''Michael Jackson: A vida de um Icone''


David Gest desperdiça oportunidade única de fazer
documentário histórico sobre Michael Jackson

'Antes de ler esta postagem, convido os seguidores e visitantes desta página a refletir sobre quais conteúdos gostaria de ver em um documentário sobre Michael Jackson. Se você tivesse a oportunidade de escolher temas para um documentário sobre ele, quais escolheria?

Suba mais um degrau e imagine você mesmo(a) tendo a responsabilidade de fazer um documentário sobre a vida e obra de Michael Jackson. O que gostaria que as próximas gerações soubessem sobre ele? O que gostaria de deixar registrado para sempre na história?

Ao divulgar o tão esperado documentário "MICHAEL JACKSON A VIDA DE UM ÍCONE", David Gest convidou o público a descobrir a história da grande estrela do mundo contada por pessoas que o conheciam melhor. Presume-se que um documentário não é produzido somente para fãs, mas também para aquelas pessoas que não tiveram a oportunidade de conhecer quem realmente foi Michael Jackson e principalmente àquelas pessoas que ainda mantém uma imagem distorcida sobre ele.

Mas, o que se vê no material finalizado é um conteúdo incompleto. Apesar das mais de duas horas de duração, não foram apresentadas na forma como deveria, o gênio artístico, o grande homem e um dos maiores humanitários de nosso planeta. Esta postagem não é uma crítica pessoal, mas sim uma análise do trabalho que foi produzido por David Gest e demais responsáveis pela realização do documentário e está fundamentada nos estudos que faço sobre a vida e obra de Michael Jackson.

Logo de início, somos remetidos a 25 de junho de 2009, e nos deparamos com manchetes da notícia da morte, em que em uma delas se lê: "Jacko muere a los 50". É fato que Michael detestava ser chamado de Jacko. Não houve o cuidado de impedir que este tratamento criado por tabloides aparecesse em um documentário dedicado a Michael.

Foram realizadas uma série de entrevistas de pessoas que viveram o período de Michael na era Jackson Five, como o próprio David Gest. Bob Taylor e Smokey Robinson, por exemplo, tiveram presenças destacadas, mas Diana Ross e Stevie Wonder também deveriam ser presenças obrigatórias.

Berry Gordy, presidente da Motown Records, a quem Michael respeitava e que foi digno de homenagem da família Jackson no evento "Jackson Family Honors" no início de 1994, merecia ter um espaço no documentário. Importante mencionar, também, o prefácio escrito por ele na última edição da autobiografia "Moonwalk" de Michael em 2009.


Frank Dileo concedeu alguns poucos depoimentos, e seu trabalho com Michael, cujo destaques são o álbum "Bad" e o filme "Moonwalker", não foram mencionados. Também nada se falou sobre os álbuns "Dangerous", "History", "Blood on The Dance Floor" e "Invincible".

As turnês que Michael fez em sua carreira solo também não foram citadas, faltando, também, imagens dele pós era ¨Off The Wall¨ e ¨Thriller¨. Adrian Grant, grande fã e amigo leal, é idealizador de projetos conhecidos e autorizados por Michael, tais como a revista "Off The Wall", os livros "The Visual Documentary", "Making History", "Live and Dangerous", o evento "Michael Jackson Day", o espetáculo "Thriller Live". Todos esses trabalhos fazem dele uma pessoa 1oo% credível. Ele certamente faz parte das pessoas que melhor conheciam Michael Jackson.

Lionel Richie também fez muita falta no documentário. Seu depoimento sobre o processo de criação da música "We Are The World", bem como o projeto USA For África, sua amizade com Michael também ficaram de fora.

Michael ficaria muito feliz se fosse apresentadas as viagens que fez à África, a primeira delas, em 1974, com os irmãos. Também poderiam ter utilizado matérias especiais das revistas Ebony e Jet na visita histórica de Michael ao país em 1992, bem como os registros igualmente históricos de Michael e Nelson Mandela, culminando com os shows realizados naquele país na turnê History, e o projeto beneficente ¨Michael Jackson and Friends¨ em 1999. Assim como Adrian Grant, as revistas Ebony e Jet sempre estiveram ao lado de Michael, dos momentos mais felizes aos mais tristes e conhecem perfeitamente todo o seu legado.

