Remember The Time: Protecting Michael Jackson


Bill: ''No final de outubro, Sr. Jackson fez outra viagem para Los Angeles. Se hospedava no Hotel Bel-Air, que era onde se realizavam muitas reuniões. Desta vez ele não voltou. Não houve "vamos sair daqui". Simplesmente aconteceu.

Javon e eu ainda estávamos em Las Vegas. Não sabíamos onde estávamos naquele ponto. Apenas recebi uma chamada para ir para a Califórnia. Ele queria de novo a maleta com o Oscar do filme ...E O Vento Levou.

Eu dirigi todo o caminho até Los Angeles, passei a maleta para Michael Amir no lobby do hotel e me disseram que era tudo do que precisavam de mim naquele momento.

Eu entrei no meu carro e fui para casa. Um par de semanas mais tarde, chegou a notícia de que ele estava deixando o hotel para uma casa alugada, aquela mansão em Holmby Hills.

Eu recebi um telefonema de que ele queria tudo, desde a instalação de armazenamento em Las Vegas, cinco daquelas enormes unidades. Se fizeram os arranjos para que tudo fosse recolhido e enviado para Los Angeles.

Eu estava preocupado. Voltar para a Califórnia era algo que Sr. Jackson tinha que fazer para o concerto. Eu não acho que ele teria se mudado para lá por opção. Nos últimos meses, comecei a ver um lado dele que eu nunca tinha visto antes.

Este não era o mesmo cara com quem eu trabalhei na Virginia. Ele estava caindo de uma forma, eu senti... ele fazia o que todo mundo queria que ele fizesse. Você conversa com as pessoas que trabalharam com ele e eles diziam como, no palco ou no estúdio, tudo sob controle. Esse não era ele quando ele se sentava e tratava com pessoas de negócios.

Foi como quando eu estava na chamada a três com Raymone e Greg Cruz e ele deixou cair o telefone e gritou,

"Eu deveria ligar para o meu pai e lhe dizer para vir chutar o traseiro deles". Seu pai? Sério? Você tem 50 anos. Mas toda a sua vida, foi Joe Jackson, Berry Gordy, Quincy Jones, ele sempre teve essas figuras poderosas em torno dele, que o moviam nesta direção ou outra. Isso é o que ele sabia.

Eu nunca vou esquecer quando estávamos no carro. Normalmente ele gostava de ouvir música clássica, quando estávamos no carro, mas desta vez eu tinha o rádio ligado em uma estação de R & B e tocava [a canção] My Prerogative de Bobby Brown.

Quando a música terminou, Sr. Jackson disse, ''Bill, você pode colocar ela de novo?''

Eu disse, "Desculpe, senhor. Não era um CD, mas no rádio.''

Então ele me pediu que saísse e conseguisse uma cópia do álbum para ele. Eu a consegui na Best Buy e pelos próximos dias, ele iria ouvir essa música de novo e de novo, o dia todo. Bobby Brown - My Prerogative - foi tudo o que Michael Jackson pediu para ouvir no carro, além de música clássica.

Ele disse que a gravaria, faria parte do seu retorno. Ele a cantou mais e mais até decorar cada palavra. "Eu não preciso de permissão, a decisão é minha, essa é a minha prerrogativa.."

Ele ficava no banco de trás cantando aquelas palavras, e ele cantou com convicção. É a minha prerrogativa. Ninguém pode me dizer o que fazer.''

Extraído do livro Remember The Time: Protecting Michael Jackson in His Finals Days escrito por Bill Whitfield e Javon Beard - ex-guarda-costas de Michael Jackson.

Fonte: http://mjhideout.com