Depoimentos de fãs


A história de quatro fãs que se encontraram com
Michael junto os portões do rancho Neverland

''No início estávamos profundamente chocadas com tudo o que se desenrolava na frente de nossos olhos e não podíamos acreditar que Michael teria de fato ter que suportar tais acusações, calúnias e dor pela segunda vez em sua vida!

Embora essas acusações fossem ridículas e obviamente fabricadas, acusando-o de um crime tão terrível como ferir uma criança e fazer o mundo inteiro acreditar, graças a jornalistas incompetentes, foi a coisa mais terrível que poderia ter sido feito contra ele.

Sabíamos que literalmente rasgaria o coração de Michael, especialmente quando ele estava percebendo que muitos de seus chamados "amigos" haviam lhe abandonado neste momento de necessidade e até mesmo muitos fãs não tinham tanta certeza no que acreditar e preferiram manter-se ''sobre o muro'' até que as coisas se esclarecessem.

No entanto sabíamos que precisávamos fazer alguma coisa - qualquer coisa para lhe mostrar que ainda havia pessoas lá fora que não acreditavam no que foi dito.

Assim, logo que a data para a primeira acusação em janeiro de 2004 foi citada, nada poderia nos impedir de viajar para a Califórnia para apoiar Michael.

Uma vez em Santa Maria, ficamos chocadas ao ver como um exército de policiais, helicópteros voando sobre o edifício do tribunal apoiavam o circo louco da mídia com cerca de uma centena de jornalistas de todo o mundo e várias centenas de espectadores que estavam sitiando o lugar.

Era um cenário caótico, para dizer o mínimo. Ficamos muito aliviadas ao vermos rostos familiares de outros fãs por trás das barreiras da multidão com mensagens de amor e fé para apoiar moralmente Michael neste dia terrível.

Quando Michael chegou e entrou no prédio nós pensamos que ele parecia forte, determinado e confiante e ele mesmo solidificava nossas impressões em seu caminho, ao cumprimentar os fãs ao longo da barreira e finalmente, até mesmo pulando em cima de seu [carro] SUV para que todos pudessem vê-lo. 

Para ser honesta, ficamos felizes por voltar a vê-lo assim e realmente aliviou um pouco nossas preocupações para com ele. Nossos corações, no entanto, sabiam melhor... eles não poderiam ser enganados pelas impressões dos nossos olhos.

Após os procedimentos da Corte, a multidão dirigiu-se para Neverland porque se espalhou que Michael iria abrir seu rancho para o público naquele dia. 

Milhares de pessoas aproveitaram a oportunidade para finalmente satisfazer sua bisbilhotice e desfrutaram de um dia em seu parque de diversões, o seu jardim zoológico, seus arcades, comeram e beberam como quiseram e apenas aproveitaram a oportunidade para bisbilhotar a casa de Michael. Obviamente a maioria deles simplesmente tiveram um grande momento.

No entanto, nós os fãs, nos sentíamos muito diferentes. Michael disse uma vez: "Neverland sou eu! Representa a totalidade de quem eu sou", de modo que nos parecia que Michael sentiu que precisava ''se desnudar'', deixar entrar o público para ver e finalmente compreendê-lo. 

A sensação que tínhamos no rancho naquele dia foi muito triste e para nós Neverland não tinha muito a ver com o lugar mágico que tínhamos experimentado antes. O fato de que a imprensa estava cercando o local não ajudava muito - helicópteros voavam sobre Neverland o tempo todo e esperavam do lado de fora dezenas de câmeras, também.

Poucos dias depois, a maioria dos fãs estavam a caminho de casa. Por alguma razão que tinha a ver com o preço, nós tínhamos reservado nosso voo para casa um par de dias mais tarde do que os outros e por isso, de repente éramos os únicos. 

Embora tenhamos feito pequenas viagens a pontos turísticos próximos, voltávamos para o portão de Neverland todos os dias, pelo menos para estar mais perto de Michael durante o tempo restante da nossa curta estadia.

Do lado de fora Neverland estava de volta ao normal, no entanto, do lado de dentro o lugar tinha sido contaminado e seu espírito destruído. 

Como todos os outros fãs que se importavam, nós queríamos tanto ajudar Michael - para tornar [o momento] mais fácil, para fazê-lo se sentir melhor - mas não tínhamos ideia de como conseguir isso.

Nós escrevemos cartas de apoio, ''fizemos'' alguns presentes e tentamos encaminhar esses itens [cartas e presentes] para ele através de seus seguranças.


Uma tarde, estávamos sentadas na grama perto do portão quando um dos irmãos de Michael estava saindo de Neverland

Desde que estávamos nos alimentando naquele momento, nós não prestamos muita atenção a ele mas quando ele parou seu carro e acenou para nós, eventualmente nos levantamos e caminhamos até ele. 

Nós dissemos "Oi" para ele e lhe perguntamos sobre como Michael estava. Ele respondeu que estava "Ok" - de acordo com as circunstâncias, mas nós não deixamos de perceber o tom triste em sua voz.

Então nós perguntamos se ele poderia entregar alguns presentes para Michael, mas ele simplesmente respondeu que nós mesmos poderíamos fazer isso. 

Claro que estávamos oconfusas agora, enquanto ele falava rapidamente que Michael iria sair de Neverland no dia seguinte de manhã cedo, e se estivéssemos lá, ele certamente iria parar para nós. Ficamos sem palavras, para dizer o mínimo e agradecemos por sua bondade para nos informar sobre isso.

Claro que estávamos muito animadas agora e ''queimando'' nossos cérebros a respeito do que poderíamos dizer ou fazer por ele, para animá-lo. 

Desnecessário dizer que tivemos uma noite quase sem dormir à nossa frente. O despertador nos acordou no meio da noite e não muito mais tarde nós estávamos em nosso caminho para Neverland.

Quando chegamos lá e estacionamos nas proximidades do portão, no nosso lugar habitual de estacionamento, percebemos que os guardas de segurança estavam em alerta máximo no início - por causa de nós chegarmos lá no meio da noite. 

Mais tarde eles nos disseram que era muito perigoso lá fora naquela época, principalmente à noite, porque as pessoas malucas, muitas vezes com propósitos racistas ou bêbadas, se dirigiam ao portão de Neverland à noite e jogavam coisas ou gritavam coisas desagradáveis em sua direção.

Eles temiam que um dia alguém poderia atirar contra eles ou tentar quebrar o portão com seus carros, a fim de prejudicar Michael. Por isso, é muito compreensível que eles ficaram muito aliviados uma vez que nos reconheceram como simplesmente fãs.

Estava escuro e muito frio naquela noite e tivemos que remover uma camada de gelo do pára-brisa do nosso carro. Nós trouxemos muitas velas com as quais formamos um coração ao lado da garagem, então nós preparamos os nossos presentes, a nossa carta e repetimos o que gostaríamos de dizer a Michael para que não nos esquecêssemos em nosso nervosismo.

O tempo passou e nada aconteceu, exceto de nós ficarmos congeladas. Já pensávamos que o irmão de Michael tinha feito troça de nós quando de repente os faróis de um veículo grande, saindo de Neverland, podiam ser vistos vindo em direção ao portão.

Primeiro ficamos sem saber qual o tipo de veículo que era, mas logo reconhecemos um grande ônibus chegando lentamente para mais perto. Só muito lentamente nos ocorreu que este ônibus poderia ter algo a ver com Michael. 

Absolutamente paralisadas, ficamos ao lado do nosso ''coração de velas'' e vimos o ônibus parar por um instante, antes que o portão se abrisse.

Os dois seguranças caminharam para próximo do ônibus enquanto este atravessava o portão em nossa direção.

A próxima coisa que vi foi a porta do ônibus se abrir. A assistente de Michael se aproximou de nós e nos perguntou se havia alguém da imprensa aqui. Depois de negarmos, ela nos disse para ir com ela. 

Por causa de nosso choque e nervosismo, hesitamos por um momento. Então vimos ela indo para o ônibus e quando ela retornou, ela nos disse que cada uma de nós poderia ir - separadamente.

"Separadamente!?", nós todas falamos em voz alta. 

