As memórias de um mágico no rancho Neverland


''Eu estive com Michael várias vezes, fazendo shows de mágica no cinema Neverland, projetados para crianças doentes ou para quem precisava de ajuda, graças aos quartos de hospital envidraçados que lhes permitiam ver o palco. Eu me apresentei lá antes e depois das alegações. Os pais que estavam lá com os filhos não podiam estar mais convencidos de que aqueles que o acusavam o faziam apenas por dinheiro.

Eu nunca vi uma pessoa com uma alma mais bondosa em minha vida e fiz documentários sobre curadores espirituais durante minhas viagens ao redor do mundo com pacientes com esclerose lateral amiotrófica.

Adoro essa história de 1996: em um dos shows que fizemos no rancho de Santa Barbara, havia um truque em que se fazia uma cobra desaparecer no palco [as crianças adoravam]. A cobra era uma píton reticulada de mais de três metros, que chamávamos de "Winnafred", e Michael sabia disso porque ele a usava no palco há anos, eu lembro que a recebemos de Alice Cooper, mas isso é outra história. Era uma cobra de espetáculos.

Então, depois do show, estávamos sentados na beira do palco conversando, e deixamos Winnafred deslizar livremente entre os assentos do teatro [as crianças já tinham saído, neste momento]. Bem, a píton começou a se enrolar próximo ao chão de um dos assentos e Michael Jackson, que estava conversando conosco em sua voz suave e gentil, começou a se abaixar e desenrolar a píton como quem pega um chihuahua tímido escondido debaixo de um travesseiro.

Ele a levantou do chão e a colocou nos ombros como uma mochila vazia. Sem medo. Fiquei impressionado e intimidado por Winnafred, mesmo depois de trabalhar com ela por anos.

Noutro dia assisti This Is It e, embora eu tenha sido um cara durão ao longo da vida, anseio pela falta de Michael Jackson neste mundo.''

Fonte: https://www.mjhideout.com/forum