A Fundação ¨Heal The World¨ e toda a contribuição humanitária de Michael são registros obrigatórias, mas não fizeram parte do documentário. Tampouco os prêmios humanitários que recebeu. É fato que Michael era portador de duas doenças igualmente dolorosas: lupus e vitiligo. Somente o vitiligo foi mencionado.

É fato que, de acordo com os registros médicos de Michael, os trabalhos realizados em seu nariz são reconstrutivos e foram feitos principalmente para lidar com o efeito colateral do lupus. Tal relato, caso fosse feito, seria de grande utilidade para colocar um fim às inverdades contadas sobre cirurgias plásticas em Michael Jackson.

Analisem as fotos abaixo e reflitam se Michael Jackson fez tantas cirurgias plásticas como ainda insistem em dizer. E lembre-se, também, que, todos nós passamos pelo processo de envelhecimento. Parece que Michael Jackson é o único ser humano do planeta que não teve esse direito e tudo o que as pessoas conseguem ver em seu rosto leva o nome de cirurgia plástica.



Agora, compare as fotos abaixo:





Eu me pergunto o porquê as pessoas não conseguem sentir vergonha falando de cirurgias plásticas de Michael Jackson em livros, programas de televisão, documentários, fazendo do rosto de um ser humano uma questão de interesse mundial.

Será que essas pessoas têm espelho em casa?

Por que não param com isso de uma vez por todas? Já não falaram e escreveram o suficiente? Considero que cirurgias plásticas, em hipótese alguma, podem ter mais importância ao se falar da vida de Michael Jackson do que a dor de ser portador de vitiligo e lupus.

Na parte referente às falsas acusações de pedofilia, o conteúdo apresentado não foi colocado em uma sequência de forma que as pessoas pudessem entender como tudo aconteceu. Apesar de a inocência de Michael poder ser vista em seus olhos e no conteúdo de seu caráter, infelizmente a ignorância predominante no mundo faz com que seja necessário fazer abordagens de inúmeras provas que existem de sua completa inocência.

Thomas Mesereau e Susan Yu tiveram pouca participação no documentário. Mary A. Fischer, Geraldine Hughes, Lisa Campbel, Aphrodite Jones, Charles Thonson, assim como Wade Robson e Brett Barnes não poderiam ter ficado ausentes do documentário. Fischer foi a primeira jornalista a trazer fatos que comprovam ter sido Michael vítima de extorsão em 1993 através da revista GQ em 1994.

Geraldine Hughes, em seu seu livro "Redemption: The Truth Behind the Michael Jackson Child Molestation Allegations" abarca o testemunho de fatos que comprovam o plano elaborado por Evan Chandler e seus advogados. Campbell, no livro "Michael Jackson The King Of Pop Darkest Hour" também revelou toda a sequência dos acontecimentos da extorsão.

Aphrodite Jones teve o prólogo de Thomas Mesereau no livro "Michael Jackson Conspiracy" sobre o caso Arvizo. Ele endossou o livro participando de sua divulgação e enalteceu que o conteúdo era totalemnte fiel ao que aconteceu na sala do tribunal.


O jornalista Charles Thonson há anos se dedica a trazer ao público a verdade sobre as falsas acusações contra Michael. Wade Robson, Brett Barnes e suas respectivas famílias sempre defenderam Michael. Com todas estas ausências, perdeu-se a mais valiosa oportunidade de reunir, em um único documentário, um grande número de pessoas que trariam toda a sequência dos fatos, da forma como verdadeiramente aconteceram, desmascarando totalmente os difamadores de Michael Jackson.

Frank Cascio apareceu no documentário e na legenda colocaram uma referência a ele como co-conspirador. Obviamente, as pessoas que não acompanharam o caso Arvizo não entenderam o porquê desta referência, que não foi explicada.

