Michael Jackson concede entrevista a Geraldo Rivera da Fox News em 02 de maio de 2005. Em meio ao julgamento de 2005, impedido pela Justiça de comentar sobre o caso, Geraldo questiona sobre o clipe de Eminem, seus filhos, Neverland, novas músicas e o álbum Number Ones.
Geraldo: É bom vê-lo. Você começa a sorrir mais? Você sorri quando você está em um estúdio de gravação como este, fazendo música?
Michael: Claro, eu adoro música.
Geraldo: É bom voltar para a música?
Michael: É fantástico.Porque é a minha vida. Isso é o que eu faço.
Geraldo: Apesar de tudo aquilo que se passa no mundo, você está ok?
Michael: Eu estou muito bem, obrigado.
Geraldo: Você sabe, foi maravilhoso vê-lo com as crianças. . esse, eu acho, é o verdadeiro Michael Jackson que não foi visto ... você com seus próprios filhos, um com fraldas mais as outras duas crianças ... Eu não sei como você consegue sem uma babá.
Michael: Bem, eu gosto de cuidar dos meus filhos ... é divertido é por isso que eu os tive, para que eu pudesse cuidar deles e é apenas um grande alegria para mim. Você sabe que é um prazer, isso me deixa feliz e rindo. Eles são maravilhosos, doces crianças inocentes.
Geraldo: Eu te vi como uma certa dúvida entre os canais Nickelodeon e Disney Channel, lá. Algo complicado de se resolver ali. Mas você tem uma vida normal com elas. É doce de se ver.
Michael: Obrigado. Trazem-me isso.
Geraldo: Me diga o que as crianças significam para você, seus próprios filhos.
Michael: É difícil colocar em palavras, porque elas significam tudo. A maneira como você poderia explicar como os seus filhos fazem você se sentir ... Eles estão no mundo para mim, eu acordei e eu estou pronto para o dia por causa deles. Preparo o café da manhã, troco fraldas, se quiserem ler, nós fazemos um monte de leitura, vamos brincar de esconde-esconde, brincamos de cabra-cega as vezes e passamos um tempo maravilhoso juntos.
Geraldo: Você pode criar um mundo que, pelo menos, pareça normal? . Eles não conhecem nenhum outro mundo, obviamente.
Michael: Eu faço o meu melhor, com certeza.
Geraldo: Então, isso é obviamente, uma prioridade para você.
Michael: Eu quero ser o melhor pai do mundo, é claro.
Geraldo: Será que eles sabem quem você é? Ou o que significa para as pessoas?
Michael: Sim, eles foram em excursões comigo e andaram em limusines entre um mar de fãs.
Geraldo: Do que eles gostam?
Michael: Eles acham que é emocionante. Eles querem entrar no palco. Me me pedem para subir ao palco comigo. Então, com certeza eu vou levá-los comigo e deixar o mundo vê-los pela primeira vez.
Geraldo: Eles não dizem: 'Papai, eu quero ir para casa e assistir Nickelodeon?
Michael: (risos) Eles fazem isso também.
Geraldo: Então, como você se sente em estar aqui de novo, estar em um estúdio de gravação novamente, concentrando-se na música de novo? É um alívio, em certo sentido?
Michael: É um grande alívio. Faz-me sentir como estar totalmente em casa. Eu estou em meu próprio lar. Qualquer arte, pode ser cinema ou música...eu amo.
Geraldo: Então, quando você interpreta o Rei do Pop você se sente mais confortável? Ou é o processo criativo?
Michael: O processo criativo, sim.… eu sou obcecado com a criação.
Geraldo: Eu vi você e Randy, a maneira como vocês se falam...quem é que manda?
Michael: Randy.
Geraldo: Não é isso o que eu vi .
(... risos do Michael )
Geraldo: Mas você confia em sua família?.
Michael: É claro, você precisa.
Geraldo: É um "sangue mais grosso que a água" ?
