Entrevista ''Michael e Eu'' (Parte 12)

A obra Camelot de David Nordahl
Matéria traduzida e editada por este blog a partir da entrevista concedida por David Nordahl [retratista pessoal de Michael Jackson] à Rev. Dr. Catherine M Gross, em 29 de Agosto de 2013.

Uma viagem inesquecível, Michael e Eu: DAVID NORDAHL 

Rev. Dr. Catherine Esta pintura que você fez... você tem uma pintura... este cavalo é tão belo, é uma pintura chamada Camelot.

David Nordahl Ah, sim, estes são ele [Michael] e Lisa Marie. Logo depois dele se casar com Lisa Marie, ele quis que eu fizesse um retrato deles dois. E ele me deu a ideia e assim eu fiz esboços para ele, mas no momento em que eu fiz esses, nós estávamos trabalhando em dois ou três outros projetos.

Eu não me lembro quais eram, mas há algumas outras coisas que ele precisava e, então, eu perguntei a ele depois de algum esboço e ele disse ''Eu o amo assim do jeito como está'' e eu disse " Devo colocar essas outras coisas dentro e trabalhar nisso?'' e ele disse "Não, não, coloque esses outros elementos, primeiro" e, em seguida, como sabemos, os dois se separaram.

Rev. Dr. Catherine Certo. Então era como se tivesse sido inútil pelo tempo que você se dedicou?

David Nordahl Sim. Sim. Tipo isso, eu acho. Você sabe, eu acho que os dois tinham algum... naquele ponto, era 1996 e Michael queria sair do país. Ele realmente discutiu isso após o incidente de 1993, de modo que... ele queria se mudar para Paris, mas Lisa Marie estava muito envolvida com seus amigos em Los Angeles, que não eram atores.

Eram pessoas que ela conhecia da escola onde seus filhos frequentavam. E eu acho que ela passou muito tempo com a escola e ela tinha seu círculo de amigos. Sim. Ela não queria viver lá e também ela absolutamente verificava se havia segurança, toda vez em que ela entrava em algum lugar.

Ela realmente gostava disso e eu acho que eram as diferenças que eles tinham nesse momento. [...] Mas eu realmente gosto dela. Ela é muito doce. Ela é muito bonita e ela realmente me lembrava muito de seu pai.

Eu também quero acrescentar - você sabe que Michael era muito engraçado. Ele era um verdadeiro brincalhão e há apenas tantas incidências onde ele armava brincadeiras, como quando eu estava na Califórnia para ajudar e eu estava fazendo um trabalho para Michael.

Eu tinha a minha prancheta de desenho e todos os meus materiais de desenho e outras coisas. Eu esqueci o projeto no qual eu estava trabalhando, Michael estava em Sunset Boulevard, no estúdio de gravação, então eu estava trabalhando nessa coisa para Michael e ele me chamou, era cerca de 23 horas.

Ele perguntou se eu a havia terminado e eu disse que estava quase pronta. Eu a estava cobrindo e ele disse: 'Você se importaria em trazê-la para que eu possa vê-la?'

Eu disse: 'Claro, eu vou fazer isso.'

Então, eu dirigi ao estúdio de gravação e quando eu entrei lá, ele me agarrou e disse: 'Venha aqui" e era [um local] como uma depósito. Então, nós estávamos em pé nesta sala e ele disse:

'Aqueles caras estão com raiva de mim', e eu disse: 'O que aconteceu?'

Rev. Dr. Catherine Por quê?

Slash e Jimmy Jam estavam lá. Esses músicos de topo são acostumados a executar uma faixa somente uma vez. A primeira vez e basta. 

Michael os manteve lá até três ou quatro horas da manhã! Repetindo e repetindo as mesmas passagens, sabe? Michael não se sentia confortável até que ele tivesse explorado todas as possibilidades. Ele precisava se certificar de que poderia ver uma maneira de melhorá-la. Ele fazia isso consigo mesmo. Ele fazia isso por seus fãs.

Eu nunca conheci um homem que fosse tão consumido sobre a forma como seus fãs eram tratados. Os shows que ele preparava teriam que ser o melhor que pudessem ser. Ele queria que as pessoas recebessem o valor de seu dinheiro.

Eu tinha aquele portfólio, aquela maleta grande onde eu levava todos os desenhos, e assim depois que fizemos isso, tivemos uma pizza e depois voltei para o hotel. Quando eu saí, eu pensei que a minha maleta pesava como uma maldição, e eu voltei ao hotel.

Ao abri-la, era algo como vinte quilos de chicletes em cascata (risos) na minha maleta. Primeiro de tudo, eu não o vi colocar isso lá, mas em segundo lugar, quem tem uma centena - você sabe, mil pedaços de chiclete? ( risos) Eu não sei onde ele os conseguiu.

Rev. Dr. Catherine (risos) Ah, meu Deus.


David Nordahl E antes de eu sair, Evie tinha me ligado e disse que Michael tinha um projeto no qual ele queria que eu trabalhasse, e eu deveria sair de Los Angeles, enquanto ele está gravando e por isso, eu disse que sim.

Assim, Evie me deu esse número para o estúdio de gravação e então liguei e disse-lhe onde eu estava e que eu precisava falar com Michael. Então, esta senhora no telefone tinha um verdadeiro sotaque do Brooklyn e ela fazia para mim todas essas perguntas sobre como eu conhecia Michael e qual é o meu negócio com Michael e todo o material.

Bem, você sabe que eu tenho feito trabalhos para Michael desde um longo tempo (risos) e eu fiquei realmente irritado. Mais tarde, eu descobri que era com Michael que eu estava falando.

Rev. Dr. Catherine O quê?

David Nordahl Sim. Era Michael . Ele estava apenas brincando comigo, de novo.

[Nessa parte, se inicia um processo para escolher uma pessoa para falar com David Nordahl.]

Rev. Dr. Catherine Qual é o seu nome?

Louise.

Rev. Dr. Catherine Oi, Louise.

Louise Oi, como você está?

Rev. Dr. Catherine Muito bem. Você tem algo para perguntar ou dizer a David?

Louise Sim. Eu quero perguntar a David sobre seu estilo ou roupas com as quais ele sempre vestiu Michael e seus retratos. Será que Michael adaptava esse estilo em suas próprias fantasias pessoais e figurinos que ele gostava de vestir e em seus projetos pessoais de seus móveis, em sua imagem e as coisas? Eu sei que vocês têm gostos semelhantes.

David Nordahl Em resposta à sua pergunta, sim, Michael realmente amava aquele período da história sobre o Rei Artur e ele gostava desse estilo de se vestir, mais as histórias infantis e todo esse tipo de coisa. Ele realmente gostava desse tipo de coisas. Eu não sei o quanto de mim [influenciou] a ele nas roupas e figurinos que ele iria vestir.

Louise Eu também penso assim e eu também busquei no seu estilo de mobiliário que ele gostava, para escolher para mim. Ele realmente entrou no complexo tipo de decoração ornamentada e vocês se relacionaram muito bem, eu acho.

David Nordahl Certa vez, enquanto eu voltava com ele para Los Angeles, porque eu deveria voar para fora de Santa Barbara em uma manhã de segunda-feira - e isso foi domingo à noite - Michael dirigiu de volta para Los Angeles.

E então, eu disse a ele: "Talvez eu devesse descer com você para Los Angeles esta noite, então eu não teria que pegar aquele voo periférico de Santa Barbara para Los Angeles, pela manhã.''

E ele disse:" Não, vai ficar tudo bem.''

E eu disse: "Você pode me deixar em um hotel ou qualquer outra coisa." Ele disse: "Não, você ficar na minha casa, se você não se importar de dormir em um sofá", e eu disse ''Não, eu não me importo.''

