Entrevista com Dieter Wiesner (1/5)


Entrevista concedida por Dieter Wiesner em 2010 para o fórum Jacksonvillage 

''Antes da passagem de Michael, em junho do ano passado, eu já tive a oportunidade de ter uma conversa longa e interessante com Dieter Wiesner. Foi devido a algumas perguntas sobre a situação do merchandising de Michael naquele momento.

Poucas semanas atrás, eu tive o pensamento de que seria bastante interessante continuar a conversa. Dieter Wiesner causou uma impressão muito simpática durante o telefonema e foi divertido falar com ele.

Então, entramos em contato com seu escritório. Também desta vez fomos tratados de forma muito atenciosa e simpática. A secretária do Sr. Wiesner negociou minha data proposta com seu chefe e ele confirmou. A propósito, a secretária também é muito agradável.

Foi assim que aconteceu que eu estava na frente do escritório de Dieter Wiesner, em Julho, das 13 às 16 hs. Toquei na porta de entrada no edifício de escritórios de vários andares e Dieter Wiesner abriu a porta ele mesmo, e me acolheu com um aperto de mão e um sorriso amigável. Nós fomos diretamente ao seu escritório. Claro, eu estava muito bem preparado ainda antes da viagem.

Essa é a razão pela qual eu já sabia que uma sala cheia de fotos de Michael Jackson estava esperando por mim e eu não fiquei decepcionado. Cartazes e fotos de Michael emoldurados poderiam ser encontrados em todas as paredes. Muitos deles, com dedicatórias pessoais.

Sr. Wiesner me pediu para me sentar junto à sua enorme escrivaninha e ofereceu algo para beber. Atrás dele, eu vi uma moldura digital em que você pode ver várias fotos de Michael e dele próprio. Apenas uma imagem se projetava. Em outra fotografia, estava Mike Tyson.

Tenho que admitir que, sinceramente, eu estava um pouco nervoso. Eu não sou um grande fã de celebridades e eu conheci uma ou outra pessoa famosa, durante o meu tempo na Grã-Bretanha. Mas isso aqui era algo diferente.

O homem sentado à minha frente era amigo e empresário de Michael ao longo de muitos anos. Ele era o seu gerente em uma época em que Michael trabalhou e produziu muito, e quando ele tinha enormes planos.

Por exemplo, quando Dieter apresentou Michael à sua nova protegida, Nisha Kataria, Michael foi inspirado por ela instantaneamente. Ela e sua mãe foram convidados para ir a Neverland e permaneceram lá até que Michael fosse detido.

No início, não estava planejado de se fazer um dueto, mas espontaneamente chegou a isso. Naquela época, ao lado de Nisha e sua mãe, Dieter Wiesner também viveu em Neverland.

"Uma noite - já era tarde - Michael me ligou e disse: Vá e traga Nisha, vamos no estúdio."

Ele apenas sabia por si mesmo o que o fez agir dessa forma. Mas o resultado foi uma bela canção. A pergunta óbvia é por isso que nunca foi lançada. Além do fato de que o julgamento interveio, Wiesner ficou bem consciente não insistir para liberar esta canção.

"Era uma questão muito pessoal para os dois", disse Dieter. "E se nós a liberássemos agora, talvez ela pudesse ser agrupada como todos os outros projetos que, agora, são vendidos com a ajuda do nome de Michael...

Isto seria uma jogada da família?

De qualquer forma, alguns dos irmãos de Michael e os seus dois pais estão agora a caminho com projetos relativos a Michael. E antes de sua passagem, esses projetos nunca poderiam ser realizados dessa forma.

Mas não - não era isso. Ele está em contato com a família - apesar de que eu nunca tive a impressão de que se possa falar de uma espécie de amizade.

Quando LaToya recentemente veio a Alemanha outra vez, Wiesner estava com ela. Mas ele não parece pensar bem sobre ela. [...] Mas Dieter nunca vai longe com declarações expressamente negativas sobre a família. Apesar das disputas e diferentes opiniões - o que, em parte, eu vou trazer à luz aqui - o respeito está presente.

E acima de tudo, um enorme carinho por Katherine. Sobre ela, ele não tem nada, a não ser declarações positivas. Muitas vezes, Dieter estava próximo de Michael, quando este falava com ela ao telefone.

''Mas ele nunca falava com ela sobre as coisas, o que ele realmente o incomodava.''

Essa impressão também veio ao meu pensamento quando eu olhei para seu livro Never Can Say Goodbye.

"Ele realmente a amava do fundo do seu coração", disse Wiesner "mas ele nunca falava com ela sobre os temas profundos."

Wiesner tem um olhar preocupado com as novas transações comerciais repentinas de Katherine.

"Ela é uma mulher tão amorosa, uma mulher muito normal. Ela vai ao supermercado e é muito ''pés-na-terra''. Ela nunca teve a ver com todas as transações de negócios da família."

Sobre a questão dele achar que ela está sobrecarregada com suas novas formas de negócio, Wiesner afirmou. "Ela é uma mulher um pouco ingênua e religiosa, para este negócio."

A relação de Michael com Joe ainda é um tema que incomoda muitos fãs. Como era a sua relação? Michael tinha medo dele? Será que eles se reconciliaram? Como era a sua ligação?

''Não existia nenhuma relação", respondeu Dieter Wiesner para esta pergunta.