Michael: Família é tudo. É o amor. É o que nos foi ensinado. Nós somos amigos no final do dia, o que é importante. Indiferente do que o público ou a imprensa venha a falar, nós somos amigos. Nós nos amamos muito.
Geraldo: Então, é a família unida, apesar do que dizem os tablóides?
Michael: Isso é sensacionalismo.
Geraldo: Como você lida com isso, com tudo em sua vida que está sendo magnificado, exagerado, quase a um nível grotesco?
Michael: É como olhar para um filme de ficção científica. Não é verdade. E eu me conheço e é triste quando as pessoas têm de ler essas coisas e eles acreditam nisso.
Geraldo: Você se sente como em uma conferência de imprensa a cada semana, dizendo: 'isso é boato, não é verdade!'
Michael: Eu sei que a verdade sempre vai prevalecer e estou com a verdade.
Geraldo: Eu pesquisei e não consigo encontrar alguém que tenha sido mais do que levianamente processado pelas razões mais ultrajantes. Um de seus advogados me disse que uma mulher chamada Billie Jean Jackson ligou e disse: 'Pare de aceitar qualquer salário, Sr. Procurador, eu sou a esposa - Billie Jean ... obviamente do seu hit...como esses boatos afetam você?
Michael: Eu me tornei imune de certa forma, eu tenho pele de rinoceronte, mas ao mesmo tempo sou humano. Qualquer coisa pode machucar, mas eu sou muito forte. Eu só não gosto que as pessoas ouçam essas mentiras.
Geraldo: Por exemplo, seu pai se quadruplicou no ano passado?
Michael: Isso foi um rumor...
Geraldo: Então eles tornaram-se gêmeos. Eu não sei o que aconteceu com os outros dois, talvez eles foram abduzidos por alienígenas.
Michael: Eu ouvi falar dessa estória e eu não tenho nenhum gêmeo. Eles disseram que eu os estou escondendo ou algo assim? Outro boato.
Geraldo: Outra mentira.
Michael: Quanto maior o astro, maior o alvo. Eu não estou tentando dizer que eu sou a super-mega-estrela e sim que que as pessoas querem as celebridades, elas são o alvo. Mas a verdade sempre prevalece. Eu acredito nisso. Eu acredito em Deus, entende?
Geraldo: A fé te sustenta?
Michael: Claro que sim.
Geraldo: E sobre a amizade? Você confia em amigos? As pessoas têm ficado com você como carne e unha? Quem são seus melhores amigos?
Michael: Meus filhos, minha família, meus irmãos e minhas irmãs e sim, bastante gente.
Geraldo: Você gostaria de mencionar os nomes dessas amizades?
Michael: Os mais leais você não deve conhecer bem...
Geraldo: Elizabeth Taylor?
Michael: Oh, ela é muito fiel, eu vejo Elizabeth Taylor o tempo todo. Ela é minha amiga querida, eu estava na casa dela agora a pouco. Temos conversas maravilhosas ao telefone à noite, várias vezes por semana.
Geraldo: Há quanto tempo vocês dois são amigos?
Michael: Eu conheço Elizabeth desde que eu tinha 16 anos.
Geraldo: E você faz música desde os cinco anos.
Michael: Sim.
Geraldo: Então você faz música há 41 anos.
Michael: Sim.
Geraldo: Você nunca se cansa disso?
Michael: Não, de jeito nenhum, eu nunca me canso.
Geraldo: Realmente. Não se cansa do Randy? Ele está aqui na platéia, senhoras e senhores.
Michael: Nunca, Randy tem sido companheiro e incrivelmente brilhante.
Geraldo: Então, eles são todos diferentes. Sua família inteira é louca, excêntrica ... como minha família.
Michael: Cada irmão e irmã é completamente diferente, como qualquer família, você tem todos os elementos diferentes ... é isso que torna uma família.
Geraldo: Quando você tem uma investigação tão intensa, como você pode levar uma vida normal? Como você tem qualquer tipo de diversão fora da sua propriedade?
