Depoimento de Barack Obama


Por ocasião da passagem de Michael em Junho de 2009, o presidente norte-americano Barack Obama enviou uma carta de condolências à família Jackson. As suas palavras foram:

"Michael vai entrar para a história da música como um dos maiores. Eu cresci com a sua música e tenho a todas no meu iPod. Seus talentos como performer também foram ligados a uma vida trágica e, em um certo sentido, muito triste. Estou feliz em saber que vamos lembrar dele na maior parte sobre a alegria que ele trouxe para muitas pessoas através de seu talento artístico."

No dia do Memorial de Michael no Staples Center em 07 de julho de 2009, Obama estava na Rússia, em viagem oficial, Indagado por jornalistas estrangeiros, ele disse:

''Não há nenhuma dúvida, ele foi um dos maiores artistas da nossa geração, talvez de qualquer geração. assim como Elvis [Presley], [Frank] Sinatra, como os Beatles, ele foi uma parte integrante da nossa cultura. Seu talento extraordinário e sua música foram envolvidos com uma grande dose de tragédia e problemas em sua vida privada. não podemos ignorar, mas é importante que nos lembremos o melhor dele."

Embora o presidente Obama tivesse realizado uma conferência de imprensa no dia seguinte à passagem de Michael [26 de junho], ninguém lhe perguntou sobre sua reação à notícia da morte de Michael Jackson no dia anterior.

Em uma conferência de imprensa em separado, o secretário de imprensa Robert Gibbs disse que os repórteres pareciam muito tímidos para perguntar ao presidente a respeito - mesmo Obama sendo um fã confesso - assim Gibbs disse que conversou com Obama sobre a morte de Jackson.

"Eu conversei com [o presidente] sobre isso esta manhã. Ele me disse, obviamente, que Michael Jackson era um performer espetacular e um ícone da música", disse Gibbs, de acordo com a Newsweek. "Eu acho que todo mundo se lembra de ouvir suas canções, assistir ao Moonwalk na televisão durante os 25 anos da Motown. Mas o presidente também disse que [Jackson] tinha aspectos de sua vida que foram tristes e trágicos. E as suas condolências foram para a família Jackson e aos fãs que lamentam sua perda."

Nota deste blog 

Em uma entrevista, Jermaine Jackson [irmão de Michael] citou que quando Michael convidou a apresentadora Oprah Winfrey para conceder uma entrevista em seu rancho Neverland, o evento colocou Winfrey em mais de 90 países. Por sua vez, Wiinfrey usou essa popularidade para impulsionar a vitória de Obama para a presidência.

Importante lembrar que ambos são negros bem sucedidos e vivendo em um país com fortes conflitos raciais, nas últimas décadas.

Oprah Winfrey, Barack Obama e esposa
Quando o állbum Thriller foi lançado, era impensável que rodasse um video de um artista negro na MTV - essa façanha foi conseguida por Michael Jackson. Da mesma forma que o público que passou a frequentar os shows do Jackson Five, ao contrário do que se esperava, passou a integrar negros e brancos.

É inegável que Michael abriu as portas para muitos artistas negros que apareceram posteriormente, muitos deles admitindo a influência artística do Rei do Pop em suas obras.

Mas o processo de cativar a sociedade norte-americana durou décadas para Michael, não se fez em um dia. Além do grande artista, ele foi muito importante na luta dos Direitos Civis. Eu recomendo muito a leitura do texto abaixo, o qual completa o meu comentário.

http://cartasparamichael.blogspot.com.br/2012/07/a-mensagem-oculta-em-black-or-white.html

Em outras palavras, eu duvido muito que Obama tivesse chegado à Presidência dos E.U.A. sem a influência de todo o corpo de trabalho de Michael Jackson.

**Nos videos abaixo, Obama quer dançar como Michael Jackson.



Acredito que Obama ficou a dever para Michael. Por ocasião de sua passagem em 2009, ele deveria, no mínimo, ter feito um pronunciamento para a nação, a fim de falar sobre a perda de Michael e seu legado social e artístico.

Ou, no dia seguinte, tendo ele participado de uma conferência de imprensa, mesmo que os jornalistas tivessem se recusado a lhe fazer perguntas [sim, eles se recusaram! Eles são a mídia!] Obama tinha a obrigação moral de abordar o assunto. O mundo estava em transe, os fãs estavam sofrendo, e E.U.A. era a pátria de nascimento de Michael. Eu acho que equivale a dizer que, naquele dia, Obama negou a sua própria cor.

Fontes:
http://www.mtv.com
http://www.independent.co.uk
http://www.onmjfootsteps.com