Remember The Time: Protecting Michael Jackson


Bill: ''Era três dias antes do Natal, cerca de 10:00 da noite, eu estava sentado em uma caravana de veículos, com um Cadillac Escalade preto no final da pista.

Eu tinha sido contratado para atuar como segurança. Um cliente estava voando para Las Vegas em um jato particular, vindo de fora do país; Eu estava lá para acompanhá-lo a partir do aeroporto para uma casa particular no subúrbio de Summerlin, no lado noroeste da cidade.

Eu estava no assento do passageiro da caminhonete prata. O veículo designado como o carro-mãe, isto é, o que transportaria o cliente, estava bem atrás de mim.

Eu estava olhando para o ar em busca do avião. As pessoas pensam que em Las Vegas há somente luzes de neon, asfalto quente e deserto. Mas no inverno? À noite? Depois que o sol se põe, a temperatura cai rapidamente. Estávamos no aeroporto, nós estávamos congelados.

Ligamos o aquecedor na força máxima, para afastar o frio enquanto esperávamos. O fato de que nos tinha sido dado permissão para acessar a pista com os veículos era incomum. Não era algo a que eu estava acostumado, mesmo para clientes de renome. Mas nesta cidade, nesta linha de trabalho, o inusitado é a norma.

Sendo Las Vegas, uma caravana como esta poderia ser contratada para uma estrela de cinema ou o diretor-geral da ONU, um atleta ou um político.

Inferno, eu poderia ter sido contratado para ajudar um ditador deposto fugindo de uma revolução em um país do terceiro mundo em algum lugar. Na verdade, eu não sabia quem eu teria que pegar.

Um par de dias antes, eu tinha voltado para casa de uma missão de três meses que se estendeu por dois países e cinco estados. Tudo o que eu queria era relaxar e passar um tempo com minha filha. Então eu recebi um telefonema de um colega meu, Jeff Adams.

Jeff e eu éramos amigos próximos, quase como uma família. Havíamos trabalhado juntos muitas vezes. Ele perguntou se eu estava disponível para liderar uma equipe de segurança de um dignitário de elevado perfil, que viria para Las Vegas em duas semanas. Eu o pegaria e o levaria desde o ponto A ao ponto B.

Jeff disse, ''Estou em contato com a assistente de cliente, um homem chamado John Feldman. Ele quer que lhe seja enviado por fax o currículo e uma cópia da carteira de motorista. para que eles possam fazer uma verificação de antecedentes."

Ele me deu um número de fax a partir do estrangeiro e eu o anotei.''

"Quem é o cliente?", perguntei.

Jeff se deteve. Ele disse, "Eu não posso lhe dar essa informação agora, mas confie em mim, você se alegrará de tê-lo feito, fará isso sozinho e terá que estar armado."

Eu estava apreensivo com a situação, sem saber quem ele era. Mas eu tinha estado neste negócio há tempo suficiente para saber como as coisas funcionavam. Até que você estabelecesse a confiança, sentiria a necessidade de saber. Você é contratado por horas, você aparece, você executa a tarefa, e é isso.

Eu tinha feito um monte de coisas assim. Eu disse a ele que poderia contar comigo, essas pessoas fizeram uma verificação de antecedentes e começaram a fazer os arranjos. Dois dias antes de o cliente chegar, Jeff e eu fizemos o que é conhecido como um detalhe de pré-antecedência, traçar a melhor rota a partir do aeroporto para a nova casa dessa pessoa - fizemos a rota juntos.

Tomando nota de cada semáforo, cronometrando o semáforo, traçando qualquer área congestionada que pudéssemos encontrar ao longo do caminho. Decidimos que eu iria cuidar do transporte do aeroporto até a casa e Jeff estaria esperando por nós lá.

Naquele dia, eu cheguei no aeroporto às 07:30. Eu tinha dito ao serviço de veículos que eu queria os veículos lá às 08:00. Quando eles chegaram, realizei uma inspeção completa em cada um. Notei que os espelhos estavam equipados com câmeras de vídeo voltadas para o banco do passageiro.

Chamei Jeff. "Sem câmeras", disse ele, "Ponto final.'' Então eu passei por cada veículo, desligando cada câmera.

Às 10:00 na pista. Às 10:35, um Gulfstream V pousou e passou em nosso caminho. Eu instruí os motoristas a se aproximar da escada. Deixei meu carro e caminhei de volta ao carro-mãe, o qual estava parado logo no pé da escada.

