Michael fala com Shmuley (34)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 34 - Sobre a conexão com Deus


SB: Você se diverte quando performa e faz música?

MJ: Sim. Eu adoro. Se não fosse divertido eu não faria. Eu faço porque amo muito isso. Não há felicidade maior do que dançar e performar. É como uma celebração e quando se é pego naquele lugar, quando certos artistas vão e se tornam um com a música, um só com a plateia, se você está nesse nível é como estar num transe, isso toma conta de você.

E você se desconecta e começa a saber onde está indo, mesmo antes de chegar lá. Eles têm que saber onde você está e responder. É como jogar ping-pong. É como quando os pássaros migram, eles sabem onde estão indo. Ou como os peixes. Eles são telepáticos, estão na mesma linha. Isso é o que acontece quando se performa, você é um com os músicos, com a dança e com a música e fica em transe. E cara, você os têm. Estão na palma da sua mão. É inacreditável. Você se sente transformado.

SB: Qual energia te leva para lá? É divina?

MJ: É divina, é pura, é revelação, sem que se faça soar espiritual ou religiosa, mas é uma energia divina. Algumas pessoas a chamam de espírito, como quando um espírito entra num quarto. Outras pessoas vêem isso com olhos maus. As pessoas, às vezes, o fazem... olham assim e dizem que é demoníaco, que é culto, que é o diabo. 

Não é, é muito de Deus, é pura energia divina. Você sente a luz de Deus. Quando eu performo certas músicas, como na Motown 25, ou quando eu dancei Billie Jean e fiz o moonwalk pela primeira vez no palco, e a platéia gritava quando eu fazia um pequeno movimento, e você movimenta a mão e... "Agghhh!!" [grito] em qualquer coisa que você faça. Eu fico como que pego num transe com tudo isso. Eu sinto, mas não ouço. Eu sinto tudo. E no final da peça, quando termino e abro os olhos e vejo a resposta, eu fico surpreso, pois estou em outro mundo. Eu fui um com o momento, trabalhando o momento, naquele momento.

SB: Então você não está fazendo para consolar ninguém. Talvez esse seja seu poder como artista. Nunca foi sobre o que as pessoas queriam, o quão condicionados, o quão acomodados as pessoas queriam ficar.

MJ: Não.

SB: Você pode ensinar as pessoas como chegar lá? Se há alguma amargura ou ódio no seu coração em momentos assim, se eles são, como você diz, divinos, você sente que se esvazia disso?

MJ: Esvazia. Você fica acima de tudo. Por isso que eu adoro ir a um lugar onde não há ninguém que possa fazer alguma coisa. O ponto de retorno se vai. É maravilhoso. Você foi tomado. 

Se sente isso, e isso não significa... todos que estão lá estão nessa com você, a plateia está nessa com você...

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach