Michael fala com Shmuley (35)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 35 - Sobre seus Dons

SB: Jesus disse: "Deixai as criancinhas e parai de impedí-las de virem à mim." (Mateus 19:14) Ele tinha todas essas citações maravilhosas sobre crianças e as figuras mais santas foram vista rodeadas de crianças. Você se identifica com pessoas assim? Você sente que Deus tenha te dado mais do que apenas talento para a música?

MJ: Sim. Absolutamente.

SB: ... Espere. Eu acho que você tenha algo de especial a fazer aqui na Terra. Todo ser humano tem. E não podemos ignorar o fato de que você tenha um renome raramente visto antes. E temos que canalizar essa celebridade de uma maneira apropriada. É quando você se torna um professor, Michael, não apenas um artista, você tem que identificar o que é isso, que mensagem positiva você deseja conceder à humanidade.

É quando sua celebridade se torna algo como redenção. Na verdade, eu acho que a palavra entertainer para você é um pouco insultante. Você não é só um artista e deveria sempre se esforçar para ser muito mais do que meramente um entertainer (artista do entretenimento).

Eddie Murphy é um artista do entretenimento. Ele é ótimo. É engraçado, mas ninguém acampa do lado de fora da casa dele. Você entende o que eu quero dizer. Então, isso é uma coisa muito poderosa e você precisa determinar o que você quer alcançar com isso, de que jeito saudável e abençoado você possa usar isso. E não é sobre você, é sobre algo maior do que você - um objetivo que é grande e vai além do entretenimento. Você se vê sob essa capa? Você sente que Deus te deu certos poderes de cura?

MJ: Sim.

SB: Então, quando você fala com Gavin,  você o está curando, não apenas falando com ele?

MJ: Eu sei que o estou curando, e tenho visto criança me encherem de amor. E elas apenas querem me tocar e me abraçar, chorar e não me soltar. E elas nem me conhecem. Veja... às vezes, quando saio, ou apenas estou num lugar, as mãe pegam seus filhos e os colocam em meus braços: “Toque meu filho, toque meu filho, abraçe-os." Não é como a adoração de um herói, como a religião diz, idolatria.

SB: E não é idolatria? Porquê? Porque não estão adorando você? Porque eles querem se sentir melhor com eles mesmos? Por estarem bem perto de você eles se sentem mais leves, como se pudessem andar sobre a água. Por que isso não é idolatria?

MJ: Sim, por que minha religião nos ensinou que não se deveria fazer isso. Se eu fosse para minha igreja eles nunca me tratariam do mesmo jeito que a sua igreja me trataria.

(Quando levei Michael numa sinagoga para o Sabbath, as pessoas o cumprimentaram com muito entusiasmo. Já na sua igreja, eles fazem questão de não tratarem Michael de forma diferente dos outros adoradores. No caso da sinagoga, nós propositalmente não dissemos para todos os congregantes que ele viria, pois queríamos que a visita dele fosse calma e eu queria que Michael experimentasse a beleza e a serenidade do Sabbath sem o estorvo do barulho causado pela celebridade. Mas quando as pessoas o viram, elas correram para recebê-lo e cumprimentá-lo. Shmuley)

MJ: Eles teriam sido gentis depois da cerimônia. "Oi Irmão Jackson. Tudo bem?" Mas abraçar e dizer: "Oh, amamos você", eles nunca fariam isso. Eles sentiriam que isso é idolatria e não se deveria fazer isso.

 É errado, eles levam isso longe demais. Não há nada errado em dizer: “Obrigado, nós te amamos muito..."

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach