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10 novembro 2011

Matéria publicada na ''Ebony Magazine'' - edição 12/2007


Uma mensagem de Linda Johnson Rice 
(Presidente e Diretora da Ebony Magazine)

'Não importa o que pensem da vida pessoal de Michael Jackson, o consenso geral é que, como artista, ele é possivelmente o melhor e mais excitante da história da música. Esse crédito é apoiado pelas suas múltiplas realizações que foram geradas pela sua pessoa genial, inclusive o reconhecimento do Guinness World Records como o Artista Mais Bem Sucedido de Todos os Tempos

Milhões de pessoas (e incluo-me no grupo) cresceram com Michael e sua música, desde I Want You Back a Man In The Mirror e mais além, e ficamos impressionados pela magia de seu incrível e único talento. Depois de celebrar seus 49 anos em agosto, Michael continua cheio de energia, inovador e cativante. E agora está de volta! De volta ao estúdio e planejando voltar ao cenário, onde faz o que ele tem de melhor, cantar.

Com a precocidade de seus 6 anos, Michael se estabeleceu como uma das maiores engrenagens da máquina musical da família Jackson (que inclui a sua irmã Janet), mas está desde 2001, com o lançamento de Invincible, sem lançar novas músicas. 

Neste número, em reconhecimento ao  25° aniversário do influente disco Thriller, o álbum mais vendido da História, estivemos com Michael em Nova York, e tivemos a oportunidade de descobrir como ele está, o que espera conseguir e como (com quase 50 anos) ele mudou. Enquanto regressa na cena musical, a expectativa é alta e cresce a antecipação para ver se o Rei do Pop continua Bad.

Por trás das câmeras

Michael Jackson é tão específico quanto criativo, tão preciso quanto cheio de graça. E isso é o que ele nos deu nos bastidores: imagens dinâmicas, uma tremenda energia e seu estilo único. Nas imagens a seguir, o estilista Phillip Bloch busca o look para fazer as fotos. Michael Jackson vê suas capas anteriores da Ebony com sua gerente, Raymone Bain. O fotógrafo Matthew Rolston faz tudo nesta situação incrível.






Criando a Capa

Quase todo o mundo tem uma recordação clara sobre seu primeiro encontro com Michael Jackson. Eu me apaixonei pela sua música quando estava no colégio e ABC acabava de sair nas rádios. O som era único, e o momento - para mim - era profundo. ABC foi a conexão entre mim e o primeiro garoto que me convidou para dançar em minha vida.

Avançamos 30 anos ou mais no tempo, e estamos no set preparando a foto da capa de dezembro: amo o artista, sua criatividade e seu espírito, uma vez mais. Não estou só. Todos, da equipe de produção, desfrutamos da rara companhia do ícone da música, que resulta ser um dos famosos mais sinceros e generosos que você possa encontrar.

Michael Jackson oferece a Ebony uma janela íntima do seu processo criativo. O cenário era perfeito. Michael queria fazê-lo em um museu. O  Museu do Brooklyn teve a honra de desenrolar o tapete vermelho. Tínhamos uma equipe de alto nível, incluindo Matthew Rolston, fotógrafo de renome internacional, que já fotografou Michael Jackson e sua família muitas vezes.

O famoso estilista Phillip Bloch elegeu as roupas que se ajustassem ao Rei do Pop. A escultura de Rodin, os quadros dos mestres ao longo das gerações e as colunas de mármore que rodeiam a beleza das
eras criavam o fundo perfeito, emprestando-nos sua magia.

Com cada click da câmera, este mestre do movimento oferece um gesto estudado sem esforço, o giro do punho, a elevação de uma perna, o enfoque em um gesto. Agora o artista está em celebração. Há 25 anos que o álbum Thriller chegou às lojas (hoje com mais de 104 milhões de cópias vendidas).

Michael Jackson voltou! De alguma maneira, parece ter voltado a um encontro de antigos alunos, mais uma vez para roubar a cena!

Voltando à emoção

Vestido de preto, confiante e maduro, Michael Jackson dirige sua equipe, guia seus filhos e dá uma olhada com seus óculos de leitura, pousados na ponta do seu nariz finamente esculpido. Óculos de leitura? Sim, Michael Jackson, agora divorciado duas vezes, pai de três filhos, completará 50 no próximo ano e mais de quatro décadas depois do garoto ter feito o moonwalk no palco do mundo. E até hoje continua com o corpo em forma e dança como os tempos de Thriller, mas aqueles óculos confirmam a passagem do tempo.

