13 de Junho de 2005 - O Dia da Vitória


Aconteceu exatamente há 15 anos, em 13 de Junho de 2005.....
Essas são as memórias do Jermaine Jackson:

Eu estava sentado com Tito na borda da fonte, perto do parque temático. Cada passeio e cada memória de diversão que nós nunca tínhamos compartilhado, ficaram parados, enquanto nós comíamos amendoim e fazíamos o nosso almoço. Nós conversamos e especulamos, preocupados. Acima de nós, dois helicópteros de notícias se mantiveram pairando. Pela primeira vez, eu fui capaz de ignorá-los.

Então, atrás de nós, nós ouvimos um carro em alta velocidade. 'Eles têm os veredictos!', o motorista gritou.

No carro, nós soubemos que o juiz Melville tinha dado à família 45 minutos para chegar ao tribunal. Era agora cerca de uma hora na tarde de 13 de Junho de 2005. Nós corremos para a casa principal e agarramos os nossos casacos. Todo mundo estava subindo para o comboio de veículos. Michael, usando os seus óculos de sol, já estava no carro. Ele estava sentado ao lado de Rebbie, que tinha a Bíblia em suas mãos: ela estava lendo as escrituras.

Enquanto ouvia, ele balançou em seu banco. ''Por quê? Por quê? Por quê?", ele repetia, batendo um punho em seu joelho direito. ''Por que tem que chegar a isso?''

Rebbie continuou a leitura, enquanto Randy se sentou ao lado dela - e ela continuou a ler por todo o caminho para o tribunal. Durante as semanas anteriores, Michael tinha assistido à duas reuniões privadas no Salão do Reino local, retornando às suas raízes das Testemunhas de Jeová em sua hora mais escura. Nós rimos porque ambos os serviços eram em espanhol, mas eu não acho que ele tinha que ouvir o conteúdo, ele só precisava se sentir perto de tudo o que ele conhecia, perdoando a tudo o que tinha acontecido antes.

Eu estava no carro atrás deles, enquanto nós partimos para o tribunal. Ao redor do meu pescoço estava um presente da nova mulher em minha vida, minha futura esposa: Halima Rashid. Nós tínhamos recentemente nos conhecido no Starbucks. O tabuleiro de xadrez do destino. O Rei toma a rainha. Chegada a semana do veredicto, ela tinha dado para mim uma corrente de ouro com uma oração muçulmana em árabe inscrita no medalhão:
"Ele sabe o que está diante deles e o que está por trás deles, eles não compreendem qualquer de seu conhecimento, exceto o que Ele quer...''

Eu a agarrei em minha mão e a segurei aos meus lábios por todo o caminho até lá. "Meu irmão está voltando para casa, para esse rancho... meu irmão está voltando para casa, para este rancho..." eu continuei sussurrando, enquanto nos afastávamos de Neverland, passando pelos fãs que tinham permanecido lá, o tempo todo.

"1000% inocente!", dizia um banner. Por favor, Deus, permita que seja um sinal.

O tribunal de justiça se recusou a reservar quatro assentos extras no dia do veredicto. Seis lugares só para a família. Regras eram regras. Janet e eu decidimos deixar os outros ir em frente. Parte de mim não sabia se eu seria capaz de ver o meu irmão ficar de pé, rodeado por policiais, enquanto o presidente dos jurados leria os 14 veredictos.

Minha irmã e eu fomos para uma sala no andar superior. Só eu, ela e a segurança nessa sala sem janelas, surdos e cegos para o que estava sendo dito na sala de tribunal abaixo de nós. Nós oramos. Nós nos abraçamos. Nós caminhamos. Nós esperamos. E então, eu ouvi um grito de fora. Seguido por outro. Eu corri para fora da porta, perseguindo esse ânimo como se fosse uma criança desaparecida que eu estivesse desesperado para encontrar.

Depois veio outro, mais alto, dessa vez. Pelo corredor, eu encontrei uma pequena janela toda enfaixada. Eu a rasguei e puxei a janela entreaberta, apenas o suficiente para ver do lado de fora. Isso foi quando eu vi uma mulher lançando pombas brancas, com cada grito animado.

''JANET! JANET!"

Eu gritei e comecei a correr de volta para minha irmã, que correu para fora da porta. ''Eles estão lançando POMBAS!''

Naquele exato momento, uma senhora veio até as escadas. ''Ele está liberado de todas as acusações! Eles já está livre em todos os aspectos!"

Eu gostaria de poder transmitir a alegria que eu senti naquele momento, mas me coloque na frente de 200.000 pessoas no maior palco do mundo e isso não iria se igualar; Nós corremos para o térreo e esperamos do lado de fora das portas, até que ela se abriu e Michael caminhou para fora, rodeado pelo restante da família e Tom Mesereau.

Michael não estava sorrindo, como todos os outros: ele parecia atordoado, e nós simplesmente continuamos a caminhar. Não havia tempo para abraços. Nós poderíamos fazer tudo aquilo de volta em Neverland. Eu nem sequer tive a oportunidade de desfrutar da humilhação de Sneddon. Ele, com seus detetives de araque, entrarão para a história como a equipe que assumiu o meu irmão e perdeu. Duas vezes.

Nós caminhamos para fora como uma família, e foram recebidos com a maior alegria. Eu queria encontrar a senhora que tinha liberado as 14 pombas brancas em cada veredicto de "inocente" - ela tinha feito a coisa mais importante e todos nós, até mesmo Michael, comentou.


Nessa caminhada para a liberdade sob seu guarda-chuva, ele ignorou os meios de comunicação e saudou os seus fãs. Pouco antes dele entrar no SUV, ele se virou para apertar a mão de Tom Mesereau. E, em seguida, o comboio nos levous para Neverland, onde Prince, Paris e Blanket estavam esperando com a babá Grace. A vida poderia finalmente voltar ao normal, e nós honestamente, pensamos que o pior estava para trás de nós.''

Fonte: O livro *You  Are Not Alone: Michael Through a Brother's Eyes* 
            escrito por Jermaine Jackson