''Hoje o meu filho de 10 anos de idade trouxe para casa uma redação. Suas instruções eram para imprimir a letra de sua canção favorita e escrever sobre o que significa para ele. Parece bastante simples.
Meu filho é um fã de Michael Jackson graças aos velhos CD's de sua mãe e de seu pai e o jogo de dança The Experience para Wii. Então, ele me diz que ele quer que eu imprima a letra da canção They Don't Care About Us.
Conhecendo a letra, eu pensei que esta era uma canção muito profunda para um trabalho da quarta série e estava curiosa para saber por que meu filho escolheu esta canção para cumprir seu dever escolar. Então, eu perguntei, "Você sabe o que as palavras desta canção querem dizer?"
Ele olha para mim como se eu fosse de Marte e diz, "Eu sei de algumas das palavras, mas é a minha música favorita para dançar no Wii."
Então, meu marido e eu entramos em uma curta palestra sobre o quanto é importante compreender as palavras que você coloca para dançar. Nós pegamos a letra da canção e meu marido a leu em voz alta e, em seguida, tocou a música para o meu filho ouvir de novo, desta vez com atenção extra para a letra. Eu sabia em minha mente onde o significado desta letra encontra eco em minha cabeça.
"Qual evento recente isso lembra?" perguntou o meu marido.
Meu filho responde, "Michael Brown e... eu não posso respirar."
Eu sabia que ele tinha visto parte do [programa] Black & Blue na CNN, o qual retratava a trágica morte de Eric Garner.
Meu coração começa a afundar, enquanto eu o ouvia responder às perguntas do meu marido. O coro repetia em minha mente, ''All I wanna say is that They don’t really care about us.'' ['Tudo que eu quero dizer é que eles realmente não se preocupam com a gente.]
As lágrimas começam a descer, enquanto eu assisto o olhar de terror no rosto do meu filho, à medida em que meu marido explica quem "eles" podem ser, como "eles" podem vê-lo como um jovem menino negro e como "eles" podem maltratá-lo ou tentar puni-lo.
As lágrimas rolam mais rapidamente quando meu filho de três anos de idade me entrega uma uva passa e diz, "Isso vai deixá-la melhor, mamãe."
Meus meninos são tão inocentes. Tão inteligentes. Por que eu tenho que ter essa conversa com os meus meninos? Como é que isto vai afetar sua auto-estima? Sabendo que eles estão crescendo em uma sociedade que os desvaloriza e os marginaliza. Por que eu tenho que participar no plantio de sementes de inferioridade?
Meu choro se aprofunda quando eu penso em todas as famílias afetadas pela brutalidade policial, a discriminação racial, as mortes injustificadas que estão tão profundamente enraizadas em nosso país.
Dane-se o sistema de justiça para a forma como está a falhar com os nossos filhos, pintando-os como criminosos e bandidos. Desvalorizando o sistema educacional na tentativa de destruir todas as esperanças de uma igualdade.
Fontes:
http://parentsunitedphila.com
http://app.siz.io
Ele olha para mim como se eu fosse de Marte e diz, "Eu sei de algumas das palavras, mas é a minha música favorita para dançar no Wii."
Então, meu marido e eu entramos em uma curta palestra sobre o quanto é importante compreender as palavras que você coloca para dançar. Nós pegamos a letra da canção e meu marido a leu em voz alta e, em seguida, tocou a música para o meu filho ouvir de novo, desta vez com atenção extra para a letra. Eu sabia em minha mente onde o significado desta letra encontra eco em minha cabeça.
"Qual evento recente isso lembra?" perguntou o meu marido.
Meu filho responde, "Michael Brown e... eu não posso respirar."
Eu sabia que ele tinha visto parte do [programa] Black & Blue na CNN, o qual retratava a trágica morte de Eric Garner.
Meu coração começa a afundar, enquanto eu o ouvia responder às perguntas do meu marido. O coro repetia em minha mente, ''All I wanna say is that They don’t really care about us.'' ['Tudo que eu quero dizer é que eles realmente não se preocupam com a gente.]
As lágrimas começam a descer, enquanto eu assisto o olhar de terror no rosto do meu filho, à medida em que meu marido explica quem "eles" podem ser, como "eles" podem vê-lo como um jovem menino negro e como "eles" podem maltratá-lo ou tentar puni-lo.
As lágrimas rolam mais rapidamente quando meu filho de três anos de idade me entrega uma uva passa e diz, "Isso vai deixá-la melhor, mamãe."
Meus meninos são tão inocentes. Tão inteligentes. Por que eu tenho que ter essa conversa com os meus meninos? Como é que isto vai afetar sua auto-estima? Sabendo que eles estão crescendo em uma sociedade que os desvaloriza e os marginaliza. Por que eu tenho que participar no plantio de sementes de inferioridade?
Meu choro se aprofunda quando eu penso em todas as famílias afetadas pela brutalidade policial, a discriminação racial, as mortes injustificadas que estão tão profundamente enraizadas em nosso país.
Dane-se o sistema de justiça para a forma como está a falhar com os nossos filhos, pintando-os como criminosos e bandidos. Desvalorizando o sistema educacional na tentativa de destruir todas as esperanças de uma igualdade.
Minhas lágrimas se transformam em raiva enquanto a letra rola na minha cabeça, “You’re rapin’ me of my pride…Oh, for God’s sake.” [Você está violando o meu orgulho... oh pelo amor de Deus!]