Em sua primeira entrevista para uma revista americana em uma década, em uma suíte de um hotel de Nova York, o Rei do Pop ofereceu uma rara perspectiva na vida de um ícone. O comandante de um império multimilionário e possivelmente o artista mais talentoso de uma geração, não fala publicamente desde seu julgamento e absolvição em 2005, mas hoje reflete sobre Thriller, fala sobre sua luta no cenário mundial e se pergunta em voz alta: Para onde estamos indo?

Neste dia frio de outono, Jackson contemplou seu passado, desde sua sétima capa solo na Ebony; também teve cinco capas da Ebony com seus irmãos, ainda como membros dos Jackson 5, a primeira em 1970. Falou sobre a criação de Thriller, seus primeiros demos gravados em um estúdio caseiro em meados de 1982, com sua irmã Janet e seu irmão Randy fazendo o coro, e falou sobre o atual estado da indústria musical.

Quando Thriller saiu nos EUA, em 30 de novembro de 1982, a América e o mundo estavam em plena transição. Ronald Reagan era presidente, E.T. surpreendia o público do cinema e Justin Timberlake tinha quase 2 anos. O Reino Unido e Argentina lutavam pelas Ilhas Malvinas, o Dow Jones chegava a seu máximo histórico de 1.065.49 e o disco de Olivia Newton John, Physical,  era número 1 nas paradas. E Michael Joseph Jackson estava tranquilamente trabalhando em seu estúdio com Quincy Jones, a ponto de fazer história.

Michael Jackson é uma estrela internacional desde seus 6 anos de idade. Enquanto a maioria dos garotos assistia Scooby-Doo, Michael estava ensaiando os movimentos para os shows com seus irmãos, os Jacksons.

"Em alguns aspectos, Michael foi sempre um garoto. E em outros, era muito sofisticado", recorda Walter Yetikoff, até então chefe da CBS Records. "Era um sábio homem de negócios, lia os contratos tão bem quanto um advogado. Mas em outros aspectos, era como um garoto."

Hoje, aquela voz sussurrante e aguda soa mais grave. Essas formas suaves estão mais definidas. Os traços desse "garoto" parecem desgastados. Seu gênio musical e sua influência ainda dominam o mundo da música, 25 anos depois do lançamento de Thriller, que se converteu no disco mais vendido de todos os tempos, vendendo mais de 105 milhões de cópias no mundo, 54 delas nos Estados Unidos e alcançando nada menos que sete posições no Top 10 com os singles no número 1.

Mas essa complicada transição, de jovem a adulto, ensinou muitas lições de vida ao astro, deixou algumas cicatrizes e também um tanto de sabedoria. Neste dia, enquanto o filho menor de Jackson, Prince Michael Jackson II, que é chamado carinhosamente de Blanket, senta-se perto, vendo desenhos animados e o boom  que o mundo inteiro está fazendo sobre seu pai. A vida de Michael parece que fechou o círculo: Jackson também tem outros filhos, Paris Michael Katherine Jackson, com 9 anos, e Prince Michael Joseph Jackson I, com 10 anos.

Enquanto Michael apresenta seu filho, o instrui sobre a etiqueta necessária para cumprimentar os seus convidados. "Não, fique em pé e use essa mão", ele ensina a criança, que se mostra encantada, a ponto de  de deixar seus doces e dar a mão. Em muitos aspectos, esse é um momento "normal" entre pai e filho. E para Michael Jackson, após todos os seus discos e todo o drama, esse sentido de normalidade e maturidade parece imperar nesta fase de sua vida.

Com quase uma dúzia de álbuns solos, e mais de uma dezena de singles número 1, 13 Grammys e mais de 750 milhões de discos vendidos em todo o mundo, durante sua carreira até hoje, Michael se mostra humilde e orgulhoso de sua influência na história da música e da cena musical da atualidade: "Sempre quero fazer música que influencie e inspire cada geração", disse. "Você quer a criação, e eu dou tudo de mim trabalhando, porque quero que ela viva".

Hoje, é praticamente impossível ver um vídeo musical sem a influência dos passos de dança de Michael Jackson, da sua música ou da sua temática. Justin Timberlake e Usher imitam seus movimentos. Akon e Ne-Yo admiram seu som. (Acredita-se que Jackson está trabalhando em estúdio com Akon, Kanye West e Will.i.am em um novo disco, que será lançado em 2008)

A jovem sensação Chris Brown rendeu um tributo a Michael Jackson no MTV Video Music Awards 2007. "Não há um artista aí fora que não tenha sido influenciado ou inspirado por Michael Jackson. Quanto eu tinha dois anos, eu usava fraldas, cantava e dançava imitando Michael Jackson", disse o cantor Brown à Ebony. "Michael Jackson é o mais próximo à perfeição que podemos encontrar em um artista".

Em 1983, Jackson rompeu a barreira da cor na MTV,  inicialmente se dizia que a rede tinha recusado exibir seus vídeos musicais. "Isto é o que eles faziam e eu disse: 'eles não querem exibir o meu vídeo'. Meu coração partiu", disse Jackson agora. Mas isso, segundo ele, acendeu uma fogueira. "Deixei pra trás. Assim que cheguei com Thriller, sempre tentei superar a mim mesmo¨, recorda.

Quando a MTV supostamente disse que não exibiria os vídeos de Michael Jackson, Yetnikoff, chefe da CBS Records, contra-atacou: "Ok, levou-me a Barbra Streinsand, Chicago e tudo mais. Antes de Thriller, Bob Pittman (fundador da MTV em 1982) já não estava de acordo comigo, mas Bob Pittman está cheio de merda, e pode citar minhas palavras...Quando a MTV começou, era como uma emissora de rock", disse Yetnikoff a Ebony, de seu escritório em Nova York. "E quando Billie Jean e Beat It sairam, a MTV não quis exibi-los. Eles disseram, de fato: 'Não, não, não, temos uma filosofia voltada para o rock, e Michael Jackson é negro'.

Embora Pittman não estivesse disponível para contestar, Les Garland, co-fundador e pioneiro da MTV, VH1 e The Box, disse a Jet, em 2006, que essa história era uma lenda. "Nunca houve dúvidas. Nenhum problema. Chamei Bob (Pittman) para lhe dizer: 'Acabo de ver o melhor vídeo que havia visto em minha vida (Billie Jean). É passado, está tudo bem'". Ele acrescentou no mesmo dia: "Como essa lenda se converteu na história,  isso é algo que literalmente não compreendemos."

De qualquer forma, Yetnikoff, que agora tem 74 anos, disse que recorda o episódio claramente. "Assim eu disse, está bem, mas vou retirar todo meu catálogo, todos os meus discos, esqueça-os. Não vou colocar nada na CBS. E isso ocorreu: a Warner Brothers seguiu nosso exemplo". (Entre os artistas da CBS daquele momento estavam Barbra Streisand, Billy Joel, Bruce Springsteen, Living Colour e centenas de artistas).

O lendário produtor musical Quincy Jones, que era amigo do falecido Steven J. Ross, criador da companhia Warner e pai da MTV, recorda as negociações da MTV um pouco distintas, mas definitivamente, reconhece a importância da emissora e do astro: "A realidade é que Michael e MTV, levaram um ao outro, à glória. Ninguém havia visto algo assim antes. E tampouco voltou a repetir-se", disse Jones.

"Creio que foi um marco, de alguma maneira, acredito que ele fez a MTV", adicionou Yetnikoff. "Michael converteu-se em algo que criou e que não existia antes. E isso fez a CBS ganhar muito dinheiro". Yetnikoff estima que o disco foi responsável em arrecadar para a companhia cerca de 500 milhões de dólares a um bilhão. "Chegamos a um ponto em que vendíamos em torno de um milhão de álbuns semanalmente!"

Jones, que produziu o disco Thriller, sugere uma razão ligeiramente menos visível para as grandes vendas. "Você pode ouvir esse disco de sete formas distintas, tínhamos sete 'ganchos' diferentes. Você não consegue entendê-lo pela primeira vez. Tem que ouvi-lo seis ou sete vezes", adicionou. "Assim, quando ele fazia o vinil, nós os gastávamos, comprando três ou quatro cópias do disco, porque não podíamos escutá-lo todo na primeira vez."

Yetnikoff disse que Michael e Thriller fizeram sua própria carreira. "Eu devo a este garoto", comentou. "Ele pode pensar que deve a mim, mas está bastante claro que eu é que lhe devo". Por outro lado, comparado com Michael e a era Thriller, a música de hoje é uma história diferente: "É uma 'merda'. Se um só artista tentar soar como Michael Jackson, eu me atiro pela janela!", disse Yetnikoff.