Michael: Eu não tenho, eu saio da propriedade às vezes, mas não o tempo todo. Eu crio o meu mundo por trás das portas, porque eu não posso ir ao cinema no fim da rua ou no parque local comprar sorvete no mercado, na loja da esquina. Então, você quer criar esse mundo por trás das portas e é isso que tento fazer. E não é só para mim, se eu puder compartilhar com meus familiares, amigos ou quem quer que seja.
Geraldo: E essa necessidade de alguma privacidade acaba dando origem a esses rumores e especulações. Um equilíbrio difícil de se de se conseguir. Mas você não reclama, não é?
Michael: É uma parte que cabe às celebridades, eu não reclamo. Eu nem sei do que eu sou Rei...
Geraldo: O Rei de ser filmado, talvez.
Michael: "O rei do jornalismo."
Geraldo: O que você me diz sobre as crianças que estão ameaçadas de alguma forma? Você mencionou o esforço no evento da Tsunami. É a sua própria paternidade o que motiva isso?
Michael: Carinho. E lendo a Bíblia, aprendendo sobre Deus, Jesus, o Amor. Ele disse... 'trazei as crianças'... 'sejam como as crianças'..' cuidem uns dos outros "... 'cuidem dos idosos'. E nós fomos criados com esses valores. Estes são valores muito importantes eu e minha família fomos criados com esses valores e eles continuam fortes em nós, hoje.
Geraldo: E sobre filmes para si mesmo novamente? Você teve The Wiz e alguns outros, mas não o temos visto na telona.
Michael: Eu mesmo estarei dirigindo, eu amo dirigir. Eu adoro a criatividade e eu acho que quando um artista produz algo de qualquer tipo, se ele pode se expressar da maneira como ele quer que aconteça, eu sinto isso e eu vejo isso. Eu sou um visionário. Se eu puder fazer, eu faço. É o que eu faço com a música e a dança, com qualquer outra arte.
Geraldo: E você acha que a arte tem um papel a cumprir na vida real? Falando da música em ajuda ao Tsunami, especificamente. Quando você se deu conta que esse fenômeno do Tsunami era algo fora do normal?
Michael: Eu vi no dia seguinte ao Natal e os números aumentavam a cada dia, ele se tornou fenomenal e nem eu poderia acreditar que era verdade. Fiquei espantado. Eu pensei que deveria fazer alguma coisa. Foi para isso que Deus nos deu talento: para ajudarmos e retribuir as pessoas. Então, meus irmãos e eu decidimos gravar uma música juntos.
Geraldo: Como foi..você pegou o telefone e...
Michael: Sim, dissemos...hey, nós queremos fazer alguma coisa em estúdio para as vítimas do Tsunami. Vamos nos reunir. E eles: 'sim... claro!'
Geraldo: No entanto, você está de volta, eu acho que as pessoas irão apreciar o fato de que você está de volta. Você não gostaria de exaltar o mundo em que você se concentra em sua arte e seus filhos?
Michael: Eu adoraria. Isso é o que me anima. A arte. Eu adoro. É o mundo aonde eu me sinto mais confortável.
Geraldo: Em Gary, Indiana, você já imaginava aonde você estaria, aos 46 anos?
Michael: Eu nunca pensei sobre isso. Eu sabia que queria fazer algo maravilhoso em minha vida e ajudar as pessoas e eu nunca pensei claramente nisso, quando eu era bem pequeno. Eu só cantava e dançava e não entendia porque as pessoas aplaudiam, gritavam e batiam palmas. Você realmente não entende.
Geraldo: Você cresceu no palco, quando você conseguiu compreender onde você se encaixa na sociedade?
Michael: Acho que demora ainda mais quando você envelhece. Você adquire mais personalidade e seu cérebro evolui. Você compreende mais as coisas, e pesquisa outras.
Geraldo: Não é bom ter uma conversa como essa, na televisão, onde as pessoas podem ouvi-lo e perceber que você é uma pessoa comum, normal, racional?