Não podíamos acreditar que tudo isso era real. É claro que gostaríamos de conhecer Michael, mas esperávamos uma situação totalmente diferente, com ele dirigindo e abrindo uma janela, algo parecido. 

Mas, para entrar em um ônibus, uma por uma e ter um momento a sós com ele lá foi esmagador para nós e cada uma de nós sentia-se despreparada para isso.

Nossa amiga Stephanie, que não tinha ouvido o que a assistente de Michael tinha acabado de nos dizer, veio mais perto de nós para ouvir o que estava acontecendo e assim, sem pensar duas vezes, nós lhe dissemos que ela era a primeira a ir para dentro para encontrar Michael. Ela não teve tempo para discordar...

Stephanie: ''Então, eu fui a primeira a entrar no ônibus. Subi as escadas e nos dois últimos degraus, eu tropeçei e caí aos pés de Michael - me sentindo envergonhada até meus ossos.

Apesar do fato de eu não conhecê-lo, Michael tinha chegado mais perto. Quando eu levantei meus olhos, ele estava bem no meu rosto - e quase caí para trás ao olhar diretamente para dentro dos seus olhos - eu estava em estado de choque e tudo o que eu pude dizer foi: "Oi". 

Ele respondeu com um "Oi" e me beijou nas duas bochechas. Eu estava tentando lembrar de todas aquelas frases inteligentes que estávamos repassando mais cedo e ainda passei para o papel, mas não vinha à minha mente.

Tendo este silêncio em torno de nós, Michael franziu a testa tentando descobrir o que eu poderia estar pensando. Sentindo-me apanhada, lembrei-me que há alguns dias os guardas da segurança de Neverland tinha saído para pegar todos os presentes que os fãs queriam dar a Michael para apoiá-lo. 

Eu e meus irmãos, que temos deficiência na audição, tínhamos feito um grande banner com uma frase na língua de sinais, a qual dizia: "Nós acreditamos em você."

Este banner tinha estado entre todos os presentes dados a Michael há poucos dias.

Enquanto estava cara a cara com Michael agora, eu perguntei se ele tinha recebido os presentes. Ele confirmou isso e então eu perguntei-lhe se tinha um banner que havia chamado sua atenção.

Ele pensou por um momento e algo veio à mente: "Siiiiim...''

Ajudei a sua memória informando que o banner continha uma frase escrita em linguagem de surdos-mudos. Isso fez sua memória mais clara e ele lembrou: "Oohh siiim!" 

Eu perguntei se ele tinha compreendido o significado dos sinais. Ele simplesmente disse: "Não". É claro que eu lhe dei a explicação: "Nós acreditamos em você!"

Ele caiu diretamente em meus braços e me abraçou fortemente. Aproveitei a oportunidade para agradecer-lhe por ser a pessoa que ele era e sendo, além disso, uma influência inspiradora para muitas pessoas, especialmente para o meu disco com meus irmãos. 

Ouvir música é muito incomum para eles e nada que possamos imaginar. Tudo soa exótico para eles e não pode ser comparado aos ruídos que nós podemos diferenciar. 

Somos abençoados por sermos capazes de desfrutar da música de Michael e de todos os ruídos em torno de nós sem esforço. Ser tocado por sua arte e sentir profundo amor e admiração por ele, que treinava muito duro, ouvir sua música mais e mais, concentrando-nos em pequenos detalhes e tentando reconhecer elementos recorrentes, como palavras isoladas. 

Atingindo esse nível de formação, ele automaticamente teve influência na suas vidas diárias, por exemplo, a vida escolar se tornou muito mais fácil para eles - ainda hoje os ajuda a orientar-se melhor no mundo das pessoas que podem ouvir.

Por ouvir isso, Michael se sentiu tocado e nós compartilhamos um momento emocional, nos abraçando com força e por um longo tempo. Este foi o momento em que eu senti que este não era mais um apoio unilateral de nós, fãs de Michael - ele também precisava de nós em torno dele para guardar no coração histórias como a minha.

Ele apoiou o meu sentimento seguindo com as palavras: "Diga a todos os fãs que eu os amo muito e aprecio o seu apoio em todo o mundo. Vocês todos são muito especiais para mim e eu preciso de vocês."

Em relação às circunstâncias agravantes da época, ele acrescentou que os responsáveis por ele estar nesta situação horrível "querem me destruir" e que "é tudo uma grande mentira e não é verdade!"

Ele intensamente me incentivou a voltar e apoiá-lo. Eu acho que não há mais palavras necessárias para compreender a profunda relação entre Michael e nós fãs, excluindo barreiras e nos colocando em um estatuto igual a uma família para ele - com essa experiência, saí do ônibus como uma pessoa diferente.''

Enquanto Stephanie descia as escadas do ônibus novamente, Sonja era para ser a próxima de nós para conhecer Michael. Hesitante, ela subiu os poucos degraus...

Sonja: ''E aí de repente eu estava bem na frente de Michael estupidamente dizendo "Oi Michael". Eu tentei tanto me lembrar as perguntas que havia preparado e que eu tinha escrito para perguntar-lhe se possível, mas agora, neste exato momento, tudo tinha se ido.

A única pergunta que me veio à mente e que também faria sentido nesta situação foi "Como você está?"

E então eu perguntei a Michael e ele só ficou lá e não respondeu. Ele nem sequer olhou para mim, mas segurou a minha mão esquerda com as duas mãos com intensidade. Em seguida, ele se inclinou e me beijou em cada bochecha, mas ainda assim ele não disse uma palavra. 

Eu estava um pouco confusa e não sabia o que fazer. Portanto, a próxima coisa que eu perguntei a ele foi "Você está bem?" 

Ele finalmente olhou diretamente para mim e explodiu..."Não!"

E ele continuou, enquanto apertava a minha mão: "Eu só estou fingindo estar bem, mas eu não estou - eu não estou."

No mesmo segundo ele me abraçou muito apertado e eu percebi que ele estava chorando. 

Oh meu Deus, agora eu comecei a entender por que ele não tinha dito nada antes. Ele tentou não perder o equilíbrio e não chorar, mas minhas perguntas não ajudaram...

Ficamos ali por um bom tempo apenas nos abraçando. Michael chorou algumas vezes e eu senti que ele estava tremendo, embora estivesse muito quente dentro do ônibus. 

Levei pelo menos metade de um minuto para realmente entender que neste momento Michael estava me abraçando, chorando e se mostrando e dizendo-me seus verdadeiros sentimentos.

Até esse momento eu tinha pensado que ele realmente seria tão forte e positivo sobre o próximo julgamento, como ele tinha se mostrado ao público na primeira acusação, alguns dias antes. Como eu fui ingênua! 

Claro, ele estava com medo e é claro que ele estava ferido, tanto quanto se pode estar em frente a estas alegações terríveis, quando tudo o que ele sempre quis fazer era ajudar o garoto, já que ele tinha ajudado a tantas crianças doentes, antes e depois disso.

Tendo em conta estes pensamentos e sentindo ele tremer, eu também tive que lutar com as lágrimas. Mas então Michael continuou a dizer-me que a presença dos fãs no tribunal o ajudou muito e que deveríamos dizer a todos os fãs para voltar para o julgamento e apoiá-lo.

"Isso significa muito para mim" - e ele continuou: "Vá na internet e diga a todos os fãs que eu os amo tanto!''

Ele disse diretamente no meu ouvido quando ainda estávamos nos abraçando. Embora ele ainda estivesse soluçando entre as palavras, sua voz soou tão suave e maravilhosa. 

Eu disse a ele que iríamos dizer suas palavras para os fãs e que muitos de nós gostaríamos de estar lá para ele o tempo todo, mas muitos vivem na Europa ou em outro lugar - eu também mencionei que éramos da Alemanha e que seria difícil de fazê-lo para todas as datas judiciais.

Eu só queria explicar porque nós ou outros fãs não poderiam estar lá todos os dias, embora teríamos tanto amor nisso e eu acho que ele entendeu o que eu quis dizer. Ele apenas disse: "Eu sei" e me apertou com muita força. 