Ainda sobre as acusações, não foi mencionado no documentário, o perdão que La Toya Jackson recebeu de Michael por tudo o que aconteceu no período que ela esteve sob o domínio de Jack Gordon, que só a deixou em paz quando ele morreu. La Toya não só foi perdoada por Michael, como esteve ao lado dele em eventos e durante o julgamento de 2005.



Não é preciso ser um exímio observador para constatar que La Toya também está diretamente presente na vida dos filhos de Michael, inclusive participando de ações beneficentes ao lado deles. Isso não é fingimento.


Joseph Jackson foi chamado, durante o documentário, de tirano, violento, músico frustrado... cuja única utilidade é perpetuar as mesmas histórias que ouvimos e lemos há décadas. Enquanto isso, Evan Chandler, péssimo exemplo de homem, pai e profissional, terminou o documentário da mesma forma que começou, sendo mostrado apenas como o primeiro acusador de Michael Jackson.

Seu rosto não foi sequer mostrado no vídeo e o dentista processado por pacientes, o roteirista de cinema fracassado, o pai que dá amytal de sódio ao filho a fim de extorquir e destruir uma pessoa, passaram em branco. Também não foi dito que Joseph Jackson esteve ao lado de Michael no julgamento em 2005.


Jermaine, por sua vez, foi tratado como invejoso. No entanto, assim como David Gest se diz amigo íntimo de Michael para fazer um documentário, Jermaine acaba de escrever um livro de nome "You Are Not Alone Michael: Through A Btother's Eyes". Tal fato não foi levado em consideração.


Ao se referir aos shows que celebraram trinta anos de carreira de Michael no Madson Square Garden - dias 7 e 10 de setembro de 2001 - ao invés de se enaltecer os shows, os artistas e convidados que participaram, o destaque foi dizer que Michael chegou ao evento com atraso porque estava sob o efeito de Demerol.

Não foi dito que ele tinha um problema nas costas desde que sofreu um grave acidente no segundo show beneficente ¨Michael Jackson and Friends¨ em 1999 e tampouco que ele estava sob forte pressão pelos sérios problemas que estava enfrentando com o então presidente da Sony, Tommy Mottola.



O 11 de setembro de 2001 da vida de Michael também não foi citado. Sabe-se que ele ajudou a alocar pessoas que estavam com dificuldades de locomoção naquele dia e que foi para New Jersey, o que desmente, também, a ridícula história inventada pela revista Vanity Fair sobre Michael, Marlon Brando e Liz Taylor.

Elizabeth Taylor não foi tratada como uma das pouquíssimas pessoas com quem Michael pôde contar durante sua vida e nem como madrinha de dois de seus filhos. Não foi merecedora nem ao menos de um Rest In Peace (R.I.P.). Lisa Marie Presley, que cansou de dar entrevistas desabonadoras sobre Michael Jackson, recebeu tratamento VIP.

Os casamentos de Michael mereceram mais destaque do que seu grande trabalho como pai. Seu memorável discurso em Oxford em 2001 passou em branco.

David Gest convidou Paul Anka e este fez breaking news jurídico em um documentário dedicado a Michael Jackson, que foi praticamente chamado de ladrão. Depois de mais de dois anos capitalizando com o sucesso da música "This Is It" e cantando-a em shows com a inclusão da voz de Michael, Anka resolveu mencionar fatos na história que até então não havia relatado, inclusive em entrevista que concedeu à apresentadora Bárbara Walters.

Se entendia ter razão, Paul Anka deveria ter procurado seus direitos por vias legais quando os fatos aconteceram, gravado a música com sua própria voz e não esperar a música nascer com a voz de Michael Jackson depois de estar na gaveta por quase trinta anos. Ademais, Gloria Berlin, autora do livro "In Surch Of Neverland", que é a principal responsável pela compra de Neverland e que tinha Michael como um filho também não aparece no documentário.



O mesmo aconteceu com o livro de poemas e reflexões "Dancing The Dream" que Michael lançou em 1992. Nenhuma menção foi feita a esse precioso livro.