Michael: Eu sou assim o tempo todo. Eu estou apenas sendo eu mesmo.
Geraldo: A certa altura, Michael Jackson e os irmãos Jackson estão separados artisticamente...este é o momento em que vocês vão voltar juntos? Obviamente, você vai continuar a sua carreira solo, mas qual é o grande plano? Qual a imagem que você quer ter no palco? O que você gostaria de fazer?
Michael: Há uma série de surpresas. Cinema.. eu amo filmes. Mas não é só filmes. É inovar, ser pioneiro. Levar esse ramo a uma nova posição. Não falo sobre video-clipes. Porque eu usei o ramo dos video-clipes como um ramo de curta-metragens. Para me levar para o próximo nível. Eu andei me divertindo muito...
Geraldo: Você sempre olha para trás e contempla Thriller como o disco mais vendido do mundo?
Michael: Eu penso algumas vezes, mas não o tempo todo, não quero que a minha mente subconsciente pense '...é isso aí, você já fez tudo!' É por isso que eu não tenho prémios ou troféus na minha casa. Você não vai encontrar um disco de ouro em qualquer lugar em minha casa. Porque ele te faz sentir que você realizou: 'Olha o que eu fiz!' Mas eu sempre quero sentir que eu não consegui nada.
Geraldo: O Rei do Pop! E agora, eu olho para alguns destes artistas, os novos...por exemplo o 50 Cent e outro, eu esqueço o nome dele, mas eles são bem conhecidos, porque eles sobreviveram a ataques violentos aonde quase morreram e eles entram agora em uma espécie de hip hop. É uma era diferente na música popular. Você acha que vai ser mais como eles, mais urbano ou o mundo vai voltar para mais pop e rock tradicional?
Michael: Boas músicas e boas melodias são imortais. Não importa. O que muda é a cultura, a moda, as roupas. Nós ainda ouvimos Mozart, hoje em dia. Tchaikovsky, Rachmaninov, os melhores. A boa música é como uma boa escultura, ou uma boa pintura. De gerações a gerações, vão continuar admirando. É para sempre.
Geraldo: Por outro lado, eu entrevistei Barbara Streisand em um ponto alto em sua carreira, ela ia fazer duetos com os Bee Gees e outros artistas populares, ela meio que mudou o estilo para surpreender as pessoas. Você já pensou em se aproximar mais do hip-hop?
Michael: Eu já compus canções com versos de rap para rappers muito famosos. Eles fazem bem melhor do que eu, por isso nem tento competir.
Geraldo: Apesar de levar uma vida isolada e de ser um astro a tanto tempo, você ainda tem o que parece ser uma relação muito amável e profunda com a comunidade. Isso te apoia, te sustenta? Você concorda comigo?
Michael: Sim, eu concordo, porque é importante amar o seu vizinho.
Geraldo: Mas de onde vem esse amor quase instintivo que você tem?
Michael: Eu realmente acho que isso vem da minha mãe e Deus. A forma como fomos criados. Os valores que meu pai incutiu em nós, na juventude. Ela estava sempre com a Bíblia, nós devíamos pregar o tempo todo. Quatro vezes por semana. Eu estou contente por termos feito isso. Esses valores foram muito importantes. Eu não sei se eu poderia ter feito as mesmas coisas, sem eles.
Geraldo: Você ainda passa um tempo com a mãe e o pai?
Michael: Eles não estão muito longe daqui.
Geraldo: Como é essa relação?
Michael: Nessa época em nossa vida, eu acho que você tende a admirar mais quem são seus pais e o que eles fizeram por você. Você começa a repensar tudo, quem você é na vida. Todas as coisas boas que eles incutiram em você. Você nota que eles são frequentes em sua vida. Estou começando a perceber um monte de coisas (...Michael rindo...) traços de meu pai e minha mãe que me influenciaram.
