Conversas Privadas em Neverland... (04)


No piso superior

''Depois de passarmos quase uma hora na sala de jogos, Michael me disse que queria nos levar para casa para nos mostrar algo. Para entrar novamente na casa teria que pressionar um código eletrônico a fim de abrir a porta.

Nos levou até uma [outra] grande sala de jogos acima da sala de jantar. Ao fundo, havia uma figura em tamanho natural de Darth Vader feita totalmente de Legos.

Depois de nos contar a sua origem - a qual eu esqueci - Michael foi para os armários e gavetas que tinha na sala e começou a puxar brinquedos e dar-lhes a Mason. Michael estava tão animado tirando os brinquedos do armário quanto Mason que observava os que ele retirava.

Lembro-me dele puxando uma máscara de borracha de Darth Maul e a dando para o meu filho, dizendo: 

"Pegue, Mason, eu quero que você fique com isso. Você sabe quem é Darth Maul?"

Mason respondeu: "Sim, eu sei, mas não posso aceitá-la. Sei o quanto custa e é muito cara."

Michael disse: "Não, está tudo bem, de verdade. Eu insisto que fique com ela."

Mason olhou para mim e eu sorri, consentindo. Ele se virou para Michael e disse:

"Ok. Eu vou aceitá-la com uma condição."

Michael perguntou: "Qual?''

Mason disse: "Que você a autografe no seu interior.''

Michael riu, olhando para mim, abriu os olhos um pouco e balançando a cabeça, disse: "Menino esperto.''

Michael virou a máscara de dentro para fora e começou a assiná-la. Ele escreveu: "Para Mason, seu amigo Michael Jackson."

Embora Michael tenha tentado lhe dar muitos mais brinquedos, Mason estava completamente satisfeito com a máscara de Darth Maul* [personagem do filme Star Wars - nota do blog].

Depois de deixarmos a sala de jogos, Michael nos levou para o cinema, a meia milha da casa. Era uma grande habitação com um caminho circular em frente a algumas estátuas de bronze representando crianças junto a um dos lados da porta de entrada.

Nós fomos para dentro, onde havia um balcão de vidro repleto com todos os tipos de guloseimas que se possa imaginar. Atrás do balcão estava uma máquina de pipoca e uma máquina de sorvete, ao lado.

Também havia outro grande congelador com portas de vidro de correr e cheio de sorvete. Servimos-nos de um pouco de sorvete com alguns dos acompanhamentos que estavam disponíveis. Michael chamou o operador para que viesse preparar um pouco de pipoca.

"Eu mantenho tudo isso abastecido para que as crianças que vêm das escolas para passar o dia em Neverland possam ter tudo o que quiser. Não há caixa registradora aqui, porque ninguém paga nada em Neverland", disse Michael.

Em cada lado do balcão havia portas que direcionavam ao teatro. As cadeiras poderiam se inclinar para trás e você pode balançar sobre elas. Elas eram tão grandes e confortáveis ​​quanto os assentos de salão. 

A sala da frente tinham grandes cortinas que se abriam, revelando a tela atrás. Esta levantou-se a revelar um palco com piso de madeira, onde Michael disse que praticava suas danças para os seus vídeos.

Na parte de trás do teatro havia duas grandes janelas de vidro na parede. Através delas poderia se ver uma cama em cada uma. Michael disse que foi incluído no projeto do quarto para crianças acamadas poder desfrutar de um filme em um cinema real. Nesta noite nós vimos um filme, mas [também] vimos muitos desenhos animados e alguns dos vídeos de Michael.

Eventualmente vimos neste teatro muitos filmes que estavam sendo projetados simultaneamente nos cinemas. Michael tinha algum tipo de acordo para obter cada novo lançamento. Na verdade, para o teatro havia cartazes anunciando novas versões ou lançamentos futuros em Neverland, pendurados em grandes painéis de vidro, em ambos os lados da estrada.

Depois de sair do cinema fomos a uma enorme feira cheia de cerâmicas, como as que podem ser encontradas em um parque de diversões. Toda a área estava iluminada com luzes coloridas brilhantes. 