Neste momento eu senti que este era o abraço mais emocionante que eu já tinha recebido ou dado a alguém. Agora, realmente não importava quem ele era ou quem eu era - éramos apenas duas pessoas se abraçando. Foi incrível. Oprimido por emoções que eu não pude conter, eu disse: "Eu te amo tanto!"

Depois de segurar esse GRANDE abraço por mais alguns segundos, ambos ao mesmo tempo, finalmente nos deixamos ir.

Eu estava tão confusa que eu quase saí do ônibus sem dizer ou fazer qualquer outra coisa, quando me lembrei que eu tinha uma pequena bandeira da Baviera onde eu tinha escrito "Munique te ama" para Michael. Então eu mais uma vez voltei-me para Michael e disse: "Oh, e isto é para você."

Ele pegou a bandeira com sua grande mão e a bandeira quase desapareceu nela, e ele respondeu "obrigado''. Então eu finalmente me virei e tentei descer as escadas com os joelhos muito trêmulos.''

Tão branca como uma parede, Sonja saiu do ônibus e Marina foi a próxima a subir as escadas.

Marina: ''A visão de Sonja fez me sentir insegura, não sobre o encontro com Michael, mas sobre a carga emocional que poderia receber. Parei quando vi Michael esperando no topo da escada, olhando para mim. Timidamente eu disse "Bom dia, Michael" para ele. 

No começo, ele apenas olhou para mim, sem se mover. Parecia que ele queria dizer alguma coisa, mas depois de alguns momentos, de repente ele segurou minhas mãos e me puxou para cima, sobre os dois últimos degraus, me beijou em cada bochecha e me abraçou com força.

Nesse momento toda a tensão reprimida, todo o medo e tristeza por ele, toda a preocupação, toda a simpatia, mas principalmente todo o amor por ele finalmente extravassou e lágrimas escorriam pelo meu rosto. "Eu te amo tanto, Michael!"

Foram as únicas palavras que saíram da minha boca. Agora Michael não podia mais se recompor e apesar de ele ter tentado tanto, começou a chorar, bem como a dizer "Eu te amo muito mais".

Ele me abraçou ainda mais apertado do que antes, tentando me consolar acariciando minha cabeça e nas costas.

Nós dois não conseguíamos parar de chorar e parecia crescer mais e mais. Eu senti e experimentei nesses momentos o tão totalmente perturbado, profundamente ferido e quebrado Michael estava por todas as coisas terríveis que aconteceram em sua vida. Ele não estava de todo confiante, como ele tinha tentado mostrar ao mundo alguns dias antes no edifício do tribunal em Santa Maria.

Em algum momento, Michael começou a tremer de cima até o dedão do pé. Era tão óbvio que ele precisava desesperadamente de pessoas em sua vida nas quais ele pudesse se apoiar e confiar e que acreditassem na sua inocência. 

Por um bom tempo nós simplesmente nos abraçamos quando ele, de repente, com uma voz quebrada disse: "...você sabe que eles me machucam tanto com isso, eles tentam me destruir."

Seu corpo inteiro tremia enquanto ele dizia essas palavras e eu, impotente, tentei consolá-lo da melhor forma que pude, acariciando suas costas, mas não encontrei palavras de consolo porque eu sabia que a situação na qual ele estava era simplesmente terrível e reivindicar qualquer outra coisa teria sido uma mentira descarada.

"Eu sei... Eu sei..." foi tudo o que consegui balbuciar e novamente nós dois desandamos a chorar tanto, que mal podíamos respirar. Parecia que Michael estava se afogando e tentando desesperadamente se agarrar a palhas quando ele me abraçava ainda mais apertado, quase me machucando.

No entanto, neste momento de profundo desespero, ele agora tentou falar de novo, quase sem voz por causa do choro, ele sussurrou rouco, de uma forma desesperada e implorando: "... mas temos de curar o mundo e ajudar as crianças".

A maneira como ele pronunciou essas palavras me preocupou mais do que qualquer coisa, porque elas tinham uma sensação de "Adeus" em si mesmas, como se tentasse indicar que ele não estaria aqui com a gente por muito mais tempo e precisava de nós [fãs] para cumprir sua missão.

Instintivamente eu respondi: "Oh, vamos -, mas vamos fazê-lo junto com você, Michael!" tentando dizer-lhe que precisávamos muito dele.

Com estas palavras ele literalmente quebrou novamente e chorou tanto que eu precisei segurá-lo de uma forma que mantivesse o equilíbrio para nós dois. Mais uma vez chorei muito e levou um bom tempo até que Michael de repente encontrasse a força para se recompor.

Tentei seguir o seu exemplo e ainda tremendo e nossos rostos molhados de lágrimas, nós finalmente dissemos adeus um ao outro, antes que eu tremulamente descesse as escadas novamente, sentindo-me completamente desgastada, com o coração partido e vazio.''

Brigitte: ''Enquanto Marina tinha estado lá com Michael, eu só me atrevi a olhar para cima uma vez e brevemente, para me certificar de que ouvi corretamente e na verdade Marina e Michael estavam nos braços um do outro e soava como se ambos estivessem chorando.

Estava escuro e silencioso e uma música ao piano estava tocando no ônibus. Eu ainda estava tremendo e congelando por causa do frio, mas também por causa de estar tão nervosa e sem saber o que esperar agora. 

Então eu continuei tentando me distrair e continuei falando com a assistente de Michael que estava de pé ao lado do lugar do motorista do ônibus. Eu contei à assistente algumas histórias sobre por que ainda estávamos aqui, que nós viemos para a acusação, mas reservamos o nosso voo de volta mais tarde, uma vez que era quase metade do preço.

Enquanto ainda falava eu ouvi Marina se movendo em minha direção, tentando passar e descer as escadas para fora do ônibus. Sem dizer uma palavra e não parecendo ela, Marina passou por mim e quase tropeçou e caiu da escada. 

O estado de Marina e o som dos soluços que eu tinha ouvido antes me assustou um pouco, para ser honesta. Então eu tentei o meu melhor para ganhar tempo, mas depois eu segurei um pouco e Marina me ajudou a subir no ônibus, era a minha vez.

Timidamente e lentamente, eu subi as escadas em direção a Michael, ainda evitando olhar para ele. Eu não queria olhá-lo diretamente nos olhos para não constrangê-lo e eu então estendi minha mão para Michael para dizer "Oi". 

Mas antes que eu pudesse dizer uma palavra, ele pegou minha mão e me puxou para ele e imediatamente me abraçou com força. Eu estava meio que pendurada lá, cerca de dois degraus abaixo de Michael que estava em pé, enquanto ele estava me puxando cada vez para mais perto. 

Havia uma pequena barreira no ônibus para definir um lugar atrás do motorista e impedir as pessoas de cair e também tinha uma alça para as pessoas se segurarem, as que vão até os últimos degraus. E já que eu não podia subir todos os degraus, já que Michael me agarrou antes, aconteceu de eu ter essa barreira diretamente no meu estômago - o que não era muito confortável, especialmente porque Michael estava me puxando contra ela e não estava me deixando ir.

De qualquer forma tão cedo na manhã, estando cansada, congelada, nervosa e confusa, seus sentidos trabalham de maneira bastante seletiva, por vezes - por isso eu consegui esquecer ter essa barreira contra o meu estômago depois de meros segundos.

Foi só depois de um tempo que eu percebi o quão quente Michael estava e que ele tentava me aquecer, esfregando minhas costas com a mão. Ele deve ter me sentido tremendo como louca. 

O som da fricção sobre a jaqueta finalmente me fez acordar e eu pude sentir que Michael também estava tremendo um pouco e ele estava chorando no meu ombro.

Nós dois ficamos assim por pelo menos um ou dois minutos, sem dizer nada. Então, eu ouvi sua voz sussurrando em meu ouvido: "Vá na internet...". 

Como eu disse antes, eu não estava completamente em mim e eu acabei de ouvir algo sobre a internet e queria saber sobre o que ele falava.

No entanto depois de finalmente me concentrar e provavelmente por dizer ao meu ouvido para escutar, eu pude ouvi-lo: 

"Vá na internet e diga-lhes tudo, diga a todos os fãs que eu os amo muito e eles devem vir da próxima vez para o tribunal! É tão importante para mim!" 