Geraldo: Meu amigo Cheech (...) diz que a medida que ele envelhece, ele olha para o espelho e vê o rosto do pai. Você sente isso? Você está se tornando como seu pai?
Michael: Eu sou muito parecido com meu pai, em várias coisas. Ele é muito forte. Ele é um guerreiro. Ele sempre nos ensinou a sermos corajosos, confiantes e acreditarmos em nossos ideais. E não importa o quê, nenhuma estrela está fora do nosso alcance. E você nunca desiste. Nossa mãe nos ensinou isso, também.
Geraldo: Então, você é um guerreiro também?
Michael: Com certeza.
Geraldo: É a maneira como você se vê? Fale-nos mais sobre a maneira como você se vê.
Michael: Eu tento ser amável e generoso com as pessoas e fazer o que eu acho que Deus quer que eu faça. Às vezes eu rezo e digo: "para onde você quer que eu vá, meu Deus? O que você quer que eu faça a partir daqui?" Eu sempre fui muito espiritual dessa forma. Não é novidade.
Geraldo: Você já viu o filme Em busca de Neverland ou leu sobre JM Barrie, o homem que escreveu Peter Pan?
Michael: Eu sei muito sobre o Sr. Barrie e eu tenho sido um fã por muitos anos. Sempre admirei o seu trabalho.
Geraldo: Você sabe, ele teve um caminho difícil, igual a você. Diga-nos o que o levou à criação de Neverland? Eu falo do lugar em específico. Há três Neverlands! Há Neverland de Peter Pan, há a Neverland na mente de Michael Jackson e há o lugar físico que você criou e que eu visitei quando você trouxe a todas as crianças da periferia. Por que você criou esse lugar?
Michael: Eu criei Neverland como uma casa para mim e para meus filhos e ele foi criado, simplesmente. Foi quase como se fosse feito inconscientemente, como eu disse anteriormente, 'aonde posso ir?'
Quero dizer, é difícil... eu tentei ser eu mesmo eu e eu tive policiais me dizendo: 'coloque um disfarce! E me dá um autógrafo para minha esposa!'" Eles me dizem: 'Por que você está aqui sem segurança?'
Eu não posso fazê-lo. . Eu faço isso algumas vezes, mas é muito difícil.
Geraldo: Mas você já era o dono de Neverland antes de ter os filhos. Foi para você? Os animais exóticos, eles foram para o Michael Jackson?
Michael: Para mim e para partilhar com os outros. Eu tive a chance de fazer o que eu não podia fazer quando eu era pequeno. Nós não podíamos ir aos cinemas, à Disneylândia. Nós não podíamos fazer todas essas coisas divertidas. Nós estávamos em turnê, trabalhando duro. E nós gostávamos. Mas isso me permitiu ter um lugar atrás dos portões, onde tudo o que eu amo tem lá.
Geraldo: Você criou, como Barrie, um mundo imaginário. Você já chegou a pensar que é bobagem ter lhamas, trenzinhos e brinquedos?
Michael: Você estará chamando Deus de bobagem se pensar assim, porque foi Deus quem fez todas as coisas grandes e pequenas. Outros homens tem suas Ferraris e seus aviões ou helicópteros onde encontram sua felicidade. Minha felicidade está em dar e partilhar e ter diversão simples e inocente.
Geraldo: Sua casa. Apesar de toda a grandeza de Neverland, sua casa é bastante modesta. E seu estilo pessoal. Não vejo qualquer jóia em você, por exemplo. Porque você não coloca um grande diamante aqui (no peito) escrito 'michael jackson'?
Michael: Eu sou modesto, nesse sentido. Se eu o tivesse, é provável que eu o daria a primeira criança que dissesse: 'uau, eu gosto do seu colar'. Quando eu era criança, se eu admirava algo que estrelas como Sammy Davis, Fred Astaire, Gene Kelly estivessem usando, se eu simplesmente dissesse: 'Eu amo essa camisa que você está vestindo', eles a dariam para mim. É um traço do show business. Entregá-lo.
