"Depois de ver um homem e uma mulher sem-teto discutindo na rua, Michael nos disse para encostar. Nós encostamos no meio-fio e nós apenas observamos por um minuto.
Sr. Jackson viu todos os outros carros que passavam e ele perguntou: 'Por que ninguém está ajudando? Por que ninguém está parando?'
Depois disse a Javon, 'Chame a mulher até o carro'.
Javon abriu a janela e lhe acenou. Quando ela chegou ao carro, Sr. Jackson desceu a janela um pouco e disse: 'Qual é o seu nome?'
'Amanda', disse ela.
Eles conversaram um pouco. Ele queria saber a sua história. Ele lhe perguntou de onde ela era, onde estava a sua família - ela disse que era dançarina.
Então eu o ouvi procurando por alguma coisa no banco de trás. Eu ouvi o som de papel. Ele estava pegando dinheiro. Ele tirou três notas de cem dólares, deu a ela e disse: 'Aqui. Pegue isso.''
Ela estava incrédula, quase chorando, dizendo:'Obrigada, obrigada, obrigada."
Depois que ele lhe deu o dinheiro, ela recuou alguns passos e eu comecei a me afastar. O cara que estava sentado perto dela se levantou, aproximou-se dela e tentou roubar o dinheiro. Ela se afastou, mas ele continuou tentando agarrá-lo dela e eles começaram a brigar novamente. Ela começou a gritar: "Não! Este é meu!"
Sr. Jackson viu isso e disse: 'Não, não, não! Javon, pare o carro. Volte para trás.''
Eu retornei, ele se inclinou para trás para fora da janela e chamou o homem ao longo deste tempo, dizendo:
'Não faça isso! Aqui, eu tenho algo para você também.''
Ele pegou mais 300 dólares e deu para o homem.
A senhora começou a chorar, como se ela tivesse sido salva. Ele lhes disse para usar o dinheiro para comprar comida.
'Consiga algo nutritivo' disse ele. 'Não use em drogas.'
'Não, senhor!' disseram 'Não, senhor!'
Ambos desandaram a lhe agradecer e ''Deus lhe abençoe'' quando de repente o homem parou e olhou para a janela do carro e disse: 'Você é Michael Jackson?'
'Não. Não, eu não sou.'
Quando estávamos indo embora, Sr. Jackson perguntou se havia muita gente assim na área e depois de ouvir que havia partes de Las Vegas onde viviam muitas pessoas desabrigadas, ele nos perguntou se poderíamos dirigir até lá.
'O senhor quer ir lá esta noite, senhor? Esta noite não seria uma boa ocasião.'
'Não, não' disse. 'Nós podemos ir outro dia. Eu só quero ver.'
Quando ele mencionou ir lá, eu estava esperando que ele viesse a se esquecer. Às vezes, quando ele fazia pedidos incomuns, coisas que eu sabia que não seriam viáveis ou simplesmente não seriam uma boa ideia, eu esperava um pouco antes de seguir adiante para ver se ele se esquecia.
Às vezes, ele o fazia. Desta vez, ele se lembrou. Um par de dias mais tarde ele veio até mim e disse: 'Quando é que vamos para aquele lado da cidade?'
'Qual lado da cidade, senhor?'
'Onde estão os moradores de rua.'
'Nós podemos ir lá hoje.'
'Ok, vamos lá.'
Fomos até rua principal e todas aquelas pessoas estavam lá. Você podia ouvir em sua voz que ele estava chocado por todas essas pessoas que estavam desabrigadas.
'É simplesmente incrível', disse ele. 'Este país é tão rico e essas pessoas são pobres e vivem na rua.'
Ele pediu a Javon para encostar, de modo que o fizemos. Eu estava um pouco impaciente. Eu não estava legal sobre estacionar um carro tão bom com todas aquelas essas pessoas ao redor. Ficamos um pouco ali na beira da rua.
Em seguida, Sr. Jackson disse: 'Eu quero dar-lhes alguma coisa.'
Eu pensei que ele queria dizer que ele queria sair do carro e eu disse, 'Eu não acho que seria uma boa ideia ir lá fora, senhor.'
Ele disse, 'Não, não, não. Vou passar através da janela.'
Ele abriu a janela e começou a acenar as pessoas. Ele tinha uma pochete que ele estava usando. Abriu-a e toda a coisa estava recheada de dinheiro. Eles vieram para a janela e ele passava uma nota de cem dólares para cada um através da fresta na janela.
Uma coisa que eu notei foi que ele estava tentando chamar a atenção das mulheres. Ele queria ter certeza de que seriam elas a receber o dinheiro. Ele era como, 'Venha cá... não, não, não. Você. Você vem aqui.'
Muitos homens receberam dinheiro também, mas eu podia ouvi-lo destacar as mulheres através da multidão, chamando-as para a frente.
As pessoas começaram a fazer fila do lado de fora de sua janela, como se fosse um caixa eletrônico. Ele deu tanto que ficou sem nada e ele ficou chateado consigo mesmo. Ele estava dizendo que ele deveria ter trazido mais.
Começamos a ver o outro lado dele, sua compaixão pelos outros e foi algo incrível. Não havia mídia lá fora, sem câmeras. Havia apenas uma fresta na janela, para que ninguém pudesse reconhecê-lo. Era apenas algo que ele queria fazer.
Depois disso nós fomos e distribuímos comida para os sem-teto por diversas vezes. Ele dizia: 'Eu e as crianças não vamos comer isso. Vamos levar isso e entregar.'' Uma vez ele quis que as crianças fossem com a gente e ver, de modo que os levamos juntos."
Extraído do livro Remember The Time: Protecting Michael Jackson in His Finals Days escrito por Bill Whitfield e Javon Beard - ex-guarda-costas de Michael Jackson.