A música soava em todas as atrações e Michael nos levou primeiro para os carrinhos de choque. Dois jovens estavam sempre lá para nos levar para a atração que quiséssemos. Os carros de choque eram, de fato, um dos mais engraçados e Michael era selvagem, indo o mais rápido que pudesse, tentando acertar alguém que estivesse desprevenido. Então ele se virava e saía assobiando e rindo.

Fora da casa de carrinhos de choque tinha um monte de telões com pelo menos três metros de altura, nos quais Michael disse que ele poderia jogar com os jogos do XboxGame Cube ou mesmo assistir a filmes. Eles haviam sido utilizados na primeira etapa de sua turnê mundial como parte dos adereços, bem como telas para assistir ao concerto.

Passamos por este lugar e subimos umas escadas para o lado das colinas, carregando alguns sacos de algodão, sobre os quais deslizamos por um tobogã com altos e baixos e muito parecido com o que você veria em uma feira do condado, só que muito maior. Era engraçado o suficiente para repetirmos várias vezes e Michael parecia passar tão bem como nós.

De lá, ele me levou para ver o carrossel sobre o qual tinha falado comigo antes. Era todo uma beleza. Havia animais e assentos de madeira esculpidos à mão, que pareciam trenós e tinham cabeças de dragão esculpidas nas laterais.

Ao redor de toda a atração estavam os cenários originais pintados à mão e espelhos. Havia espelhos também no centro, onde você poderia se olhar enquanto dava voltas, e saía música através deles. A música soava como um Calliope, mas não lembro de ter visto as flautas que poderiam produzir esse som único.

Fomos para o Sea Dragon que era, na verdade, um navio Viking que subia tão alto que parecia que iria te deixar cair. Mason subiu nele com reservas e cobriu os olhos o tempo todo. Na verdade, a atração parou mais cedo porque ele estava com medo. 

Havia sorvetes e barracas de pipoca espalhados entre as atrações. Outra atração na qual estivemos foi ''As Cadeiras Voadoras''. Uma coisa boa sobre as atrações de lá é que não havia limite de tempo. Apenas se fazia um sinal ao operador para que parasse ou continuasse.

Quando nos cansamos das atrações, Michael chamou uma das limusines Rolls Royce para nos pegar e nos levar de volta para casa. Michael disse adeus da porta da frente e disse: "Obrigado por ter vindo. Eu tive um grande momento."

Respondemos o mesmo, agradecendo pelo tempo tão maravilhoso e fomos para o nosso carro. Enquanto nos conduzíamos à saída, Mason disse, "Ei papai, o que é isso?"

Olhei no banco de trás e havia três sacolas grandes cheias de todos os brinquedos os quais Mason tinha educadamente recusado ​​na sala de jogos. Isso incluia um Xbox e un Game Cube com alguns jogos cada. Em outras visitas ao rancho, acontecia sempre a mesma coisa.

Ao sairmos, Michael sempre fazia encher o banco de trás do carro com presentes. E com o tempo, quando Michael começou a vir à nossa casa, nunca chegava sem uma porção de DVDs.

No dia seguinte, Mason foi à escola e durante o recreio contou à classe que havia estado na casa de Michael Jackson e jantado com ele.

Muitos na classe riam e riam, dizendo: "Sim, certo. Claro que estava, Mason."

Eles não iriam acreditar nele. Desde então, Mason nunca mais falou disso. Guardava para si mesmo todas as visitas de Michael e todas as viagens ao rancho. 

Eventualmente eu ia para a casa de Michael [sozinho ou com minha família] e ele vinha à minha casa, muitas vezes acompanhado de Prince e Paris. Nós víamos um ao outro ou nos falávamos ao telefone quase todas as semanas por todos os próximos quatro ou cinco anos, exceto quando ele estava em viagem de negócios.''

William B. Van Valin 
*Médico e amigo de Michael Jackson, em seu livro Conversas Privadas em Neverland com Michael Jackson.

Fonte: Fórum MJHideout