você conheceu Rod Temperton durante o projeto de Off The Wall, não?”
MJ: “Sim.”
PR: “Foi então a primeira vez que você o viu?”
MJ: “ Sim.”
PR: “Agora… Rod Temperton ofereceu algumas canções para o álbum Thriller, correto?”
MJ: “Sim, ofereceu.”
PR: “Houve uma música chamada Rolling In The Dice?”
MJ: “Sim. Roll In The Dice… nós fizemos uma demo em em Hayvehurst, mas nós nunca lançamos… nós não achamos que fosse forte o bastante.”
PR: “Houve uma música chamada Hot Street?”
MJ: “Sim… Eu gosto de Hot Street, eu a amo! Mas eles não… Quincy e Rod não achavam boa o bastante… Eu a achava maravilhosa.”
PR: “Você se lembra onde estava quando ele trouxe as canções para Thriller?”
MJ: “Sim.”
PR: “Onde?”
MJ: “Na casa de Encino.”
PR: “Na sua residência?”
MJ: “Sim, no meu estúdio.”
PR: “E quem estava presente?”
MJ: “Quincy Jones, Rod Temperton, Bruce Swedien e eu.”
PR: “Quem é Bruce Swedien?”
MJ: “Bruce Swedien é o engenheiro, o técnico responsável pelo sistema de áudio… pelo board.”
PR: “O que Sr. Temperton fazia quando ele e Quincy iam ao seu estúdio apresentar a música?”
MJ: “Ele tocava a fita no meu… acho que era no carro de Quincy ou na minha van e... porque não tínhamos um aparelho de fita cassete no meu estúdio…. mas ele trouxe um teclado onde estão suas performances de diferentes sons. Ele pôde fazer midis daqueles sons e gravá-los numa fita, na 24ª faixa gravá-los numa fita, e era uma forma de teste, de ver se eu gostava ou não das músicas, com minha voz testando diferentes harmonias… testando as músicas. Como eu disse, nós fizemos Thriller que se chamava Gimme Some Starlight, Starlight Sun StarlightStarlight Sun… foi assim, então, era uma maneira de se testar o que eu queria fazer.”
PR: “Certo, agora ele mostrava a estrutura de cada música na sua frente e você gravava, você cantava cada uma delas, correto?”
MJ: “Sim.”
PR: “E entre as músicas que você cantou, estava Starlight…”
MJ: “Correto.”
PR: “Você fez algumas mudanças nela… em Starlight?”
MJ: “Sim… as letras e o título, e nós adicionamos a voz de Vincent Price… nós mudamos para Thriller… Bem, ele me perguntou o que eu preferiria, sobre o que seria a música, se deixava uma coisa mais alegre ou Thriller e eu pensei que as crianças gostariam de algo mais divertido como Thriller… então, nós ficamos com a idéia de Thriller.”
PR: “Você mudou Starlight musicalmente?”
MJ: “Sim, um pouco…musicalmente eram a mesma coisa, mas nós adicionamos outras canções e coisas assim.”
PR: “Depois que você fez as mudanças, você sabe se Sr. Temperton criou ou não partituras para o que veio a ser hoje Thriller?
MJ: “Acho que ele não lê música... ele não usa partituras.”

A gravação do depoimento termina neste ponto.

O vídeo

Editado por Andréa Faggion, traduzido por Daniele Soares

Fonte: https://falandodemichaeljackson.wordpress.com