Eu estive lá e esperei, pronto para abrir a porta de trás destinada aos passageiros. A tripulação de voo e outros motoristas começaram a deixar a bagagem nas SUVs.

O primeiro a sair do avião era um homem de cerca de cinquenta anos, um homrm negro, bem preparado, mas não chamava a atenção. Em seguida, uma mulher saiu. Ela tinha uma criança dormindo em seus braços e ela desceu as escadas cuidadosamente. Eles foram seguidos por outras duas crianças, com idades da escola primária.

Todo mundo entrou no carro. Eu pensei, ''Bem, isso deve ser tudo''. Fui para fechar a porta e uma das crianças disse: "Onde está meu pai?"

Pai? Olhei para trás em direção ao avião. Aquele homem estava descendo. Ele estava vestido de preto, com o rosto coberto com um lenço preto. Quando ele se aproximou, notei que seus pés deslizavam.Seus tornozelos eram finos e usava meias brancas. Ele desceu e entrou na SUV com as crianças.

Fechei a porta, voltei para o primeiro veículo. E nós deixamos o aeroporto. Com as férias, o tráfego levou 45 minutos para chegar a casa. Jeff estava esperando.

Nós paramos na calçada; a porta se fechou atrás de nós. Meu carro parou na frente e o carro-mãe seguia pelo lado, a fim de deixar a família em particular. Eu ajudei a descarregar a bagagem que transportamos. Havia, pelo menos, trinta sacolas lá dentro. Então eu voltei para a calçada.

Jeff saiu de casa. No rádio, ele disse, "Estamos bem?''

"Código 4", eu disse.

Naquele momento, eu pensei que estava feito. Eu fiz o meu trabalho a partir do ponto A ao ponto B. Mas a curiosidade estava me matando. Fui para Jeff e disse: "Diga-me quem é esse cara?"

Jeff tinha um grande sorriso no rosto.

"Não posso ver?" eu lhe disse.

Encolhi os ombros. "Claro. Vi um cara magro, uma menina e três rapazes."

Jeff se inclinou e sussurrou para mim:"É Michael Jackson."

Eu só olhava para ele. "Ah... pára!''

Ele levantou a mão direita. " A morte antes da desonra", disse. "É verdade".

Eu não acreditei. Ele riu de mim um pouco. Em seguida, o assistente, Feldman, o primeiro homem que tinha saído do avião, pediu para entrarmos.

Quando estávamos saindo, eu era como...''Eu... realmente? Estou realmente... pronto para conhecer Michael Jackson?''

Entramos e agora aquele mesmo homem veio até mim sem o lenço cobrindo o rosto, e eu era como, ''Oh, merda''.

Lá estava eu, em pé na frente de Michael Jackson, apertando a mão dele. Foi surreal.

Jeff nos apresentou. Com a voz suave e tranquila, Jackson disse: "Oi, prazer em conhecê-lo."

Eu disse: "É uma honra conhecê-lo, senhor. Eu tenho sido um grande fã por um longo tempo."

Um grande fã? Eu nunca falava essas coisas para os clientes. Por causa do meu trabalho, eu estou acostumado a estar perto de pessoas famosas.

Mas meu coração estava batendo rápido; os cabelos da minha nuca estavam arrepiados. Eu estava tentando manter o meu profissionalismo, mas por dentro eu estava como uma criança. Eu era um grande fã.

Eu ainda tinha meus antigos álbuns do Jackson 5 - 45s e 33s. Todos eles. Ainda me lembrava dele e seus irmãos no Soul Train, venda a dança robô de Dancing Machine.

Nós conversamos um pouco sobre a Motown Records, porque eu tinha feito algum trabalho para eles e ele tinha visto no meu currículo.

Seus filhos estavam atrás dele. Paris e Prínce disseram ''Olá''. Blanket era mais reservado e tranquilo, se escondendo atrás de seu pai.

Sr. Jackson disse: "Crianças, este é Bill, o nosso novo homem da segurança."

Eu era como, ''Hein? Novo segurança? O que você está falando?''

Foi-me dito que era um trabalho de recolher de um ponto A para o ponto B.

Um alarme começou a soar na parte de trás da minha cabeça. E então Sr.Jackson disse - mais como uma afirmação do que uma pergunta - "Você vai ficar esta noite, certo?"

"Hum.... Sim, senhor."

"Ótimo", disse ele. "Vejo você na parte da manhã."

Todos eles disseram ''boa noite'' e subiram. Olhei para ambos e Jeff Feldman.

Eu disse: "Precisamos conversar."

Nós saímos e ficamos na entrada da garagem e eu disse, "O que está acontecendo aqui? Onde está a segurança?''

"A Nação do Islã havia sido sua segurança por um tempo", disse Jeff. "Houve algumas críticas por isso, então eles estão fazendo algumas mudanças."

Feldman pediu desculpas pela confusão e me perguntou se eu estaria disposto a passar a noite, e talvez mais.

Eu disse a Jeff, "Este é o verdadeiro Michael Jackson? Não mexa comigo, cara. Está muito frio, e eu não tenho nenhum desejo de estar trabalhando em Las Vegas para um imitador de Michael Jackson."

"Confie em mim", disse ele. "Este é o verdadeiro, amigo. Olhou a sua vida, viu que você esteve com a Motown e, com convicção, disse que lhe queria para isso."

"Bom. Assim, quando o resto da equipe vem aqui?"

Feldman olhou para Jeff e, em seguida, olhou para mim e disse: "Eu pensei que você soubesse que não haveria uma equipe. É você.''

O quê? Uh-uh. Não, não, não. Agora eu estava chateado. Eu não estava preparado. Há pessoas lá fora que amam esse cara com uma paixão e há pessoas loucas que o odeiam e farão de tudo para chegar até ele.

Toda vez que eu via Michael Jackson na TV, ele tinha toda uma equipe de pessoas com ele. Eu estava sozinho. Eu não sabia nada sobre a propriedade ou o interior dela. Eu não recebi nenhum detalhe.

Eu comecei a ter um mau pressentimento. ''Algo não está certo'', pensei.

Eu vinha fazendo isso há muito tempo, mas acredito que Michael Jackson, o Rei do Pop, viajar sem segurança... com um assistente e uma babá? Onde estava o pessoal? O gerente? A comitiva?

O que eu não sabia, mas eu saberia rapidamente, era que Michael Jackson que voou em Las Vegas naquela noite não era o mesmo Michael Jackson que havia deixado o país no ano passado.

Não havia comitiva naquela noite. Ele estava sozinho. E ponto. O homem mais famoso do planeta e nós éramos os únicos que sabíamos que ele estava de volta aos Estados Unidos.

Eu concordei em ficar porque, o que mais poderia fazer? O homem disse a seus filhos que eu estava lá para protegê-los.

Depois de um tempo, o assistente e a babá saíram. Eles ficaram em um hotel próximo. Então Jeff também se foi. Ele tinha um outro trabalho para o qual foi contratado.

Agora era só eu. Eu fiz uma varredura do imóvel, verifiquei todas as portas e janelas, em seguida, coloquei uma cadeira dobrável na garagem. Estava congelado. A garagem não era isolada. Vinte e oito graus e acima disso, nada mais do que duas peças compostas de terno, camisa e gravata.

Eu queria chamar a todos, mas é claro que não podia. E quem iria acreditar em mim?

"Ei, adivinhem, eu estou em uma casa com Michael Jackson e sua família."

"Quem é você?"

"Estava apenas eu. Na garagem."

Fiquei acordado a noite toda, alerta e com frio. Cada som, cada carro que passava, eu ficava olhando em volta. Mas principalmente, eu sentei lá tremendo e me perguntando, onde estão todas as pessoas? Pensando sobre os loucos que estavam vindo e que iriam subir acima da porta... Que diabos estou fazendo aqui?

Cerca de uma 07:15, o sol finalmente saiu. Eu ouvi alguma coisa na porta interna da casa. Ela abriu-se e uma pequena voz disse: "Desculpe-me." Eu olhei para cima. Era a menina Paris.

Ela entrou na garagem, estendendo um copo. Estava quente, com alguns desses pequenos marshmallows de chocolate derretidos nele.

Ela ficou ali em silêncio, olhou para mim e estendeu o copo e disse. "Papai disse para lhe dar isso."

Extraído do livro Remember The Time: Protecting Michael Jackson in His Finals Days escrito por Bill Whitfield e Javon Beard - ex-guarda-costas de Michael Jackson.

Fonte: http://mjhideout.com