Geraldo: Ignorando a atenção da mídia, mesmo no dia em que eu estava lá, você convidou as crianças das periferias. Como é ter elas lá? Porque você faz isso?
Michael: Eu viajei o mundo mais de 8 vezes. Eu visito hospitais e orfanatos com a mesma frequência com que faço shows. Mas é claro, isso não é coberto pela imprensa. Eu não faço isso para aparecer, faço de coração. Há tantas crianças que não viram as montanhas, que nunca subiram em um carrossel, que não tem animais de estimação, nunca viram um cavalo ou uma lhama!
Se eu posso abrir minhas portas e ver a felicidade, a explosão de gritos, o riso das crianças, elas correm nas pontes e sobem nos brinquedos, eu digo "Obrigado, meu Deus". Eu sinto que eu ganhei o sorriso de aprovação de Deus, porque eu estou fazendo algo que traz alegria e felicidade para outras pessoas.
Geraldo: Então, você é próximo de seus parentes: Te afeta quando eles se envolvem em situações, como o caso da Janet no Superbowl?
Michael: Oh. Na verdade, eu estava assistindo e não ví. Eu estava na casa de um amigo meu, Ron Burkle. Era uma tela gigante de cinema e eu não vi. E eu ví as controvérsias no dia seguinte e disse..'isso não é verdade'. Eu não ví nada.
Geraldo: Você acha que houve controvérsia demais? Você acha que é por causa do fenômeno Jackson ou é um testemunho do nosso tempo neste país?
Michael: São hipóteses interessantes também. É difícil de responder. Eu prefiro não responder essa.
Geraldo: Você ligou para ela e disse 'não se preocupe'?
Michael: Algo assim... "Seja forte. . Isso também passará. 'Não se preocupe com isso. . Eu já vi coisas piores.¨ Eu disse: "Janet, você é muito jovem para se lembrar, mas uma vez eu assisti ao Oscar com David Niven sobre ele e um homem nu apareceu correndo. Agora, ele não chegou lá, sozinho. Foi uma festa organizada e ninguém falou muito sobre isso. Isso foi ao vivo para todo o mundo.¨
Geraldo: Eu acho que há um componente Jackson.. Acho que a coisa foi exagerada .
Michael: Obrigado.
Geraldo: Então, agora sobre a música. o que podemos esperar? Será que vamos ouvir as músicas no rádio e depois as pessoas vão enviar o seu dinheiro para as crianças na região do Oceano Índico?
Michael: Eu gostaria muito disso.
Geraldo: Agora me diga, esse ato de doar, a compaixão, como faz você se sentir? As vezes eu me sinto melhor dar do que receber em minha vida. Explique o mecanismo disso em sua vida.
Michael: Eu não sei se isso é psicológico ou não. Eu adoro trabalhar duro em alguma coisa. Suar no trabalho e dividí-lo com as pessoas. E depois, fazê-las gostar disso. E eu sempre rezo para que gostem. Isso me dá bastante satisfação, como artista.
Geraldo: Não é frustrante para você, pessoal ou profissionalmente, quando as pessoas dizem que 'tal projeto Jackson' foi um fracasso ou sei lá o que? Sua compilação Number Ones, por exemplo, 7 milhões e meio de cópias vendidas. Agora deve ser platina quádrupla. ou seja lá como que chamam. E ainda assim existem alguns artistas da música que dizem que não é um sucesso, um hit.
Michael: A coletânea está um enorme sucesso!
Geraldo: Sete milhões e meio de cópias. Mas então, nas manchetes, por que não é dito que é um enorme sucesso?
Michael: Porque notícias negativas e sensacionalismo parecem vender mais do que notícias boas e positivas. Eu acho que as pessoas preferem ouvir boatos, às vezes. A verdade é que eu sempre atingi a primeira posição. As pessoas gostam de sensacionalismo, inventar histórias e rumores.