E parece que Michael está de acordo. "Não creio que alguém seja tão experimental e suficientemente inovador. Bom, não temos o pressuposto de Michael Jackson¨, sorriu. "Maldade, você pode ser criativo partindo do começo. Isto é normalmente o melhor trabalho, quando você estuda todos os detalhes, coloca-os dentro de si mesmo e inventa. Acredito que é muito material do mesmo molde."

Greg Phillignanes, um veterano arranjador, tecladista e músico de Thriller e de muitos outros projetos de Jackson, recorda seu trabalho no álbum: "Era simplesmente especial trabalhar com Quincy e Michael. Ambos   sacavam o melhor de cada pessoa. Ao entrar, você sabia que era uma equipe dos melhores e tinha que dar o melhor de si mesmo. Michael tem fortes objetivos musicais e um forte sentido do que queria conseguir artisticamente.¨

Fazer Thriller foi também uma experiência muito divertida: "Quincy sempre introduzia a diversão na sala. Sabia como escolher um diretor para o elenco de um filme, conseguia as pessoas para o trabalho correto, e fazia o mesmo para a música. Foi um tempo brilhante. Recordo como foi divertido ir adicionando as partes que havíamos gravado em separado, o baixo, as cordas, e escutar as vozes de Michael. Foi realmente muito especial e a atuação de Michael fala por si mesma."

James Ingram, um cantor veterano e outro protegido de Jones, disse: "Quincy é impiedoso quando se trata de música, ele pensa se será um êxito ou não, e não lhe importa quem seja". Ingram, junto a Jones, escreveu P.Y.T, um dos Top 10 de Thriller.

"Peggy Lipton, a esposa de Quincy, foi à casa que haviam comprado, chamada Pretty Young Thing (coisinha linda) com Quincy. Sendo ele a pessoa genial que é, disse que seria um bom título (para a canção) e Michael simplesmente 'trabalhou' a canção no estúdio¨.

Ingram acrescentou que jamais havia visto um artista dançar em uma sessão de gravação como fez Michael Jackson: "Todos os artistas que eu vi, quando entram em estúdio de gravação, põem toda sua energia no microfone, mas ali estava Michael cantando com o fundo do coração e dançando simultaneamente. Isso transformou minha mente. Veja... Quincy não é deste planeta: é um gênio, e por isso atrai a todos esses gênios (como Michael Jackson)".

Jackson também dá crédito a Jones por criar os momentos mágicos que alimentaram Thriller e Off The Wall, que influenciou sua carreira musical dali em diante. "Quanto eu tinha 8 anos, Sammy Davis Jr. me apresentou a Quincy Jones; jamais o esquecerei", disse Jackson. "E ouvi quando ele disse a Quincy: 'Este garoto tem algo: é incrível'. Eu guardei isso no meu subconsciente."

Anos mais tarde, pediu a Quincy Jones que trabalhasse com ele em seus discos. Sua química no set do filme de 1978, em The Wiz, resultou em uma colaboração duradoura. "O melhor de trabalhar com Quincy é que ele te deixa fazer as coisas...uma vez que se tenha a química adequada na sala, ocorre a magia", deliberou Michael.

Durante a produção de The Wiz, Jones viu algo em Jackson que não tinha visto antes: "No processo, cheguei a ver uma faceta que nunca vi em público antes, disse Jones a Ebony: "Vi o jeito que era sensível, e isso nunca foi representado em um disco". Mas Jones quase acaba não fazendo o projeto: "Você sabe, a Epic não queria me utilizar...disseram: 'De maneira alguma, Quincy é muito jazzista'.

Porém Michael pressionou a favor do maestro, e como dizem, o resto é história. Quase todo o dia, Jones vê o impacto dos projetos em todo o mundo. "Olha, dei pelo menos uma três voltas ao mundo este ano: Angkor Wat, Vietnã, Seul, Ruanda, Cairo, Abu Dhabi, Dubai, Moscou e...você não sabe em que cidade está, porque as 0h00 em ponto começa a sonhar com a música e você escuta Wanna Be Startin' Somethin ou
Don't Stop Til You Get Enough ou Billie Jean. Fico perplexo, como se fosse há 25 anos. E como eu já disse antes: os (anos) 80 já foram nossos!"

Não é surpresa que Michael tenha uma relação muito íntima com sua música. Para ele, tudo é melodia, e ele faz uma versão no bruto de todas as suas canções: "Para obter o caráter da frase, tal como quer, leva muito trabalho e muito tempo." Ele fala da música como um protagonista: "A música é um carpete, tem diferentes camadas, vai ondulando-se dentro e fora, e se você a ver em camadas, a entenderá melhor."

O Rei do Pop diz que trabalhar com Jones foi maravilhoso: "Ele era tão genial que permanecia fora do caminho da música, e se houvesse algum elemento a adicionar, ele o acrescentava, como uma frase
musical bonita. Ele normalmente dizia: 'Smelly (um apelido que Jones deu a Jackson), deixe que a canção fale. Se a música precisa de cordas, ela o dirá. Ele sai do caminho e deixa lugar para que Deus possa entrar.¨

Jones confirma: "Esse é meu estilo. Você tem de deixar espaço para que Deus entre na sala. Não é nada nosso. Quanto mais velho fico, mais vejo o pouco que temos de fazer, realmente."

A espiritualidade de Jackson é outra fonte de sua criatividade: "Acredito firmemente em uma força superior, e estou realmente agradecido por todas as bênçãos." Quando ele escreve algo que sabe que é bom, Jackson compartilha, "ajoelho-me" ...e ele dá graças.

No dia 29 de agosto do ano que vem, Michael Jackson terá 50 anos. Ele admite, embora esteja especialmente em forma, que não tem nenhuma dieta especial e raramente se exercita. Está mais criativo do que nunca, e é um homem diferente de quando tinha 24 anos. "Sempre tive essa noção em minha mente, as coisas que eu queria fazer, criar os meus filhos, ter filhos. Estou desfrutando muito."

Michael disse que viaja bastante com seus três filhos, recentemente ele visitou a África do Sul. "Simplesmente adoro a África. Tem muitas coisas para fazermos. Tem atrações de simuladores, cinemas, piscinas de ondas. Vamos às lojas de discos, à loja de doces, à livraria e muitas outras coisas."

Hoje Michael está amadurecendo. E há aqueles que o conhecem bem. O reverendo Jesse Jackson o conhece quase por toda sua vida, desde os primeiro dias nos Jackson 5. Em 2005, esteve em contato diário com Michael durante o julgamento na Califórnia, e hoje o ajuda como conselheiro.

"Acredito que Michael está em paz consigo mesmo", disse o reverendo Jackson. "Ele sabe que tem um gênio e um talento especiais e sabe que tem uma responsabilidade especial. E sabe que é um super-astro. Parece ter um grande sentido de autocontrole, mas como qualquer grande astro, é como um enigma para muita gente. Mas, acima de tudo, é um devoto de sua mãe e de seu pai, irmãos e irmãs. Antes de tudo, ele é um Jackson".

Ele ainda será o Michael Jackson do moonwalk dos anos 80? "Não", disse. Ele não quer fazer um concerto atrás do outro. Simplesmente não quer sair assim. "Não, de forma alguma igual como fizeram James Brown ou Jackie Wilson. Eles seguiram saindo, correndo, matando-se. Em minha opinião, eu desejava que ele tivesse diminuído o ritmo, relaxado e desfrutado de seu duro trabalho."

Michael tem outros planos para seus próximos 25 anos:  "Mais voltado para o cinema, não em cena. Vejo-me mais produtivo nele, e dirigindo a mim mesmo, no cinema. Não tanto (sobre os cenários) de todo o mundo. Porque você não captura nada, tudo é passageiro. Um concerto é a coisa mais fugaz do mundo. É excelente para ver, mas não pode capturá-lo. Com o cinema você pára o tempo".

Para Michael Jackson, o tempo não parou. A cada ano, uma mudança, uma criança e um êxito, ele se tornou um pouco mais sábio. Michael Jackson conheceu o homem no espelho. E gostou.'

Em 24 de dezembro de 2007, no mesmo mês de lançamento da histórica edição da Ebony, Michael Jackson saiu na capa da Jet Magazine (pertencente ao mesmo grupo Johnson Publishing). A publicação, que custava US$ 1,75 (cerca de R$ 3,10), trazia informações sobre os novos projetos de Michael, dando foco ao lançamento do Thriller: 25th Anniversary Edition, em fevereiro de 2008.