Tendo dito isso, Michael me puxou ainda mais forte contra ele. Eu mal podia respirar mas eu respondi: "Eu prometo que eles vão vir - isso significa muito para nós também" [o que significa que nos fez sentir melhor também, por finalmente sermos capazes de ajudá-lo e apoiá-lo e lhe retornar o muito que ele deu ao mundo por anos].

Depois que Michael começou a chorar novamente, senti-me impotente e confusa, eu estava tremendo mas não conseguia chorar. Parecia mais como estar em estado de choque, eu instintivamente começei a esfregar suas costas como ele fazia antes. 

Ele abraçou-me apertado por alguns momentos, eu pude sentir a respiração dele e o choro - então ele finalmente me deixou ir. Ele recuou um pouco, ergueu as mãos pressionadas juntas na frente de seu rosto e silenciosamente sussurrou "eu te amo".

Eu disse "eu te amo mais", virei-me em estado de choque total e quase cai da escada na qual eu ainda estava em pé. Pouco antes de descer as escadas ainda mais, no entanto, eu vi que eu ainda tinha os três cartões de Munique que tinha escrito para Michael na noite passada, em uma das mãos. 

Eles estavam um pouco amassados uma vez que tinha estado presos em algum lugar entre a barreira, Michael e eu, mas eu me virei mais uma vez e disse: "Ah, e isto é para você" e entreguei para ele.

Ele disse que um silencioso "oh, muito obrigado", enquanto ainda enxugava algumas lágrimas.

Eu tropeçei para fora do ônibus a fim de encontrar o resto de nós, olhando uma para as outras, incrédulas, tremendo, abraçadas... estávamos simplesmente sem palavras.

O ônibus continuou parado ali por mais alguns minutos, a porta ainda aberta.

Nós todos estávamos tão exaustas e desgastadas que não me lembro exatamente tudo o que aconteceu em seguida, mas o que me lembro é que a assistente de Michael falou com os guardas de segurança sobre o que "fazer" com a gente agora e Michael dizendo-lhes para nos deixar em Neverland, para ter algo para comer e beber - obviamente para fazer-nos sentir um pouco melhor e acalmar nosso estado perturbado.

Fomos todos para mais perto da porta do ônibus novamente, ouvimos a voz de Michael e uma vez que ele viu todas nós novamente, ele imediatamente desceu para tocar cada um de nós e disse: "Obrigado!"

Dissemos a ele em resposta para se manter forte e manter a fé e que estaríamos lá para ele e que o amávamos tanto. Enquanto segurava nossas mãos ele disse em voz muito alta e profunda: "Eu te amo mais!"

Então a porta do ônibus se fechou e o ônibus partiu, com ele ainda em pé na janela acenando para nós e nós acenando para ele.

Aquela manhã fria de janeiro mudou a todas nós. Foi a experiência mais dolorosa de nossas vidas, por sentir que alguém que você ama tanto está sendo tão prejudicado, mas compreender que você é incapaz de ajudar verdadeiramente, além de apoiá-lo com todo o seu coração e simplesmente por estar lá para ele. 

Mas o que nos impressionou mais e nos fez compreender verdadeiramente quem Michael era realmente, foi que mesmo nos momentos mais sombrios e sem esperança de vida, o coração de Michael se doava para os outros, para os necessitados, especialmente para as crianças doentes e pobres e para o nosso planeta ferido!

Compreendemos que isso era o real sobre Michael! Ele era sobre ajudar, amar e cuidar dos outros! E não importa quantas vezes as pessoas tentaram ridicularizar, menosprezar e machucá-lo e até mesmo, como nos últimos anos, tentaram destruí-lo, Michael nunca perdeu a capacidade de amar e cuidar e seu profundo desejo de ajudar os outros! Ele simplesmente amava mais!''

Por Brigitte Bloemen, Marina Dobler, Stephanie Grosse e Sonja Winterholler, fãs da Alemanha, no livro A Life for L.O.V.E.: Michael Jackson stories you should have heard before

Fonte: http://mjhideout.com