Geraldo: Isso fere os seus sentimentos? Não dá vontade de gritar:' espere aí, verifique os números..'
Michael: É um traço comum na humanidade que eu não gosto. Mas há um lado belo da humanidade também, não é?
Geraldo: Mas não para Eminem. Temos falado sobre isso. Eu acho que você deveria. Por que não? Sobre o desrespeito que ele demonstrou.
Michael: E qual é sua pergunta?
Geraldo: Stevie Wonder disse que ele estava acumulando coisas para ele e quão grosseiro ele foi sendo um artista que ganha dinheiro vindo da comunidade. Mostra um senso de racismo à comunidade, e eu digo, muito cara-de-pau e um material muito intolerante. Conte-nos como isso te feriu e como você está se sentindo agora.
Michael: Eu nunca me encontrei com o Sr. Eminem, e eu sempre o admirei e que ele teve que fazer algo como isso. Foi bastante doloroso fazer isso de artista para artista, e é triste porque eu acho que o que Stevie Wonder disse é verdade. Não quero dizer muito mais do que isso. Ele (Eminem) deveria ter vergonha de si mesmo e do que está fazendo. Stevie disse que ele é 'merda'. Eu não estou dizendo, Stevie disse isso sobre ele. Stevie é incrível, ele é um dos homens mais gentis desse mundo.
Geraldo: Quando Stevie disse isso você sentiu um enorme amor de amizade, de irmão mesmo?
Michael: Sim, eu amo o Stevie Wonder. Para mim, ele é um profeta musical. Eu sempre vou amá-lo. Muitas pessoas o respeitam, ele é uma forte entidade nesse ramo. Quando ele fala, as pessoas ouvem. E foi errado mesmo o que Eminem fez. Eu tenho sido um artista a maior parte da minha vida e eu nunca ataquei um colega artista. Grandes artistas não fazem isso. Não precisam fazer isso.
Geraldo: Eu mencionei o vexame de Janet e resposta exagerada a isso. Mais uma vez você acha que ele só fez isso porque ele sabia que iria se safar, porque você é o Michael Jackson?
Michael: Sim, mas não faz mal. É bobagem. É infantil. Espero que ele esteja se divertindo.
Geraldo: Como uma piada sem graça. Mas ainda dói em seus sentimentos e você não quer que seus filhos vejam.
Michael: Oh Deus, eu odiaria que eles vissem.
Geraldo: Finalmente, temos evitado o caso e não falamos sobre o que acontece. Você tem ordens da Justiça de não falar sobre isso. Eu sei que você recebeu a permissão do juiz para ler uma declaração. Detesto terminar a entrevista assim, mas se você quiser ler, eu acho importante.
Michael: ( lendo a declaração..)
Nas últimas duas semanas, uma informação horrível e maliciosa foi lançada pela imprensa a meu respeito. Aparentemente, esta informação teve origem em transcrições em um procedimento na Justiça. Porém nem eu nem meus advogados tínhamos conhecimento disso. A informação é nojenta e falsa. Anos atrás, eu permiti que uma família me visitasse e passasse algum tempo em Neverland. Neverland é minha casa. Deixei essa família entrar em meu lar porque me disseram que seu filho estava com câncer e precisava da minha ajuda. Ao longo dos anos tenho ajudado milhares de crianças doentes e infelizes. Estes acontecimentos têm causado um pesadelo para a minha família, meus filhos e a mim. Não tenho a intenção de colocar-me em uma posição tão vulnerável novamente. Eu amo a minha comunidade e tenho muita fé em nosso Sistema de Justiça. Por favor, mantenham a mente aberta e deixem-me passar o meu dia na Corte. Eu mereço um julgamento justo como qualquer outro cidadão americano. Eu vou ser inocentado e absolvido assim que a verdade seja dita.
Geraldo: Michael, mais alguma coisa que você gostaria de dizer?
Michael: Sim. Gostaria apenas de pedir ao público para manter a minha família e a mim em suas orações. Obrigado, Geraldo.
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