E assim chegamos e ele fomos para baixo e ele era como, duas horas da manhã e - antes das crianças - Michael costumava dirigir o tempo todo, sem qualquer tipo de segurança ou qualquer coisa.

Depois que as crianças nasceram, tudo mudou porque ele temia que as crianças seriam prejudicadas. Eles sempre iam para Los Angeles e fiquei surpreso. Você sabe, eu esperava um apartamento de cobertura ou algo assim. Era apenas um pequeno apartamento de dois quartos.

Um dos quartos era tão cheio de ''bagunças'' que eu não poderia ficar nele. Você sabe, se você tem uma venda de garagem* [popular hábito de venda norte-americano - nota do blog*] eu não acho que você não pegaria 150 dólares por tudo em seu apartamento. Exceto para... ele tinha uma máquina de pipoca e ele tinha um bom aparelho de som. E então ele tinha um piano, um piano de cauda.

[Parte inaudível na gravação.]

David Nordahl Sim. E você sabe que ele realmente [se envolvia] com os mobiliários, depois que as crianças nasceram, antes delas nascerem...

Louise Se ele ainda estivesse conosco hoje, ele seria definitivamente um colecionador.

David Nordahl Oh sim. Absolutamente, e ele tinha um piano de pelúcia na cozinha, então você não podia entrar na cozinha. Era um apartamento bem pequeno. Ele não vivia grandiosamente em tudo, antes das crianças. Depois que as crianças nasceram, então as coisas mudaram porque ele precisava de segurança, precisava de um lugar decente para se viver. Caso contrário, antes disso, ele não se importava em nada sobre as coisas materiais.

Louise Eu só tenho mais uma pergunta para você. Eu mandei um e-mail para o seu site atual e Lori respondeu para mim, mas isso é mais pessoal. Como você está? O que anda fazendo?

David Nordahl Estou indo muito bem, obrigado. Obrigado por perguntar.

Louise Sim, eu sei. Porque assim como os fãs, nós não sabíamos dessa forma. Ainda assim, tem sido um processo de luto, a coisa mais dolorosa. Eu acho que eu já experimentei na minha vida. Essas pessoas que estavam próximas a ele como você, eu só me pergunto, como você lida com isso no dia a dia? É difícil o suficiente para um fã. Você compreende?

David Nordahl Foi devastador. Quando eu ouvi pela primeira vez a notícia de que ele teria sido levado a um hospital, eu pensei bem ''Isso é bom. Eles vão reidratá-lo. Ele tem trabalhado duro, ensaiando para o concerto This Is It e eles vão reidratá-lo e eles vão mandá-lo de volta para casa... ele vai ficar bem.''

Eu não podia acreditar. Quando eles realmente disseram que ele estava morto, eu apenas me recusei a acreditar, em um primeiro momento.  Eu pensei : "Não, não, não. Ele vai ficar bem. Ele está bem. Vamos descobrir qual é a verdade.'' E eu fiquei arrasado.

Louise Agora, é como se a minha vida tivesse mudado e eu sei que muitas pessoas se sentem assim, também. Agora, estou com 55, a mesma idade de Michael. Eu encontrei um real propósito. Eu descobri o verdadeiro propósito para tomar a dor e virar o jogo.

E eu vejo muitos de seus supostos amigos, apenas aproveitando o fato de que conheciam Michael e coisas desse tipo. E é de partir o coração. Eu acho que são os fãs. Os fãs têm continuado o seu legado.

David Nordahl Claro, absolutamente, absolutamente. Todas aquelas pessoas que pensavam que Michael era... você sabe. Claro, absolutamente, absolutamente. Todas aquelas pessoas que tinham pensado que Michael era... você sabe.

Louise Exatamente. Mas ele estava falando muito com você. Eu aprecio você ter pegado a minha ligação, Catherine. Ok, tchau!

Rev. Dr. Catherine Ok tchau, Louise.

Fonte: www.examiner.com