Meu filho nunca vai olhar para Michael Jackson: The Experience da mesma maneira novamente. Ele [Michael] será lembrado cada vez que ouvir a canção sobre a nossa conversa na cozinha. Ele será lembrado em seu medo sobre ''deles''. Ele será lembrado nas imagens que ele continua a ver na tela da televisão. Ele compreenderá que as letras foram escritas para ser ouvidas, não apenas dançadas.
"Diga-me o que aconteceu com os meus direitos
Eu sou invisível porque você me ignora?
Sua proclamação me prometeu liberdade, agora
Estou cansado de ser vítima de vergonha
Eles estão me jogando em uma classe com um nome ruim
Eu não posso acreditar que esta é a terra de onde eu vim
Você sabe que eu realmente odeio dizer isso
O governo não quer ver
Mas se Roosevelt estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não, não
Algumas coisas na vida que eles apenas não querem ver
Mas se Martin Luther estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não, não "
Eu percebo que muitas famílias em todo o país são obrigadas a ter este tipo de conversa com as suas crianças negras e pardas. Os pais são obrigados a ter uma sensação de desassossego sempre que seus filhos saem de casa. Mas isso não está certo e não devemos nos sentir confortáveis com isso.
Para reconstruir a auto-estima do meu filho e minha sanidade mental, nós trocamos a música para Man in the Mirror.
''Estou começando com o homem no espelho
Estou pedindo a ele para mudar seus caminhos
E nenhuma mensagem poderia
Ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo
Um lugar melhor
Dê uma olhada em si mesmo
E então, faça uma mudança.''
by Tonayia Arca
*Tonayia Arca é mãe de quatro filhos e membro do Parents United Leadership Collective [Pais Unidos pela Educação Pública] uma entidade que representa as vozes dos pais que lutam pela melhoria da educação nas escolas públicas na Filadélfia [Pensilvânia, E.U.A.] e onde este texto foi publicado.
Nota deste blog: Achei oportuno publicar junto a este depoimento as imagens de uma campanha de conscientização que roda nos E.U.A.
''Escute. Uma dia, você será parado pela polícia.''
''Quando isso acontecer, esteja sempre certo de que eles podem ver suas mãos...''
''Ok.''
''Nunca se mova precipitadamente.''
''Seu trabalho é chegar em casa seguro, compreende?''
''E sempre demonstre um respeito a mais, mesmo que eles não façam [o mesmo].''
''E... ei! Se você sentir que está em problemas, apenas chame a polícia. Eles estarão lá para ajudar.''
Meu filho nunca vai olhar para Michael Jackson: The Experience da mesma maneira novamente. Ele [Michael] será lembrado cada vez que ouvir a canção sobre a nossa conversa na cozinha. Ele será lembrado em seu medo sobre ''deles''. Ele será lembrado nas imagens que ele continua a ver na tela da televisão. Ele compreenderá que as letras foram escritas para ser ouvidas, não apenas dançadas.
"Diga-me o que aconteceu com os meus direitos
Eu sou invisível porque você me ignora?
Sua proclamação me prometeu liberdade, agora
Estou cansado de ser vítima de vergonha
Eles estão me jogando em uma classe com um nome ruim
Eu não posso acreditar que esta é a terra de onde eu vim
Você sabe que eu realmente odeio dizer isso
O governo não quer ver
Mas se Roosevelt estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não, não
Algumas coisas na vida que eles apenas não querem ver
Mas se Martin Luther estivesse vivo
Ele não deixaria isso acontecer, não, não "
Eu percebo que muitas famílias em todo o país são obrigadas a ter este tipo de conversa com as suas crianças negras e pardas. Os pais são obrigados a ter uma sensação de desassossego sempre que seus filhos saem de casa. Mas isso não está certo e não devemos nos sentir confortáveis com isso.
Para reconstruir a auto-estima do meu filho e minha sanidade mental, nós trocamos a música para Man in the Mirror.
''Estou começando com o homem no espelho
Estou pedindo a ele para mudar seus caminhos
E nenhuma mensagem poderia
Ter sido mais clara:
Se você quer fazer do mundo
Um lugar melhor
Dê uma olhada em si mesmo
E então, faça uma mudança.''
by Tonayia Arca
*Tonayia Arca é mãe de quatro filhos e membro do Parents United Leadership Collective [Pais Unidos pela Educação Pública] uma entidade que representa as vozes dos pais que lutam pela melhoria da educação nas escolas públicas na Filadélfia [Pensilvânia, E.U.A.] e onde este texto foi publicado.
Nota deste blog: Achei oportuno publicar junto a este depoimento as imagens de uma campanha de conscientização que roda nos E.U.A.
''Escute. Uma dia, você será parado pela polícia.''
''Quando isso acontecer, esteja sempre certo de que eles podem ver suas mãos...''
''Ok.''
''Nunca se mova precipitadamente.''
''Seu trabalho é chegar em casa seguro, compreende?''
''E sempre demonstre um respeito a mais, mesmo que eles não façam [o mesmo].''
''E... ei! Se você sentir que está em problemas, apenas chame a polícia. Eles estarão lá para ajudar.''
[Narrador] ''Você quer uma América ou duas?''
Fontes:
http://parentsunitedphila.com
http://app.siz.io