''Michael amava e respeitava seus pais. Ele foi criado dessa forma. Tem sido uma parte importante de sua religião amar seus pais e irmãos e - se possível - cuidar deles. Ele sempre fazia coisas... como dar pequenas entrevistas, só para entregar o dinheiro para a sua família. Ele sempre cuidou de seus pais. Isso é simplesmente o jeito que ele era."

A relação com Joe era uma questão complicada. Por um lado, ele o amava - ele era seu pai - mas, por outro lado, eles não tinham nenhuma base para um relacionamento de pai e filho.

Por causa do carinho que Michael perdeu quando ele era uma criança, se tornou completamente impossível ter um bom relacionamento.

"Ele amava e aceitava seu pai, mas não havia relação entre a ambos."

Wiesner está, muitas vezes, em contato com Joe e ele também foi o único que tornou possível para Markus Lanz conseguir uma entrevista com Joe Jackson em Neverland. [...]

"Lanz disse, uma e outra vez, o quanto ele estava enganado sobre Neverland. Ele disse: "Eu tenho que mudar o meu ponto de vista completamente sobre a coisa toda."

Ele [Wiesner] também estava lá quando a entrevista com Joe ocorreu.

"Eu senti por Joe."

Eu tenho a impressão, enquanto eles estavam falando, que Joe não estava ciente de que Michael perdeu a sua infância. Ele pensava que tudo estava bem do seu lado, mas ele percebeu que Michael não se sentia assim.

Algo que me interessou muito foi a pergunta: Por que Michael foi enterrado no Forest Lawn?

"Eles simplesmente não conseguiam chegar a um acordo. Os Jacksons não poderiam se unir e resolver a questão por si mesmos. Então, um dia, as autoridades tiveram de tomar uma decisão e sua decisão foi Forest Lawn."

Será que Michael teria gostado de ser enterrado em Forest Lawn?

"Não, na verdade. A família simplesmente não tem nenhuma conexão com a base de fãs de Michael. Eles não entendem muito bem o quanto os fãs de Michael realmente significavam para ele."

Você acha que Michael teria gostado de estar em Neverland, após a sua passagem?

Não parecia ser muito simples para Dieter Wiesner responder a esta pergunta.

"Primeiro de tudo, tenho que salientar que "morte" nunca foi um problema para Michael. Mas depois, eu tenho que dizer que estou absolutamente certo [sobre isso]. Se ele tivesse sabido que ele iria partir tão cedo, ele teria providenciado muitas coisas, de outras maneiras. As crianças não ficariam, necessariamente, com Katherine. E em relação a Neverland ... "

Será que ele gostaria de criar outra Graceland?

"Em qualquer caso, ele teria gostado de ver uma parte dela aberta para o público. Mas qualquer que tivesse sido o acordo, ele teria gostado de ver as crianças tendo 100% dos benefícios e mais ninguém."

"O problema com Neverland é... o município havia desperdiçado todo o seu dinheiro perseguindo e processando Michael. Eles agora têm de alterar a completamente.a infra-estrutura, ampliá-la para Neverland, etc Mas não há mais dinheiro. E Michael sempre gostou muito de seus vizinhos."

"A primeira vez que eu tinha estado em Neverland", diz Wiesner "foi uma experiência maravilhosa. Michael era muito, muito amável e absolutamente ''pés-na-terra''. Simplesmente um homem hospitaleiro, agradável. A pequena Paris queria apertar minha mão e Michael olhou para nós dois e disse: ''Nós não apertamos as mãos nesta família, nos abraçamos!''

"Tudo isso era muito importante para Michael. Ele tratava a todos com muito respeito incrível e carinho. Ele realmente ouvia as pessoas e sempre as acolhia desta forma...

[Dieter colocou as mãos na frente do rosto e imita o gesto de boas-vindas de alguns países do Extremo Oriente]


...Ele era muito, muito humilde. Ele sempre respeitava muito seus empregados, não importava se fosse a segurança, a senhora da limpeza ou o jardineiro. E eles o respeitavam, de volta. Eles o apreciavam muito. Eles sempre o chamavam de "o chefe" ou "Sr. Jackson" quando falavam sobre ele."

Dieter prossegue: "Ele não era um sonhador muito longe da realidade. Ele tinha objetivos e aqueles eram metas realistas para alguém do seu calibre. Claro, ele foi extraordinário. Para o instante, eu tinha sempre de estar lá para ele sob demanda. Quando ele me ligava, eu estava instantaneamente no local.''

''E se eu não estivesse disponível, então eu haveria um monte de mensagens na secretária eletrônica. A maior parte delas da equipe de Michael. 'Sr. Jackson realmente precisa falar com você, por favor, ligue de volta a este número.'

"Ou quando eu morava em Neverland e Michael me ligava às 3:00 ou 3:30 hs da manhã para discutir novas ideias.[...] Mais tarde, em seguida, por volta das 7:00 horas, ele percebia que era tão tarde. Em seguida, ele dizia algo como: 'Dieter, você deve estar muito cansado. Vamos dormir. Então, às vezes, ele dormia até omeio-dia.''

''Mas esse era o jeito de Michael. Ele era um artista. Mas Michael não era estranho! Ele era muito inteligente e tinha um olho em tudo.''

Fontes:
http://mjklub.com/
http://mjthekingofpop.wordpress.com