São essas as impressões que tive ao assistir este documentário. Reitero que a análise feita não é uma crítica pessoal a David Gest, mas ao seu trabalho enquanto produtor de um documentário dedicado a Michael Jackson. Tenho dúvidas se ele conduziu todo o projeto ou se delegou a tarefa a outras pessoas, principalmente no que diz respeito à seleção e a escolha das entrevistas que foram feitas.

Não encontrei explicação para o fato de David Gest conceder a J.Randy Taraborrelli, autor de uma biografia nunca autorizada por Michael, a segunda voz no documentário. O conteúdo altamente questionável desta biografia, mesmo após mais de uma reedição, não mereceu até hoje a alteração de uma única palavra, a começar pelo nome, "A Magia e a Loucura".

É fato que esta desastrosa biografia foi instrumento utilizado pela psiquiatra Carole Lieberman para traçar o perfil de Michael cujo objetivo era tirar dele a custódia dos filhos em 2002 e processá-lo como pedófilo em meados 2004, no caso Daniel Kapon, que só terminou em 2008. Taraborrelli já havia feito consultoria a esta psiquiatra, citando-a em sua biografia.

Por obra dessa mulher, Michael Jackson poderia ter voltado novamente aos tribunais após ser inocentado em 2005. Tanto no assunto da custódia, quanto no processo de pedofilia, LIEberman agiu juntamente com Gloria Allred, que foi advogada-relâmpago de Evan Chandler em 1993. É fato que Taraborrelli permitiu-se entrevistar em dois documentários difamatórios sobre Michael. O primeiro deles, produzido por Martin Bashir em fevereiro de 2005, intitulado "Michael Jackson's Secret World", cujo conteúdo foi ainda mais ofensivo do que "Living With Michael Jackson".

A outra participação de Taraborrelli aconteceu em 2007, no documentário de Jacques Peretti, cujo título é " Michael Jackson What Really Happened". Este documentário, inclusive, encerra justamente com a participação de Taraborrelli. Também é fato que Taraborrelli faz parte do grupo de amigos de Diane Dimond no Facebook. Não existe uma única forma de alguém, seja quem for, ser amigo(a) de Diane Dimond e de Michael Jackson ao mesmo tempo. Existem situações na vida em que faz-se necessário escolhas e tomadas de decisões em que, ou se está totalmente de um lado, ou se está totalmente de outro.


Taraborrelli conheceu Evan Chandler ao vivo e a cores, tiveram diversos encontros, mas não disse, no documentário, uma única palavra sobre as impressões que teve do ainda conhecido como primeiro acusador. A impressão que deixou foi que, para não falar sobre este fato, preferiu focar em Tom Sneddon. Se realmente estivesse interessado em defender Michael, teria se manifestado sobre o assunto.

Taraborrelli nada mais é do que um biógrafo-camaleão, mudando de cor de acordo com a conveniência do momento e o sabor das circunstâncias. A história e os fatos mostram claramente que ele não é uma pessoa credenciada para ser apresentado em um documentário da forma como David Gest permitiu que fosse.

Gostaria de deixar o meu profundo respeito aos sentimentos de Katherine Jackson a respeito do documentário. A análise feita na postagem, de forma alguma, diz respeito a ela, uma pessoa amável e doce, a principal figura na vida de Michael. Não foi ela que produziu o documentário e não tem qualquer responsabilidade sobre ele.

Katherine Jackson é para mim, um exemplo de mulher e de mãe. Sempre a respeitei e jamais deixarei de respeitá-la, independentemente de qualquer fato ou pessoa.

E para finalizar, gostaria de agradecer a autora deste blog, minha amiga Rosane, GRANDE FÃ de Michael, pela oportunidade de deixar um registro sobre os diversos assuntos relacionados a Michael e a todos os seus leitores, por ter a paciência desta leitura.'

Por Wendy

Nota deste blog: Wendy é uma fã dedicada a defender o Legado de Michael Jackson, e que gentilmente aceitou o meu convite para escrever esta reflexão a respeito deste documentário recém-lançado. Ela também é a administradora do blog Michael Jackson é Inocente. Obrigada, Wendy, por este belíssimo texto. [Rosane]