Michael fala com Shmuley (14)

Esses diálogos entre Michael e o Rabino Shmuley Boteach 
foram gravados entre agosto de 2000 e Abril de 2001.

Parte 14 - Sobre as mulheres e a fidelidade

SB: O que você acha de homens que são infiéis às suas esposas?

MJ: Eu não acho legal. Mas eu entendo. Eu sei que é uma resposta estranha.

SB:Você tem mulheres que se apaixonam o tempo todo por esse mega star, então você não julga homens que são infiéis, pois às vezes você atribui isso às mulheres que se fazem disponíveis?

MJ: Eu não os julgo por que as mulheres conseguem fazer certas coisas que deixam os homens muito tristes. Eu tenho visto isso com meus irmãos. Tenho visto meus irmãos chorarem, pulando a cerca, em lágrimas de frustração, por causa de suas esposas.

SB: Você acha que as esposas estavam mais interessadas no sucesso deles do que neles mesmos?

MJ: Absolutamente. Elas estavam atrás do dinheiro deles. É por isso que eu dizia para eu mesmo que eu nunca me casaria. Eu segurei o máximo que pude. Eu fiquei em casa até os 27, 28 anos.

SB: Então, parte da atração por Lisa Marie foi que ela tinha o próprio dinheiro e fama e você não precisaria ficar ansioso pelo fato de que ela estaria interessada em você pelos motivos errados?

MJ: Absolutamente, e ela não levou um centavo quando nos divorciamos. Ela não queria nada. Ela consegue mais ou menos um milhão de dólares por ano com a memória do Elvis, as vendagens e tudo mais. Ela tem o dela. Ela não está aqui para tomar, sabe.

SB: Então, quase que parece que havia apenas uma garota no mundo inteiro que voce poderia casar, pois até uma mulher rica iria querer o seu nome. Você precisava de alguém que já tivesse dinheiro e um nome. Você procurava uma Presley ou uma McCartney ou algo assim.

MJ: Eu sei. Lisa era ótima. Ela era uma pessoa doce. Mas é difícil me amarrar. Eu não consigo ficar em um lugar só e é por isso que eu não sei se eu posso mesmo ficar completamente casado em tempo integral.

SB: Você queria ser um pai para os filhos dela?

MJ: Sim.

SB: Voce ainda tem contato com as crianças dela?

MJ: Sim. E com ela.

SB: Mas casamento confina muito?

MJ: Sim. Eu não sei nem se sou disciplinado o bastante, por que eu sou como um 'pedra rolante'. Eu tive um tipo de vida bem corrido, onde estou sempre me mudando e as mulheres não gostam disso. Elas querem que você se fixe em um lugar o tempo todo, mas eu tenho que me mudar. Eu tenho estado na mesma cidade onde está minha casa e então eu vou para um hotel só para sentir que estou indo para algum lugar. Minha casa é bem ali. Eu acho que tenho que continuar me mudando, o tempo todo.

SB: Você se acostumou a isso. Esse é seu estilo de vida.

MJ: Eu adoro estar me mudando, adoro.

SB: Me impressiona que você leve seus filhos para todo lugar que você vai. Então você está se mudando, mas é quase que seu lar se muda com você. Prince e Paris não se fixam por causa disso, pois a origem da segurança deles está sempre com eles. Mas enquanto as famílias que não tem recursos para isso, e a maioria não tem? Eles não tem que viajar com os filhos para lá e para cá. Homens de negócios que tem de viajar, voam de 'econômica' para poder custear suas próprias passagens, e não podem levar seus filhos com eles sempre. Eles deveriam não viajar?

MJ: Me sinto mal pelos filhos deles. Me sinto mal por eles. Eu sempre pergunto para os pilotos e comissários de bordo - como é que eles fazem? Os filhos deles sofrem. Absolutamente. Eles sofrem.

SB: Você não faria isso se Prince e Paris fossem sofrer. Você só faz por que tem recursos para levá-los com você.

MJ: Eu não conseguiria magoá-los assim.

SB: Voce quer que eles encontrem uma 'Rose Fine', uma figura maternal?

MJ: Isso seria ótimo. Seria legal. Se a pessoa for completamente sincera como a senhorita Fine era, que lesse para eles e os ensinasse, e passasse para eles os valores corretos e ensinasse que não há diferenças, que somos todos iguais. Ela costumava carinhar meu rosto e nunca entendi o por quê. Ela costumava dizer que eu tinha mãos lindas. E eu dizia: "Porquê, todas as mãos não são parecidas?"

Mas agora eu percebo o que ela queria dizer porque eu faço o mesmo com os meus filhos. Eu carinho o rosto deles assim, pois eles são tão doces. [risos]

 Eu nunca entendi por que ela fazia isso comigo. Então você cresce e percebe que isso é algo afetuoso de se fazer, dizer 'eu te amo'.

Fonte: The Michael Jackson Tapes by Rabbi S. Boteach